“Guerra” e linguagem jornalística: metaforicidade e objetividade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, José
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1822/87368
Resumo: As expressões de guerra são inevitáveis no quotidiano dos média: guerras em sentido prototípico (como a atual, 2022, a da Ucrânia) ou em sentido metafórico, como as do desporto (em Portugal, maioritariamente o futebol) ou das “lutas quotidianas” pela sobrevivência. Aparentemente, a temática guerra real-“guerra” metafórica não implicará ambiguidade, até porque a tradição clássica da Retórica parte do axioma de que, na linguagem, o plano literal não se confunde com o plano figurado. Este texto parte de uma ótica divergente da Retórica clássica, numa linha que defende não existir uma separação dual, rígida, entre metafórico e não metafórico, mas sim graus de metaforicidade diferenciados, sendo esta entendida como uma distanciação dinâmica e variável no plano não figurado-figurado (ou denotação-conotação, não metafórico-metafórico). Defendemos, assim, que, no caso do discurso sobre conflitos, a mesma situação pode ser apresentada como “guerra”(real) e como “não-guerra” (guerra apenas metafórica) tendo, portanto, o discurso poder manipulador na construção dos conceitos que se veiculam.
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spelling “Guerra” e linguagem jornalística: metaforicidade e objetividade“War” and journalistic language: metaphoricity and objectivityMetaforicidadeMetáforas de guerraLiteral-figuradoLinguagem e subjetividadeMetaphoricityWar metaphorsLiteral-figurative languageLanguage and subjectivityHumanidades::Línguas e LiteraturasAs expressões de guerra são inevitáveis no quotidiano dos média: guerras em sentido prototípico (como a atual, 2022, a da Ucrânia) ou em sentido metafórico, como as do desporto (em Portugal, maioritariamente o futebol) ou das “lutas quotidianas” pela sobrevivência. Aparentemente, a temática guerra real-“guerra” metafórica não implicará ambiguidade, até porque a tradição clássica da Retórica parte do axioma de que, na linguagem, o plano literal não se confunde com o plano figurado. Este texto parte de uma ótica divergente da Retórica clássica, numa linha que defende não existir uma separação dual, rígida, entre metafórico e não metafórico, mas sim graus de metaforicidade diferenciados, sendo esta entendida como uma distanciação dinâmica e variável no plano não figurado-figurado (ou denotação-conotação, não metafórico-metafórico). Defendemos, assim, que, no caso do discurso sobre conflitos, a mesma situação pode ser apresentada como “guerra”(real) e como “não-guerra” (guerra apenas metafórica) tendo, portanto, o discurso poder manipulador na construção dos conceitos que se veiculam.Expressions of war are inevitable in the daily life of media: war in the prototypical meaning (such as the current one, 2022, in Ukraine) and in a metaphorical meaning, such as those in sports (in Portugal they appear mainly when the theme is football) or “everyday fights” for survival. Apparently, the thematic real war-metaphorical “war” does not convey ambiguity, since the classical tradition of Rhetoric is based on the axiom that, in verbal language, the literal plane is not confused with the figurative plane. This text starts from a divergent perspective of classical Rhetoric, because it argues that there is no dual or rigid separation between metaphorical and non-metaphorical language, and admits that there are different degrees of metaphoricity, which is understood as a dynamic and variable distance between non-figurative-figurative plane (or connotation-denotation, not metaphorical-metaphorical planes). We therefore argue that, in the case of discourse on war and conflicts, the same situation can be presented as “war” (real) and as “non-war” (only metaphorical war) and, therefore, the discourse can have manipulative power in the construction of transmitted concepts.Universidade de AveiroUniversidade do MinhoTeixeira, José2023-112023-11-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/87368porTeixeira, José (2023). “Guerra” e linguagem jornalística: metaforicidade e objetividade, in Ferreira, António Manuel; Ramalheira, Ana Maria; Morais, Carlos; Mancelos, João de; Brasete, Maria Fernanda; Coimbra, Rosa Lídia (Coord.), FORMA BREVE 19 - A fúria de Aquiles: as faces da guerra, pp. 479-495, Universidade de Aveiro. ORCID: 0000-0003-2272-34641645-927X2183-470910.34624/FB.V0I19.34723https://proa.ua.pt/index.php/formabreveinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-11T06:29:29Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/87368Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-11T06:29:29Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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