Ler: arte ou ciência? Essa não é a questão
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1822/86236 |
Resumo: | Os estudos literários favorecem o contacto com diversos saberes que intervêm nas obras de ficção (linguísticos, históricos, socioculturais…), potenciam o pensamento crítico, a interpretação e a interação. Todos estes processos são estimulados no jogo dialógico e compreensivo da leitura e que implica dom de si, curiosidade e atenção ao outro. Por essa razão, os textos literários oferecem-se como um terreno propício para o treino de qualquer prática hermenêutica e relacional. A leitura literária tem sido usada como princípio basilar da Medicina narrativa, uma área de formação e de prática em saúde emergente que advoga a necessária complementaridade entre o saber científico e uma abordagem valorizadora da singularidade de cada doente. Partindo de uma explicitação da noção de leitura literária e indagando os seus fundamentos nos próprios escritores, mostraremos o modo como nos ajudam a pensar o ato de ler como construção e como jogo aberto à experiência do pensamento. Nessa senda, são articulados três conceitos: o de “imaginação material” (Bachelard), o de “princípio literário” (Citton) e o de “semiologia ativa (Barthes), desafiadores de interdisciplinaridade e uma interface particular com a medicina e a ética médica que ilustraremos com um trabalho antológico concebido com um Laboratório de leituras para a reflexão em saúde. |
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Ler: arte ou ciência? Essa não é a questãoLeitura literáriaInterdisciplinaridadeMedicina narrativaHumanidades::Línguas e LiteraturasEducação de qualidadeOs estudos literários favorecem o contacto com diversos saberes que intervêm nas obras de ficção (linguísticos, históricos, socioculturais…), potenciam o pensamento crítico, a interpretação e a interação. Todos estes processos são estimulados no jogo dialógico e compreensivo da leitura e que implica dom de si, curiosidade e atenção ao outro. Por essa razão, os textos literários oferecem-se como um terreno propício para o treino de qualquer prática hermenêutica e relacional. A leitura literária tem sido usada como princípio basilar da Medicina narrativa, uma área de formação e de prática em saúde emergente que advoga a necessária complementaridade entre o saber científico e uma abordagem valorizadora da singularidade de cada doente. Partindo de uma explicitação da noção de leitura literária e indagando os seus fundamentos nos próprios escritores, mostraremos o modo como nos ajudam a pensar o ato de ler como construção e como jogo aberto à experiência do pensamento. Nessa senda, são articulados três conceitos: o de “imaginação material” (Bachelard), o de “princípio literário” (Citton) e o de “semiologia ativa (Barthes), desafiadores de interdisciplinaridade e uma interface particular com a medicina e a ética médica que ilustraremos com um trabalho antológico concebido com um Laboratório de leituras para a reflexão em saúde.Literary studies favor contact between different kinds of knowledge that intervene in works of fiction (linguistic, historical, sociocultural...), enhance critical thinking, interpretation, and interaction. All these procedures are stimulated by the dialogic and comprehensive process of reading, which implies commitment of oneself, curiosity, and attention to the other. For this reason, literary texts offer themselves as a propitious terrain for the training of any hermeneutic and relational practice. Literary reading has been used as the signature method of Narrative Medicine, an emergent field of training and practice in health that advocates the necessary complementarity between scientific knowledge and an approach that values the singularity of each patient. Starting from an explanation of the notion of literary reading and by investigating its foundations in the writers themselves, we will show how they help us think about the act of reading as a construction and as an open play to the experience of thought. In this path, three concepts are articulated: that of “material imagination” (Bachelard), the one of “literary principle” (Citton) and the one of “active semiology" (Barthes), with challenge interdisciplinarity and a particular interface with medicine and ethics. We will illustrate this with an anthological work conceived as a reading laboratory for reflection on health.Academia das Ciências de LisboaUniversidade do MinhoCabral, Maria de Jesus2023-05-092023-05-09T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/86236porCabral, Maria de Jesus (2023). Ler: arte ou ciência? Essa não é a questão”. Academia das Ciências de Lisboa, 2023, p. 1-31978-972-623-404-310.58164/j8rs-n724https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/44854/3/Ler_arte_ou_ciencia_MJCabral.pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-09-02T01:20:31Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/86236Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:28:01.221623Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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