A Classificação de Rochas Sedimentares Siliciclásticas Areníticas com Matriz e o Problema de Sua Nomenclatura no Brasil e em Portugal: Conceitos e Evolução

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Corrêa-Martins, Francisco José
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Citroni, Sérgio Brandolise, Mendes, Julio Cesar, Henriques, Maria Helena
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/101201
https://doi.org/10.11137/1982-3908_2021_44_36992
Resumo: Uma das classificações mais difundidas de rochas sedimentares siliciclásticas na fração areia foi construída com base nos aspectos descritivos de arcabouço e matriz, tendo na simplicidade sua principal característica. Esta pesquisa revisou as classificações propostas por Gilbert (1954), Dott (1964), Pettijohn, Potter & Siever (1972) e Gilbert (1982), os tipos de sandstones mencionados e os parâmetros nelas utilizados. A análise verificou que as propostas tiveram várias alterações, sendo que a principal mudança ocorreu em relação à quantidade de matriz, e que atualmente as rochas terrígenas da fração areia que contêm até 5% de matriz recebem o nome de “arenitos”, aquelas que possuem mais de 5 e até 50% de matriz denominam-se “wackes”, e acima desse índice estão os “lamitos arenosos”. Porém, o principal problema observado foi que essas propostas contabilizaram parte da matriz como arcabouço, tornando as classificações inexatas. Portanto, é proposto que somente seja considerado como arcabouço a fração areia (0,0625 – 2,0 mm), enquanto a matriz abranja todas as partículas menores que 0,0625 mm. Este estudo constatou que no Brasil e em Portugal, os termos relativos às rochas sedimentares siliciclásticas na fração areia não apresentam unicidade, e que a palavra “arenito” tem sido utilizada como sinônimo de sandstone, o que está em desacordo com a classificação mundialmente vigente. Além disso, a classificação mais utilizada em português emprega equivocadamente grauvaca ou grauvaque como sinônimo de wacke, apesar de serem conceitos de utilização desaconselhada tanto para a classificação como para a descrição de rochas terrígenas na fração areia há décadas. Assim, é proposta uma padronização no uso de termos para a designação de rochas sedimentares e sedimentos da fração areia em português, sendo que entre tais normas se destaca como mais significativa a adoção da expressão “rocha arenítica” como equivalente a sandstone, reservando “arenito” para a rocha sedimentar siliciclástica na fração areia que contenha no máximo 5% de matriz, como definido na classificação proposta por Gilbert (1982).
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A análise verificou que as propostas tiveram várias alterações, sendo que a principal mudança ocorreu em relação à quantidade de matriz, e que atualmente as rochas terrígenas da fração areia que contêm até 5% de matriz recebem o nome de “arenitos”, aquelas que possuem mais de 5 e até 50% de matriz denominam-se “wackes”, e acima desse índice estão os “lamitos arenosos”. Porém, o principal problema observado foi que essas propostas contabilizaram parte da matriz como arcabouço, tornando as classificações inexatas. Portanto, é proposto que somente seja considerado como arcabouço a fração areia (0,0625 – 2,0 mm), enquanto a matriz abranja todas as partículas menores que 0,0625 mm. Este estudo constatou que no Brasil e em Portugal, os termos relativos às rochas sedimentares siliciclásticas na fração areia não apresentam unicidade, e que a palavra “arenito” tem sido utilizada como sinônimo de sandstone, o que está em desacordo com a classificação mundialmente vigente. Além disso, a classificação mais utilizada em português emprega equivocadamente grauvaca ou grauvaque como sinônimo de wacke, apesar de serem conceitos de utilização desaconselhada tanto para a classificação como para a descrição de rochas terrígenas na fração areia há décadas. Assim, é proposta uma padronização no uso de termos para a designação de rochas sedimentares e sedimentos da fração areia em português, sendo que entre tais normas se destaca como mais significativa a adoção da expressão “rocha arenítica” como equivalente a sandstone, reservando “arenito” para a rocha sedimentar siliciclástica na fração areia que contenha no máximo 5% de matriz, como definido na classificação proposta por Gilbert (1982).One of the most widespread classifications of terrigenous sandstones was built based on the descriptive aspects of framework and matrix, having simplicity as its main characteristic. This article reviewed the classifications proposed by Gilbert (1954), Dott (1964), Pettijohn, Potter & Siever (1972) and Gilbert (1982), the types of sandstones mentioned, and the parameters used by them. In this research, it was verified that the proposals had several alterations, being that the main change occurred in relation to the amount of matrix, where currently the sandstones that contain up to 5% of matrix are referred to as arenites, those with more than 5 and up to 50% of matrix are called wackes, and above this index are called sandy mudstones. However, the main problem was that these proposals accounted for part of the matrix as a framework, making the classifications inaccurate. Therefore, it is proposed that only the sand fraction (0.0625 - 2.0 mm) be considered as the framework, while the matrix covers all particles smaller than 0.0625 mm. This study found that in Brazil and Portugal, the terms related to sandstones are not unique, and that the word arenite has been used as a synonym for sandstone, which is at odds with the current classification worldwide. Furthermore, the classification most used in Portuguese mistakenly uses graywacke as a synonym for wacke, although for decades graywacke or greywacke is a concept that is not recommended for both the classification and the description of terrigenous sandstones. Thus, it is proposed to standardize the use of the terms for the designation of sandstones and sand fraction in Portuguese. And it stands out within these rules as more significant the adoption of the expression “arenitic rock” as equivalent to sandstone, reserving arenite for the sandstones that contains a maximum of 5% of matrix, as defined in the classification proposed by Gilbert (1982).2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/101201http://hdl.handle.net/10316/101201https://doi.org/10.11137/1982-3908_2021_44_36992por1982-39080101-9759Corrêa-Martins, Francisco JoséCitroni, Sérgio BrandoliseMendes, Julio CesarHenriques, Maria Helenainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-08-16T20:49:51Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/101201Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:18:26.751979Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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