Representações do Rei da Pérsia em Ésquilo e Heródoto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/49294 |
Resumo: | No século V a.C., assistiu-se a um conflito que opôs Gregos a Persas, que ficaria conhecido como Guerras Pérsicas, e que ajudou a consolidar a formação de uma identidade pan-helénica. Esta identidade foi concebida em simultâneo e por oposição à criação da imagem do “Outro” não-grego/bárbaro. Por sua vez, esta imagem de “Outro” ficaria especialmente associada à Pérsia, a partir de meados daquela centúria, sendo múltiplas vezes alvo de representações na literatura e nas artes plásticas gregas. O soberano da Pérsia, em especial, constituir-se-ia várias vezes como foco de interesse para diferentes escritores gregos, que procuraram traçar o seu retrato. Dois eminentes autores do século V a.C., o dramaturgo Ésquilo e o historiador Heródoto, a quem Cícero viria a chamar de pater historiae, incluem-se nesse grupo de escritores. Os seus textos – Persas e Histórias, respetivamente – e as descrições, referências e alusões neles incluídas, a propósito de monarcas aqueménidas, viriam a exercer a sua quota-parte de influência no perfil do rei persa esboçado pela literatura grega posterior. Dada a importância destas obras para a representação, criação e adaptação literária do retrato régio persa entre os Gregos, procurou-se ao longo da presente Dissertação examinar a forma como os reis da Pérsia são representados na tragédia Persas e no texto de cariz narrativo-historiográfico Histórias. O objetivo final dessa análise consiste em estabelecer uma comparação crítica entre essa imagem régia em ambos os autores. Procurou-se, neste sentido, desvendar os principais contornos dos governantes aqueménidas retratados, aos níveis de caracterização: física, psicológica, moral, religiosa, militar e política; tanto a vida pública, como a faceta privada. Consideram-se ainda questões como a existência ou não de uma personagem-tipo régia persa nestas obras e, quem dos dois autores falará de facto a verdade acerca dos monarcas aqueménidas. |
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Representações do Rei da Pérsia em Ésquilo e HeródotoDomínio/Área Científica::Humanidades::História e ArqueologiaNo século V a.C., assistiu-se a um conflito que opôs Gregos a Persas, que ficaria conhecido como Guerras Pérsicas, e que ajudou a consolidar a formação de uma identidade pan-helénica. Esta identidade foi concebida em simultâneo e por oposição à criação da imagem do “Outro” não-grego/bárbaro. Por sua vez, esta imagem de “Outro” ficaria especialmente associada à Pérsia, a partir de meados daquela centúria, sendo múltiplas vezes alvo de representações na literatura e nas artes plásticas gregas. O soberano da Pérsia, em especial, constituir-se-ia várias vezes como foco de interesse para diferentes escritores gregos, que procuraram traçar o seu retrato. Dois eminentes autores do século V a.C., o dramaturgo Ésquilo e o historiador Heródoto, a quem Cícero viria a chamar de pater historiae, incluem-se nesse grupo de escritores. Os seus textos – Persas e Histórias, respetivamente – e as descrições, referências e alusões neles incluídas, a propósito de monarcas aqueménidas, viriam a exercer a sua quota-parte de influência no perfil do rei persa esboçado pela literatura grega posterior. Dada a importância destas obras para a representação, criação e adaptação literária do retrato régio persa entre os Gregos, procurou-se ao longo da presente Dissertação examinar a forma como os reis da Pérsia são representados na tragédia Persas e no texto de cariz narrativo-historiográfico Histórias. O objetivo final dessa análise consiste em estabelecer uma comparação crítica entre essa imagem régia em ambos os autores. Procurou-se, neste sentido, desvendar os principais contornos dos governantes aqueménidas retratados, aos níveis de caracterização: física, psicológica, moral, religiosa, militar e política; tanto a vida pública, como a faceta privada. Consideram-se ainda questões como a existência ou não de uma personagem-tipo régia persa nestas obras e, quem dos dois autores falará de facto a verdade acerca dos monarcas aqueménidas.The fifth century BC saw a conflict that opposed Greeks and Persians, which would become known as Persian Wars. This conflict helped to consolidate a pan-Hellenic identity. This was conceived at the same time as and in opposition to the creation of the image of the non- Greek/Barbaric “Other”. From the middle of that century onwards, the latter would become especially associated with Persia, being represented multiple times in Greek literature and art. The sovereign of the Persian Empire, mainly, would several times be the focus of interest for different Greek writers, who sought to portrait his figure. Two eminent authors of the fifth century BC, the playwright Aeschylus and the historian Herodotus, whom Cicero would call pater historiae, are included in this group of writers. Their texts – Persians and Histories, respectively – and the descriptions of the Achaemenid monarchs presented in them would have their share of influence on the profile of the Persian king outlined by later Greek literature. Given the importance of the contribution of these two major texts to the creation and literary adaptation of the Persian royal portrait in Greek World, an attempt has been made throughout this Dissertation to examine how kings of Persia are represented in Persians and Histories. The main aim of this analysis is to build a critical comparison between Aeschylus’ portrait of Persian sovereigns and the one described by Herodotus. In this sense, the main features of the Achaemenid rulers portrayed by these writers have been unveiled, considering the following levels of characterization: physical, psychological, moral, religious, military; political; further, we also consider the king’s private sphere. Issues such as the existence or not of a Persian royal character are considered, as well as the question on who is in fact telling the truth about Achaemenid monarchs.Rodrigues, Nuno SimõesRepositório da Universidade de LisboaSantos, Sofia Oliveira dos2021-08-13T08:34:21Z2021-07-152021-04-192021-07-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/49294TID:202750132porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:52:57Zoai:repositorio.ul.pt:10451/49294Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:00:57.274670Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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