A origem da olaria cerâmica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cabeça, Paulo
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/36263
https://doi.org/10.5281/zenodo.10511353
Resumo: Muitas vezes é veiculada a ideia de que o processo cerâmico se teria originado a partir de uma necessidade do ser humano. Teria tido origem com a produção de olaria e de peças utilitárias, para armazenamento e transformação de alimentos, por exemplo, nos inícios da sedentarização e da agricultura no neolítico, desde há dez mil (10.000) anos a esta parte. Desta forma o complexo processo que implicaria a cerâmica, nomeadamente de recolha de argila, depuração da mesma, modelagem dos objetos, secagem e cozedura em altas temperaturas, teria partido de uma necessidade do ser humano, já sedentário e dedicado à agricultura, de obter utensílios para armazenar ou transformar produtos eventualmente alimentares. Uma explicação que certamente não faria muito sentido, considerando a simplificação de um processo que seria, de facto, bastante mais complexo. Aparentemente não terá sido assim. Baseamo-nos, neste texto - que é parte integrante de uma tese de doutoramento em história de arte sobre a criatividade em barro – sobretudo no trabalho de Budja Mihael (2016), para trazermos numa apreciação traduzida e critica a história da evolução do processo cerâmico, que conhecemos hoje em dia, fruto das mais recentes descobertas, e que será porventura bastante mais complexa, mas certamente não menos interessante. Sabemos hoje inclusivamente que a sua origem terá sido nas sociedades caçadoras recolectoras, ainda durante a última grande glaciação no paleolítico, há mais de trinta mil (30.000) anos e a expressão artística, se não lhe deu origem, certamente estará indelevelmente marcada na sua evolução histórica.
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