Gestão de espécies invasoras na Reserva Natural de São Jacinto: resultados e implicações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Conde, Miguel Marques
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/35683
Resumo: A Reserva Natural das Dunas de São Jacinto (RNDSJ) é uma área protegida situada na freguesia de São Jacinto, concelho de Aveiro. A classificação desta formação dunar resulta da sua grande importância ecológica, paisagística e reguladora dos efeitos resultantes da intensidade dos ventos e dos avanços do mar, em particular numa região que contém habitats de transição como a Ria de Aveiro. Por outro lado, a avifauna presente nesta área, nomeadamente a colónia de garças (Egretta garzetta, Ardea cinerea) mais setentrional do país, existente na altura da classificação, foi outro fator que pesou nesta mesma classificação. A componente florística da reserva tem sofrido com a propagação de espécies invasoras, em particular da acácia-de-espigas (Acacia longifolia (Andrews) Willd). A gestão eficiente desta problemática é assim decisiva na manutenção do bom estado ecológico desta área protegida. Este trabalho avaliou os efeitos dos trabalhos de gestão florestal realizados na área de estudo entre 2016 e 2021. Recorreu-se a uma rede de parcelas de amostragem aleatória, mas estratificada, na qual se conduziu um levantamento florístico realizado nos meses de maio e junho. Os resultados obtidos sugerem que as ações de gestão tiveram um efeito contrário ao desejado, já que a falta de continuidade na sua implementação parece contribuir para a propagação das espécies alóctones, não tanto pelas ações em si tomadas, mas pela falta de continuidade que ocorre na sequência dos trabalhos realizados.O tempo decorrido desde a remoção de espécies invasoras é o fator mais determinante na dispersão da flora não nativa, pois irá permitir a germinação de sementes existentes no solo, em particular da acácia-de-espigas, que levarão à ocorrência de novos indíviduos e a uma maior ocupação da área existente. Assim, será necessário aumentar a frequência das atividades de remoção de espécies invasoras, bem como a adoção de boas práticas neste tipo de ações, combinadas com ações de reflorestação e disseminação de agentes biológicos já introduzidos, de forma a permitir a regeneração florística nativa.
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