António Maria Lisboa, o "eterno amoroso"
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/20375 |
Resumo: | Esta dissertação de Mestrado tem como tema a arte poética de António Maria Lisboa, poeta surrealista português. Dentro deste tema, trata de três assuntos principais, que correspondem aos três capítulos que constituem a dissertação – a Liberdade, desenvolvida no capítulo intitulado de «PLANO CIRCUNVALADO», o Amor literário, desenvolvido no capítulo intitulado de «INICIAÇÃO», e o Conhecimento poético, desenvolvido no capítulo intitulado de «ESTRELA» - e que são a base da «Metaciência», a arte poética de António Maria Lisboa. No Capítulo I, é apresentada uma das grandes linhas orientadoras da “Metaciência” do poeta – a identificação de poesia enquanto escada para a Liberdade. Não sendo objecto de ensino, apenas pura prática da existência, nunca cerceável por um sistema, a poesia é para A. M. Lisboa veículo para a Totalidade cósmica. Esta ideia, brotando de A Afixação Proibida e Erro Próprio, baseia-se no eterno devir da filosofia pré-socrática e nietzschiana, e afirma a fragmentariedade poética anunciada pelo Romantismo Alemão e que o Surrealismo cimentou com o seu cariz de jogo, sob o signo da amenização entre duas tradições – a órfica e a surrealista – numa concepção poética e artística comum. No Capítulo II, é explanada uma segunda linha orientadora da teoria literária de António Maria Lisboa – a conceptualização do Amor como motor para a Liberdade, tendo por alicerce os textos de Erro Próprio, «Amor de Arthur Rimbaud, Mestre do Silêncio», e «Amor de Isidore Ducasse, Comte de Lautréamont». Esta noção de amor, não meramente afectivo mas literário, implica uma alquimia linguística, que António Maria Lisboa aplica aos seus modelos/heróis, Rimbaud e Lautréamont, e que sugere que a inscrição de um poeta na tradição se faz através da subversão dos seus clássicos e consequente superação da “angústia da influência”. Entrelaçada com a concepção surrealista de artista e com a metafísica do artista nietzschiana presentes (que traduzem arte por atrito e artista por criminoso), o Capítulo III debruça-se sobre a inscrição de António Maria Lisboa na tradição poética portuguesa como espelho do conceito de poeta que grita em A Afixação Proibida, Erro Próprio e Algumas Outras Personagens – o «Novo Amoroso» que se transforma em «Eterno Amoroso», moldado na afirmação da liberdade poética e subversão dos modelos literários, objectivado no facto de A. M. Lisboa se ter transformado em expoente do Abjeccionismo e caso de excepção na Literatura Portuguesa. |
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