Terá a teleconsulta impacto na morbimortalidade dos doentes com patologias crónicas?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Domingues,Inês Gonçalo
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Gonçalves,Ana Rita, Dias,Inês Oliveira, Silva,Ricardo Jorge, Caetano,José Rui, Fonte,Pedro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732022000200172
Resumo: Resumo Objetivo: Determinar se existem diferenças entre o acompanhamento por teleconsulta e o acompanhamento habitual nos doentes com patologias crónicas, nos cuidados de saúde primários e secundários, no que concerne à redução da morbilidade e mortalidade. Fontes dos dados: MEDLINE/PubMed, NHS Evidence, The Cochrane Library e Turning Research Into Practice. Métodos: Pesquisa de estudos observacionais, ensaios clínicos e revisões sistemáticas nas línguas portuguesa e inglesa, publicados entre janeiro de 2000 e agosto de 2020, utilizando os termos MeSH Chronic Disease, Telemedicine, Remote Consultation, Primary Health Care e General Practice. Para avaliação dos níveis de evidência e da força de recomendação foi aplicada a escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician. Resultados: Obtiveram-se 260 estudos, dos quais apenas oito cumpriram os critérios de inclusão. Cinco dos estudos revelaram benefício significativo na morbimortalidade com o recurso a teleconsulta, face aos cuidados habituais, nomeadamente: melhoria da qualidade de vida e diminuição do número de internamentos em doentes com múltiplas comorbilidades; diminuição de sintomas álgicos e depressão associados a dor músculo-esquelética crónica; diminuição da hospitalização e mortalidade por todas as causas e diminuição de recurso a cuidados de saúde adicionais no caso da insuficiência cardíaca. Dois estudos demonstraram resultados sobreponíveis entre os doentes teleconsultados e os doentes sob cuidados habituais, relativamente ao número de exacerbações e recurso a cuidados de saúde adicionais em doentes asmáticos, número e duração de reinternamento por doença pulmonar obstrutiva crónica ou insuficiência cardíaca e na mortalidade e recursos de cuidados de saúde adicionais nos doentes com múltiplas comorbilidades. Conclusão: Esta revisão demonstrou não haver um consenso claro quanto aos resultados dos indicadores de morbimortalidade em utentes com patologias crónicas, acompanhados por teleconsulta. Ainda assim, a maioria dos estudos demonstrou benefício do uso de teleconsulta nos indicadores de morbimortalidade dos doentes acompanhados por teleconsulta relativamente aos doentes acompanhados por método habitual. Embora não consonantes, os estudos encontrados demonstraram resultados pelo menos sobreponíveis, e não inferiores, na utilização da teleconsulta quando comparada com o acompanhamento habitual dos doentes. E, considerando a qualidade dos estudos encontrados, são necessários mais estudos neste âmbito para aumentar a robustez dos resultados encontrados e permitir a generalização à prática clínica diária.
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