A continuidade sociocultural e a encruzilhada do desenvolvimento rural: um Concelho do Baixo-Alentejo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Baltazar, Alda Vitória Guerreiro Cerejo Alegre
Data de Publicação: 1996
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/13310
Resumo: Introdução - A presente dissertação representa um estudo sociológico do fenómeno da continuidade sociocultural, cuja natureza prospectiva se inscreve nas abordagens actualizadas de encarar o social como uma entidade em permanente construção, que carece de uma visão dinâmica dialogicamente concebida em função de uma dimensão espacio-temporal que viabilize o acesso ao permanente jogo dos actores sociais, onde as regras impostas e construídas vão definindo e estruturando as suas próprias trajectórias de vida. A Continuidade Sociocultural e a Encruzilhada do Desenvolvimento em Espaço Rural enquadra-se, assim, numa perspectiva dialéctica que sistematicamente coloca em interacção mecanismos de reprodução social, que tendem a sustentar as vertentes mais tradicionais dos sistemas socioculturais e factores de mudança, responsáveis pela emergência de novas ênfases valorativas e novos posicionamentos que, ao interferirem no processo de desenvolvimento da sociedade, constituem a dimensão essencial da construção colectiva do nosso futuro comum. A interpretação do fenómeno, por via das novas concepções de desenvolvimento em espaço rural, pretende antecipar as condições subjectivas e contextualizadas que tendem a prefigurar-se no horizonte motivacional das gerações mais jovens, no sentido de se percepcionarem os caminhos prováveis que certamente irão condicionar o percurso desejável do equilíbrio e integração do espaço rural. Deste modo, o processo de construção intelectual que se apresenta ao longo deste trabalho de pesquisa analítica e empírica, decorre do propósito essencial que visa articular de forma lógica e coerente as conceptualizações recenseadas, ao nível dos conteúdos sociológicos inerentes à problemática da continuidade sociocultural, com as dimensões de análise empírica do fenómeno que se definiram para alcançar, de modo contextualizado, a sua visibilidade social. O enquadramento geográfico que aqui se privilegia diz respeito ao concelho de Castro Verde, espaço rural da região do Baixo-Alentejo que, desde 1981, começou a assumir uma singularidade evidente no contexto regional em que se insere por via da implementação do Projecto Industrial Mineiro Neves-Corvo, cujas repercussões se revelaram determinantes na revitalização económica e sociocultutal da sociedade local. Foi, sem dúvida, o facto de ter vivenciado de modo permanente esta nova dinâmica e uma experiência profissional como docente do 1° Ciclo do Ensino Básico que suscitaram a emergência do universo conceptual e das dimensões de análise empírica que particularizam esta pesquisa. De facto, ao optar por uma unidade de análise praticamente ausente do discurso sociológico, por razões que se prendem com o entendimento de que o período infantil representa um universo demasiado vulnerável para interpretações sociológicas consistentes, reconheço a pertinência desta convicção generalizada, embora, a minha opção empírica pretenda eliminar perspectivas demasiado reducionistas de abordar o social. Considero, pois, que tal posicionamento pode inviabilizar delineamentos e procedimentos de estudo que, no presente, se revelam pertinentes face a uma ciência que se edifica no seio de um paradigma onde a transversalidade de conteúdos e de abordagens se assume como a dimensão essencial da sua máxima racionalização empírica, cujo rigor científico se situa mais no domínio da apropriação, articulação e explicitação de processos de pesquisa e formas de abordagem com capacidade para elucidar novas dimensões da realidade social do que na ausência delas.
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