Anemia no Recém-Nascido de Termo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Marília
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Cruz, Eduarda, Guerra, Paula, Guedes, Maria Beatriz, Guimarães, Hercília
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.1997.5731
Resumo: As anemias no recém-nascido (R.N.) de termo constituem uma causa relativamente frequente de morbilidade nas Unidades deCui-dados Intensivos Neonatais. A transfusão no recém-nascido é controversa, variável e baseada em informação científica limitada.Não existem indicações precisas para transfusão, pelo que, para o mesmo valor de hematócrito e para a mesma situação clínica aatitude é diferente. Com o objectivo de documentar a casuística e procurar padronizar os critérios de transfusão, analisamos retrospectivamente os processosclínicos de todos os recém-nascidos de termo com diagnóstico de anemia, internados na UCIN do Hospital de S. João, no períodode 1 de Janeiro de 1993 a 31 de Dezembro de 1995. Foram analisados os seguintes parâmetros: sexo, idade gestacional, peso ao nascimento; intercorrências durante a gravidez, tipo departo e acidentes obstétricos; Apgar ao 1° e 5° minuto e necessidade de reanimação; idade e exame clínico na admissão à Unidade. Osvalores de hemoglobina e hematócrito pré transfusão e 48 horas após foram registados, bem como os exames complementares de diagnósticoefectuadospara esclarecimento etiológico e avaliação das sequelas da anemia. O tempo de internamento e a evolução clínicadestes RN foram igualmente determinados.A etiologia principal da anemia foi atribuída em 52,9% dos casos a laqueação prévia por circular do cordão e a transfusãofetomaterna, e em 20,6% a incompatibilidade ABO. Osexo masculino foi o mais afectado (61,8%).Encontrámos um predomínio de parto distócico por ventosa (58,8%).Observou-se uma grande percentagem de asfixia perinatal (32,3%).No grupo estudado 5 doentes não foram transfundidos. Não encontrámos diferenças significativas entre os 2 grupos (tranfundidos // não transfundidos) relativamente aos parâmetros clínicos e analíticos.Em conclusão, nas situações de anemia no recém-nascido de termo o diagnóstico etiológico é fundamental para uma correcta atitudeterapêutica. Os critérios para transfusão destes RN devem ser mais restritos e padronizados em função do estado clínico e valoreshematológicos.
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