Retroviroses felinas no Hospital Veterinário Montenegro: estudo clínico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Sandra de Almeida
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/2146
Resumo: Os retrovírus, constituintes da família de vírus ARN incluêm vários agentes infecciosos de importância na Medicina Veterinária. O vírus da imunodeficiência felina, um lentivírus e o vírus da leucemia felina, um oncovírus causam nos gatos uma síndrome de imunodeficiência grave e, estão associados a doenças neoplásicas, hematológicas e imunosupressoras distintas. A prevenção efectiva com a identificação e a segregação dos indivíduos afectados além da profilaxia através da vacinação são o melhor modo de combate à infecção por estas doenças crónicas, já que, não existe cura definitiva, apenas medicamentos que ajudam a melhorar a qualidade de vida do animal, a taxa de sobrevivência, e a evitar o aparecimento de doenças oportunistas. Neste trabalho analisou-se retrospectivamente a frequência de casos clínicos de gatos diagnosticados a uma ou a ambas as retroviroses e a sua possível relação com algumas variáveis epidemiológicas, no Hospital Veterinário Montenegro do concelho do Porto, no período de 1 de Janeiro de 2006 até 15 de Maio de 2009. O diagnóstico da infecção baseia-se na detecção de antigénios do VLF e de anticorpos contra o VIF em amostras de sangue submetidas a um kit comercial de ensaio imunoenzimático (ELISA). Os resultados revelaram que, durante o período de tempo definido, foram diagnosticados 16,49% dos 2129 gatos apresentados no Hospital, estando a infecção pelo VIF, pelo VLF e a coinfecção pelos dois retrovírus presente respectivamente em 21,66%, 8,26% e em 4,27% dos casos diagnosticados. Verificou-se que dos 351 gatos diagnosticados 54,4% eram do sexo masculino, 55% eram inteiros e, que a raça predominante é a europeia. A infecção pelo VIF atinge preferencialmente os gatos com mais de 6 anos enquanto, que na infecção pelo VLF e na coinfecção pelos dois retrovírus os gatos com menos de 4 anos são os mais afectados. Dos casos diagnosticados positivos 75,8% tinham acesso ao exterior, 55,8% contactavam com outros gatos e, que 44,2% conviviam com gatos também diagnosticados. Os principais sinais clínicos apresentados pelos 109 gatos diagnosticados positivos doentes foram a prostração (52,3%), a anorexia (49,5%), os sinais respiratórios (22,02%), e as feridas de pele (17,4%); já em relação às alterações hematológicas, encontrou-se anemia em 42,5%, a leucopenia em 27,9% e a leucocitose em 32,35% dos casos positivos doentes. Relativamente à possibilidade de encontrar-se uma associação entre a infecção retroviral e a presença de PIF ou linfoma, não se encontrou uma ligação com a peritonite infecciosa felina, já em relação ao linfoma, este estava presente em 8,3% dos gatos positivos doentes, mais na infecção pelo VLF e sob a forma mediastínica. Todos os gatos positivos doentes obtiveram tratamento de suporte contudo, apenas 8,33% recebeu tratamento etiológico específico. Apesar de muitos proprietários optarem por eutanasiar o seu animal logo após um resultado positivo no diagnóstico, 60% dos gatos diagnosticados encontrão-se vivos pelo menos, até à actualidade. A decisão para o tratamento ou para a eutanásia não deve basear-se exclusivamente na presença duma infecção retroviral, já que com o cuidado apropriado muitos gatos infectados podem viver durante anos com uma boa qualidade de vida. É importante cada vez mais obter um conhecimento mais aprofundado sobre estas doenças debilitantes que, no caso da imunodeficiência vírica felina afecta o animal para toda a sua vida, de modo, a fornecer uma melhor qualidade de vida e maior esperança de vida aos nossos bichinhos de estimação.
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Neste trabalho analisou-se retrospectivamente a frequência de casos clínicos de gatos diagnosticados a uma ou a ambas as retroviroses e a sua possível relação com algumas variáveis epidemiológicas, no Hospital Veterinário Montenegro do concelho do Porto, no período de 1 de Janeiro de 2006 até 15 de Maio de 2009. O diagnóstico da infecção baseia-se na detecção de antigénios do VLF e de anticorpos contra o VIF em amostras de sangue submetidas a um kit comercial de ensaio imunoenzimático (ELISA). Os resultados revelaram que, durante o período de tempo definido, foram diagnosticados 16,49% dos 2129 gatos apresentados no Hospital, estando a infecção pelo VIF, pelo VLF e a coinfecção pelos dois retrovírus presente respectivamente em 21,66%, 8,26% e em 4,27% dos casos diagnosticados. Verificou-se que dos 351 gatos diagnosticados 54,4% eram do sexo masculino, 55% eram inteiros e, que a raça predominante é a europeia. A infecção pelo VIF atinge preferencialmente os gatos com mais de 6 anos enquanto, que na infecção pelo VLF e na coinfecção pelos dois retrovírus os gatos com menos de 4 anos são os mais afectados. Dos casos diagnosticados positivos 75,8% tinham acesso ao exterior, 55,8% contactavam com outros gatos e, que 44,2% conviviam com gatos também diagnosticados. Os principais sinais clínicos apresentados pelos 109 gatos diagnosticados positivos doentes foram a prostração (52,3%), a anorexia (49,5%), os sinais respiratórios (22,02%), e as feridas de pele (17,4%); já em relação às alterações hematológicas, encontrou-se anemia em 42,5%, a leucopenia em 27,9% e a leucocitose em 32,35% dos casos positivos doentes. Relativamente à possibilidade de encontrar-se uma associação entre a infecção retroviral e a presença de PIF ou linfoma, não se encontrou uma ligação com a peritonite infecciosa felina, já em relação ao linfoma, este estava presente em 8,3% dos gatos positivos doentes, mais na infecção pelo VLF e sob a forma mediastínica. Todos os gatos positivos doentes obtiveram tratamento de suporte contudo, apenas 8,33% recebeu tratamento etiológico específico. Apesar de muitos proprietários optarem por eutanasiar o seu animal logo após um resultado positivo no diagnóstico, 60% dos gatos diagnosticados encontrão-se vivos pelo menos, até à actualidade. A decisão para o tratamento ou para a eutanásia não deve basear-se exclusivamente na presença duma infecção retroviral, já que com o cuidado apropriado muitos gatos infectados podem viver durante anos com uma boa qualidade de vida. É importante cada vez mais obter um conhecimento mais aprofundado sobre estas doenças debilitantes que, no caso da imunodeficiência vírica felina afecta o animal para toda a sua vida, de modo, a fornecer uma melhor qualidade de vida e maior esperança de vida aos nossos bichinhos de estimação.Retrovirus, constituent of the family of RNA virus, includes some infectious agents with great importance in the Veterinary Medicine. The Feline Immunodeficiency Virus (FIV), a lentivirus and the Feline Leukaemia Virus (FeLV), an oncornavirus causes in cats a serious immunodeficiency syndrome and are associates to distinct neoplastical, haematological and immunosuppressive illness. The effective prevention with identification and segregation of the infected individuals, beyond the prophylaxis through the vaccination are the best strategies to control an infection for these chronicle diseases. There is no a definitive cure only drugs that help to improve the quality of life, the survive rate, and to prevent the appearance of opportunist diseases. In this study, it was retrospectively analysed the clinical cases frequency of retroviral diagnostic cats and its possible relationship with some epidemiological variables, in the Montenegro Veterinarian Hospital of Porto’ council in the period of January, 1 of 2006 up to May, 15 of 2009. The infection diagnosis is based on the detection of FeLV antigen and FIV antibodies in submitted samples of blood to a commercially test-kit enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). The results showed that, during the defined period of time, has been diagnosised 16.49% of the 2129 cats presented in the Hospital; being present the infection for the FIV, FeLV and the coinfection for the two retrovirus respectively, in 21.66%, 8.26% and in 4.27% of the diagnosised cases. It was verificated that of 351 diagnosised cats, 54.4% were male, 55% were entire, and the European is the predominant race. The FIV infection preferential reaches the cats with more than 6 years while, in the FeLV infection and the coinfection for the two retrovirus are infected the cats with less than 4 years. Of positives diagnosis cases, 75.8% had outside access, 55.8% contacted with other cats, and that 44.2% sociabilited also with diagnosis cats. The main clinical signs presented by the 109 sick positive diagnosis cats had been the depression (52.3%), the anorexia (49.5%), the respiratory signs (22.02%) and the skin wounds (17.4%), already in relation to the haematological abnormalities, one met anaemia in 42.5%, the leucopenia in 27.95% and leucocytosis in 32,35% of sick positive cases. We did not found a linking between the retroviral infection and presence of feline infectious peritonitis. Already in relation to lymphoma, it was present in 8.3% of the sick positive cats, more in the FeLV infection and in the mediastinal form. All sick positive cats had gotten symptomatic treatment however, only 8.33% received antiretroviral therapy. Although many owners have adopted euthanasia after a positive result in diagnosis, 60% of the diagnosised cats presents alive at least, actuality. A decision for treatment or for euthanasia should never be based solely on the presence of a retrovirus infection, with proper care many retrovirus-infected cats may live for several years with good quality of live. Each time more it is important to get a further deepened knowledge on these debilitating illnesses that, in case of the feline immunodeficiency affect the animal for all its life, in order to supply one better quality of life and prolongs the life expectation to ours pets.2012-11-13T16:30:34Z2009-01-01T00:00:00Z2009info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/2146pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessOliveira, Sandra de Almeidareponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:51:21Zoai:repositorio.utad.pt:10348/2146Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:05:13.847130Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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