Tendência epidemiológica de casos de brucelose em Portugal entre 2002 e 2022

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, João Almeida
Data de Publicação: 2024
Outros Autores: Aires, Joana, Martins, Carla
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.18/9003
Resumo: Introdução: Apesar do sucesso das estratégias de prevenção implementadas no controle da brucelose, Portugal permanece um dos países com maior taxa de notificação por 100 000 habitantes da União Europeia. A monitorização da doença é assim um instrumento essencial para a implementação precoce de medidas de prevenção, de forma a limitar a ocorrência de surtos na população. Objetivo: Analisar a tendência temporal dos casos notificados de brucelose em Portugal, entre 2002 e 2022. Material e Métodos Estudo observacional retrospetivo baseado nos casos notificados de brucelose em Portugal (2002-2022). Os dados foram recolhidos a partir da DGS, ECDC e INE. Estatística descritiva e análise da tendência temporal foram realizadas em termos globais, por sexo e faixa etária. Resultados: Entre 2002 e 2022, foram notificados 1435 casos de brucelose, a maioria do sexo masculino (60.1%), com idade compreendidas entre 25 e 64 anos (68.8%). A variação percentual média anual (AAPC) da incidência apresentou uma tendência decrescente estatisticamente significativa (-11.1%, 2002-2022). Analisando a tendência da variação percentual anual (APC) observou-se três períodos distintos: entre 2002-2008 houve uma tendência decrescente estatisticamente significativa (-15.3%), entre 2008-2011 houve uma tendência crescente não significativa (+2.4%), e entre 2011-2022 houve uma tendência decrescente estatisticamente significativa (-14.5%). Apesar da incidência da doença ser maior nos homens do que nas mulheres, na maioria dos anos, a incidência nos homens e mulheres apresentou uma tendência decrescente estatisticamente significativa (AAPC=-11.3% e -10.5%, respetivamente) muito próxima. Foi igualmente observada uma tendência decrescente de incidência estatisticamente significativa em todas as faixas etárias analisadas. Conclusão: Nos últimos vinte anos, a incidência de brucelose diminuiu significativamente, refletindo os avanços significativos no controlo e prevenção da doença. Vários fatores poderão contribuir para esta diminuição: a melhoria do sistema de notificação, mudanças socioeconómicas, educação/consciencialização e os programas de erradicação da brucelose animal. A tendência observada confirma o sucesso das intervenções adotadas, no entanto, também confirma que a brucelose não está erradicada em Portugal. De forma a manter a tendência decrescente, é essencial a vigilância de casos para desenvolver estratégias para controlar a brucelose, não apenas a nível humano, mas também a nível animal e ambiental
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