Abordagem pré-hospitalar das pessoas com doença mental grave em crise

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nina, Andreia Andrade Coelho
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://web.esenfc.pt/?url=Ks4HYcGW
Resumo: O presente trabalho, realizado no âmbito do IV Mestrado em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, visou indagar como é realizada a abordagem Pré-Hospitalar dos das pessoas com Doença Mental Grave (DMG) descompensadas (crise) na região Centro do País (Distrito de Coimbra), tendo como principais objetivos: conhecer o tipo de intervenção que é realizada ao Doente Mental Grave em situação de descompensação/crise em ambiente pré-hospitalar; identificar os profissionais envolvidos na abordagem em ambiente pré-hospitalar das situações de descompensação; identificar os protocolos de atuação (guidelines) definidos para estas situações, por parte do INEM; conhecer a opinião dos intervenientes no processo acerca da pertinência da criação de uma Unidade de Intervenção em Crise. Tendo-se optado por uma metodologia qualitativa baseada na análise de conteúdo a entrevistas feitas a pessoas que se considerou que conhecem a problemática em estudo, a amostra ficou constituída por 20 participantes: 2 agentes da Guarda Nacional Republicana (GNR), 1 enfermeiro da Ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV); 7 enfermeiros da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), 3 médicos da VMER, 1 psicóloga do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), 6 Técnicos de Ambulância de Emergência (TAE). Relativamente aos resultados obtidos no estudo acerca da ?atuação perante uma pessoa com doença mental grave em contexto de descompensação?, os principais destaques vão para a contenção química e física, o envolvimento da família/cuidador principal, a intervenção da GNR, identificação da situação/meio envolvente/segurança, assegurar a segurança do doente, garantir a segurança da equipa, orientações do CODU e convencer/interagir com o doente; na segunda categoria ?dificuldades na prestação de cuidados às pessoas com doença mental grave em situações de descompensação?, as subcategorias mais referidas foram a pouca formação na área, a dificuldade em entrar no ?mundo? da psiquiatria, a ausência de retaguarda e a não-aceitação do doente; relativamente à terceira categoria ?conhecimento de algum protocolo de atuação (?guidelines?) na instituição onde exerce funções? a que reuniu mais consenso foi a ausência de protocolo/guidelines; em relação à quarta categoria ?conhecimento da existência de alguma Unidade de Intervenção em Crise em Portugal?, a maioria dos entrevistados não tinham conhecimento;o mesmo que respeita à quinta categoria ?conhecimento da existência e sua pertinência/implementação de uma Unidade de Intervenção em Crise em Coimbra? embora considerem relevante a sua implementação; na sexta categoria ?profissionais que devem fazer parte da Unidade de Intervenção em Crise na Região de Coimbra? os mais referidos são o psicólogo, os médicos (psiquiatras), os enfermeiros do EESM, as autoridades e assistentes sociais; na sétima categoria ?papel do EESM na Unidade de Intervenção em Crise?, foi reconhecido a sua competência e papel ativo como uma mais-valia para a Unidade de Intervenção em Crise; por fim e na oitava categoria ?a importância da formação contínua dos profissionais intervenientes? foi reconhecido o défice de formação específica na área, a necessidade de formação contínua e existência de formação estandardizada para todos os profissionais que atuam em situação de descompensação em pessoas com DMG em contexto pré-hospitalar. Sugere-se assim a criação de uma Unidade de Intervenção em Crise (UIC), que traria benefícios para os utentes e famílias, facilitando uma resposta rápida e especializada na situação de crise, através do envolvimento dos EESM, não só na abordagem inicial, tratamento e encaminhamento do doente em situação em crise, como o acompanhamento no domicílio durante a fase da crise nos casos que não requerem internamento.
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