Dinamica entre profissionais de saúde e doentes: Contributos para a gestão da qualidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Manuel Agostinho Matos
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/8901
Resumo: A concepção tradicional do relacionamento entre profissionais de saúde e doentes, baseada numa atitude paternalista dos profissionais encontra-se posta em causa. A evolução da sociedade, (Taylor, 1997; Pearson & Vaughan, 1992; May,1990), e as directrizes actuais para o relacionamento de qualidade, (Donabedian, 1980, 2003; Health Care Quality Steering Committee, sd; Pisco & Biscaia, 2001; Lengnick-Hall, 1995) algumas delas emitidas por organismos como a OMS, (WHO, 1986,1997b, 1998,1999) implica novas abordagens da prática de cuidados e de promoção da saúde, com maior respeito pela autonomia do doente enquanto cidadão, incluída numa perspectiva mais ampla da qualidade dos serviços de saúde. Com este enquadramento procurou-se identificar qual a dinâmica do relacionamento entre profissionais de saúde e doentes, que melhor se adapta à gestão da qualidade na saúde, sendo ao mesmo tempo, adequada à realidade clínica e sociológica actual. Face à natureza do problema optou-se por uma abordagem qualitativa – Fenomenografia. Esta abordagem procura identificar a diversidade de concepções que os informantes têm sobre determinado fenómeno. A técnica de colheita de dados adoptada foi a entrevista semi-estruturada de todos os médicos (5), de 10 enfermeiras e de 12 doentes, gravadas em registo áudio. Seguiu-se um período de observação que permitiu ao investigador conhecer o contexto do fenómeno em estudo. Como resultados, identificaram-se três modelos de relacionamento clínico: de beneficência, de negociação parcial e de autodeterminação. O componente central para a escolha do modelo adoptado em cada momento é a definição de competência do doente e o estado de organização da doença. Em função destes parâmetros adoptar-se-à um modelo de relacionamento de menor ou de maior envolvimento do doente nos cuidados que lhe são prestados, dando origem aos modelos de relacionamento dinâmicos de: Beneficência-negociação parcial; beneficência-autodeterminação e negociação parcial-autodeterminação. De acordo com o modelo adoptado, são utilizados pelos profissionais como instrumentos desse relacionamento: O processo informativo, a persuasão e o envolvimento dos familiares. Todo este processo é dinâmico e exige o conhecimento do doente em cada momento, de modo a permitir que todos os elementos da equipa tratem cada doente de forma individualizada.
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