Resultados da Operação de Hartmann e reconstituição do trânsito intestinal - Que doentes selecionar? A realidade no distrito de Castelo Branco

• Autor(a) principal: Alexandre, Diana Frazão
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/13461
• topic: Cólon; Diverticulite; Hartmann; Neoplasia; Reconstituição; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina

Introdução A operação de Hartmann, descrita pela primeira vez em 1921 por Henri Albert Hartmann, consiste na resseção da região retossigmoide, criação de uma colostomia terminal e oclusão da ampola retal. Atualmente, a indicação mais comum para este procedimento é a perfuração/obstrução do cólon distal ou reto, geralmente secundária a diverticulite ou processo neoplásico. A reconstituição posterior do trânsito intestinal tem sido historicamente associada a uma elevada taxa de complicações, atribuível tanto às caraterísticas dos utentes quanto à complexidade técnica desta operação. Objetivo Este estudo tem como objetivo a descrição das caraterísticas dos doentes submetidos à Operação de Hartmann e da cirurgia de reconstituição do trânsito intestinal na população do distrito de Castelo Branco, numa tentativa de definir os critérios de seleção dos doentes que devem ser submetidos à cirurgia de reversão. Métodos O presente estudo carateriza-se pela recolha retrospetiva de informação correspondente ao intervalo de tempo entre 2011 e 2020 dos pacientes submetidos à Operação de Hartmann no distrito de Castelo Branco. Resultados O estudo incluiu 139 pacientes. As indicações mais frequentes para a Operação de Hartmann foram o adenocarcinoma do cólon sigmoide (44,6%), seguido da diverticulite (18,7%) e do vólvulo do sigmoide (5,0%). A taxa de complicações geral da cirurgia de Hartmann foi de 56,8% e a taxa de mortalidade pós-operatória (<30 dias) foi de 13,7%. A taxa de reconstrução intestinal no nosso estudo foi relativamente baixa (29,2%), associada a uma significativa taxa de complicações (21,2%). Conclusão A taxa de complicações da cirurgia de reversão nesta série de doentes é semelhante à reportada na literatura internacional. Assim, a reconstituição do trânsito intestinal nos utentes do distrito de Castelo Branco, selecionados com base na idade, patologia e Índice de Charlson, parece ser uma cirurgia segura com taxas de morbilidade aceitáveis e deve ser considerada como uma opção para os pacientes.