A Nation in a World: The Echoes of the Representations of the "German Nation" Internacional Status-Seeking Practices
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/115964 |
Resumo: | Esta investigação tem como principal argumento que diferentes representações da ‘nação alemã’ ressoam nas práticas de procura de um estatuto internacional, contribuindo para a desconstrução da premissa de que processos domésticos e internacionais devem ser separados no estudo das Relações Internacionais (RI). Ao invés, esta dissertação, inspirada na gramática sociológica do sociólogo francês, Pierre Bourdieu, e na ‘viragem da prática’, argumenta que estes processos estão inerentemente relacionados, porque qualquer agente, seja um ‘estado-nação’, nasce dentro de um jogo social que já decorre, o ‘campo transnacional do poder’. Neste ‘jogo duplo’, os líderes dos Estados olham para dentro, mas também competem uns com os outros, pelo ‘poder’ de definir o princípio legítimo de divisão e legitimação (um nomos), enquanto doxa incontestável da política mundial. Neste sentido, se uma representação da ‘nação alemã’, uma categoria simbólica que é objetivada e subjetivada em estruturas mentais, na história internalizada, dos agentes, muda – isto é, se os elementos constitutivos (e.g. natureza introvertida) acoplados se transformam –, então, a maneira como os líderes alemães procuram estatuto internacional irá mudar concordantemente; tal como a intensidade das preocupações em torno de um estatuto internacional nas narrativas nacionais, no esforço incessante de fazer coincidir as representações ao estatuto internacional reconhecido intersubjetivamente. O último, como será proposto, deverá ser compreendido como uma matéria de “distinção”, um traço intrínseco da política internacional, a qual parece estratificada em vários campos sociais, do que anárquica, como as abordagens mainstreans das RI tendem a retratar. Para compreender o processo de construir, imaginar ou inventar, a ‘nação alemã’, este contributo avança um modelo de análise, teórico e heurístico, do nacionalismo. O nacionalismo é entendido como uma prática, que mobiliza e reproduz a categoria da ‘nação’, inventada por intelectuais (em particular, académicos e historiadores), os quais, sendo dominados-dominantes, são coniventes com os líderes de Estado, i.e. os dominadores-dominantes. Só apreendendo a discussão intelectual em torno da ‘nação alemã’, que inclui sempre uma dimensão externa – isto é, não só a posição que a ‘nação’ detém em relação a outras ‘nações’, mas também a natureza dessas relações em si mesmas –, se pode compreender a sua ligação ao Estado, que precisa da primeira para manter a estabilidade da ordem doméstica e, além disso, para justificar e legitimar as práticas de procura de um estatuto internacional. Pese embora as últimas se relacionem, ainda, com o ‘sentido prático internacional’, denotado pela doxa consolidada. Esta dissertação foca-se no caso alemão, um único estudo de caso, ainda que alargado por uma análise diacrónica desde as primeiras discussões da ‘nação alemã’, até ao final da Segunda Guerra Mundial, quando o nacionalismo dos líderes e intelectuais alemães foi responsável pela transformação dos elementos acoplados à categoria simbólica da ‘nação alemã’. Não obstante, a dissertação argumenta que as preocupações com um estatuto internacional continuaram a ser processos presentes, e que o projeto de integração europeia deve ser entendido como um eco da ideia de que as reconstruções da Europa e da Alemanha eram duas faces da mesma moeda, como a análise dos minutos parlamentares do Bundestag ilustra. |
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A Nation in a World: The Echoes of the Representations of the "German Nation" Internacional Status-Seeking PracticesAlemanhaComunidade internacionalTeoria das Relações InternacionaisNacionalismo AlemãoEstatuto InternacionalHistória das Relações InternacionaisViragem da PráticaPierre BourdieuInternational Relations TheoryGerman NationalismInternational StatusHistory of International RelationsHistory of Modern GermanyPractice-TurnDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências PolíticasEsta investigação tem como principal argumento que diferentes representações da ‘nação alemã’ ressoam nas práticas de procura de um estatuto internacional, contribuindo para a desconstrução da premissa de que processos domésticos e internacionais devem ser separados no estudo das Relações Internacionais (RI). Ao invés, esta dissertação, inspirada na gramática sociológica do sociólogo francês, Pierre Bourdieu, e na ‘viragem da prática’, argumenta que estes processos estão inerentemente relacionados, porque qualquer agente, seja um ‘estado-nação’, nasce dentro de um jogo social que já decorre, o ‘campo transnacional do poder’. Neste ‘jogo duplo’, os líderes dos Estados olham para dentro, mas também competem uns com os outros, pelo ‘poder’ de definir o princípio legítimo de divisão e legitimação (um nomos), enquanto doxa incontestável da política mundial. Neste sentido, se uma representação da ‘nação alemã’, uma categoria simbólica que é objetivada e subjetivada em estruturas mentais, na história internalizada, dos agentes, muda – isto é, se os elementos constitutivos (e.g. natureza introvertida) acoplados se transformam –, então, a maneira como os líderes alemães procuram estatuto internacional irá mudar concordantemente; tal como a intensidade das preocupações em torno de um estatuto internacional nas narrativas nacionais, no esforço incessante de fazer coincidir as representações ao estatuto internacional reconhecido intersubjetivamente. O último, como será proposto, deverá ser compreendido como uma matéria de “distinção”, um traço intrínseco da política internacional, a qual parece estratificada em vários campos sociais, do que anárquica, como as abordagens mainstreans das RI tendem a retratar. Para compreender o processo de construir, imaginar ou inventar, a ‘nação alemã’, este contributo avança um modelo de análise, teórico e heurístico, do nacionalismo. O nacionalismo é entendido como uma prática, que mobiliza e reproduz a categoria da ‘nação’, inventada por intelectuais (em particular, académicos e historiadores), os quais, sendo dominados-dominantes, são coniventes com os líderes de Estado, i.e. os dominadores-dominantes. Só apreendendo a discussão intelectual em torno da ‘nação alemã’, que inclui sempre uma dimensão externa – isto é, não só a posição que a ‘nação’ detém em relação a outras ‘nações’, mas também a natureza dessas relações em si mesmas –, se pode compreender a sua ligação ao Estado, que precisa da primeira para manter a estabilidade da ordem doméstica e, além disso, para justificar e legitimar as práticas de procura de um estatuto internacional. Pese embora as últimas se relacionem, ainda, com o ‘sentido prático internacional’, denotado pela doxa consolidada. Esta dissertação foca-se no caso alemão, um único estudo de caso, ainda que alargado por uma análise diacrónica desde as primeiras discussões da ‘nação alemã’, até ao final da Segunda Guerra Mundial, quando o nacionalismo dos líderes e intelectuais alemães foi responsável pela transformação dos elementos acoplados à categoria simbólica da ‘nação alemã’. Não obstante, a dissertação argumenta que as preocupações com um estatuto internacional continuaram a ser processos presentes, e que o projeto de integração europeia deve ser entendido como um eco da ideia de que as reconstruções da Europa e da Alemanha eram duas faces da mesma moeda, como a análise dos minutos parlamentares do Bundestag ilustra.This research is built on the core argument that different representations of the ‘German nation’ resonate in international status-seeking practices, thus, contributing for the deconstruction of the premise that domestic and international processes should be separate in the study of International Relations (IR). Instead, this dissertation, that draws from the sociological grammar of the French sociologist, Pierre Bourdieu and IR’s Practice-Turn, argues that these processes are inherently interrelated, because every agent, as a ‘nation-state’ is born within the already on-going social game of the ‘transnational field of power’. In this ‘double game’, state leaders look to the inside, but also compete against each other, for the ‘power’ to define the legitimate principle of division and legitimation (a nomos), as the unquestioned doxa of world politics. In this sense, if the representation of the ‘German nation’, a symbolic category that is ‘objectified’, and ‘subjectified’ in the mental structures, in the internalized history, of national agents, changes – that is, if the constitutive elements (e.g. introvert nature) attached to it are transformed –, then, the manner according to which German leaders seek international status will change accordingly; as will the intensity of international status concerns in national narratives, in the incessant attempt to make those representations equate to the intersubjectively recognised international status. The latter, as will be proposed, should be understood as a matter of “distinction”, an intrinsic trait of international politics, which seems rather stratified by manifold social fields, rather than anarchic, as IR mainstream accounts tend to portray. To understand the process of constructing, imagining or inventing, the ‘German nation’, this work advances a theoretical, heuristic model of analysis of nationalism. Nationalism is understood as a practice, which mobilises and in fact reproduces the category of ‘nation’, invented by intellectuals (especially, scholars or historians), who, being dominated dominants, are connivant with the state leaders, i.e. the dominant dominants. Only by grasping the intellectual discussion of the ‘German nation’, which always entails an external dimension – that is, not only the position that the ‘nation’ detains in relation to other ‘nations’, but also the nature of that relations themselves –, could one understand its bond to the state, which needs the former to maintain the stability of the domestic order and, moreover, to justify and legitimate its international status-seeking practices. These yet, nonetheless, relate, too, to the ‘international practical sense’ denoted by the consolidated doxa. The dissertation focuses on the German case, a single case study, yet through a diachronic analysis extended since the first discussions of a ‘German nation’, until the end of the Second World War, when German leaders and intellectuals’ nationalism was responsible for the transformation of the elements attached to the symbolic category of the ‘German nation’. Nevertheless, the dissertation argues that international status concerns continued to be everpresent processes, and the European integration project should be grasped as a resonance of the idea that the reconstruction of Europe and Germany were two faces of the same coin, as the analysis of Bundestag minutes illustrates.Resende, Madalena MeyerMonteiro, NunoRUNRocha, Bruno Miguel Correia2021-04-22T17:10:37Z2021-01-132020-11-302021-01-13T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/115964TID:202695166enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:58:32Zoai:run.unl.pt:10362/115964Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:42:54.145584Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Esta investigação tem como principal argumento que diferentes representações da ‘nação alemã’ ressoam nas práticas de procura de um estatuto internacional, contribuindo para a desconstrução da premissa de que processos domésticos e internacionais devem ser separados no estudo das Relações Internacionais (RI). Ao invés, esta dissertação, inspirada na gramática sociológica do sociólogo francês, Pierre Bourdieu, e na ‘viragem da prática’, argumenta que estes processos estão inerentemente relacionados, porque qualquer agente, seja um ‘estado-nação’, nasce dentro de um jogo social que já decorre, o ‘campo transnacional do poder’. Neste ‘jogo duplo’, os líderes dos Estados olham para dentro, mas também competem uns com os outros, pelo ‘poder’ de definir o princípio legítimo de divisão e legitimação (um nomos), enquanto doxa incontestável da política mundial. Neste sentido, se uma representação da ‘nação alemã’, uma categoria simbólica que é objetivada e subjetivada em estruturas mentais, na história internalizada, dos agentes, muda – isto é, se os elementos constitutivos (e.g. natureza introvertida) acoplados se transformam –, então, a maneira como os líderes alemães procuram estatuto internacional irá mudar concordantemente; tal como a intensidade das preocupações em torno de um estatuto internacional nas narrativas nacionais, no esforço incessante de fazer coincidir as representações ao estatuto internacional reconhecido intersubjetivamente. O último, como será proposto, deverá ser compreendido como uma matéria de “distinção”, um traço intrínseco da política internacional, a qual parece estratificada em vários campos sociais, do que anárquica, como as abordagens mainstreans das RI tendem a retratar. Para compreender o processo de construir, imaginar ou inventar, a ‘nação alemã’, este contributo avança um modelo de análise, teórico e heurístico, do nacionalismo. O nacionalismo é entendido como uma prática, que mobiliza e reproduz a categoria da ‘nação’, inventada por intelectuais (em particular, académicos e historiadores), os quais, sendo dominados-dominantes, são coniventes com os líderes de Estado, i.e. os dominadores-dominantes. Só apreendendo a discussão intelectual em torno da ‘nação alemã’, que inclui sempre uma dimensão externa – isto é, não só a posição que a ‘nação’ detém em relação a outras ‘nações’, mas também a natureza dessas relações em si mesmas –, se pode compreender a sua ligação ao Estado, que precisa da primeira para manter a estabilidade da ordem doméstica e, além disso, para justificar e legitimar as práticas de procura de um estatuto internacional. Pese embora as últimas se relacionem, ainda, com o ‘sentido prático internacional’, denotado pela doxa consolidada. Esta dissertação foca-se no caso alemão, um único estudo de caso, ainda que alargado por uma análise diacrónica desde as primeiras discussões da ‘nação alemã’, até ao final da Segunda Guerra Mundial, quando o nacionalismo dos líderes e intelectuais alemães foi responsável pela transformação dos elementos acoplados à categoria simbólica da ‘nação alemã’. Não obstante, a dissertação argumenta que as preocupações com um estatuto internacional continuaram a ser processos presentes, e que o projeto de integração europeia deve ser entendido como um eco da ideia de que as reconstruções da Europa e da Alemanha eram duas faces da mesma moeda, como a análise dos minutos parlamentares do Bundestag ilustra. |
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