A representação da doença e o coping na pessoa com tumor do aparelho locomotor
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/17719 |
Resumo: | No âmbito da evidência prática, no contexto da prestação de cuidados a pessoas com tumor do aparelho locomotor, constatamos que a doença oncológica acarreta alterações drásticas no estilo de vida das pessoas, para as quais não estão preparadas, não dispondo de estratégias adequadas para se adaptarem à nova situação de vida. Este processo é brusco e inesperado, sendo influenciado pela representação que as pessoas têm da sua doença. Com este estudo pretendemos conhecer a representação da doença e o coping das pessoas com tumor do aparelho locomotor. O aprofundar do conhecimento sobre a representação da doença, vai permitir identificar focos de atenção de enfermagem no domínio da adaptação, com vista a ajudar as pessoas com tumor do aparelho locomotor no seu processo de transição. Na tentativa de melhor conhecer este fenómeno, realizámos um estudo descritivo-correlacional, através do qual pretendemos compreender a representação da doença nas pessoas com tumor do aparelho locomotor, determinar a existência de relação com as estratégias de coping, com variáveis sócio-demográficas e clínicas. A amostra do estudo é constituída por 64 pessoas com tumor do aparelho locomotor, uma semana após iniciar tratamento com quimioterapia, no período de Janeiro a Junho de 2009, internados no serviço de Ortopedia B - Unidade de Tumores do Aparelho Locomotor dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).. Desta forma, temos uma amostra não probabilística acidental, constituída por pessoas entre os 40-49 anos, repartidos entre os dois géneros (34 representam o sexo masculino e 30 representam o sexo feminino), com formação do ensino superior (40,60%). Relativamente à categorização profissional, são essencialmente operários especializados e semi-especializados, pequenos comerciantes e proprietários agrícolas, dos quais 67,20% são activos. Apresentam como características clínicas o tempo decorrido após o diagnóstico de tumor, que se situa entre os seis e os dezassete meses (59,40%) e a vivência de experiências de doença oncológica, com familiares (53,90% da amostra). Os sintomas mais frequentemente referidos são os vómitos/náuseas e cansaço, correspondentes a 82,80% da amostra, seguida pela queda de cabelo que corresponde a 62,50% da amostra. Para obtermos uma representação fiável das variáveis em estudo, recorremos a três instrumentos de colheita de dados: o questionário sócio-demográfico, o Revised Illness Perception Questionnaire (IPQ-R) e o Inventário de Resolução de Problemas (IRP). Verificámos que as pessoas da amostra apresentam uma forte representação da doença que explica, através de um modelo de regressão linear, 79,90% das estratégias de coping utilizadas. Neste sentido, as pessoas que têm a percepção de estar a viver uma doença crónica (“Duração aguda/crónica), as que têm a percepção de estar a viver uma doença periódica (“Duração cíclica”) e as pessoas que atribuem significados emotivos à doença (“Representação emocional”), usam mais estratégias de coping no geral, sendo que as estratégias de resolução de problemas mais usadas pelas pessoas da amostra são o “Confronto e resolução activa dos problemas”, as “Estratégias de controlo das emoções” e a “Agressividade internalizada/externalizada”. A representação da doença varia de acordo com o tempo de diagnóstico do tumor, visto que o factor “Coerência da doença” aumenta de acordo com o tempo decorrido após o diagnóstico do tumor e o factor “Representação emocional” diminui à medida que o tempo decorrido após o diagnóstico do tumor aumenta. Verificamos também que a representação da doença se correlaciona negativamente com a idade nos factores “Duração (aguda/cíclica)” e “Controlo pessoal”, ou seja, à medida que a idade aumenta, a representação da doença diminui nos factores “Duração (aguda/cíclica)” e no “Controlo pessoal”. |
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A representação da doença e o coping na pessoa com tumor do aparelho locomotorDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da SaúdeNo âmbito da evidência prática, no contexto da prestação de cuidados a pessoas com tumor do aparelho locomotor, constatamos que a doença oncológica acarreta alterações drásticas no estilo de vida das pessoas, para as quais não estão preparadas, não dispondo de estratégias adequadas para se adaptarem à nova situação de vida. Este processo é brusco e inesperado, sendo influenciado pela representação que as pessoas têm da sua doença. Com este estudo pretendemos conhecer a representação da doença e o coping das pessoas com tumor do aparelho locomotor. O aprofundar do conhecimento sobre a representação da doença, vai permitir identificar focos de atenção de enfermagem no domínio da adaptação, com vista a ajudar as pessoas com tumor do aparelho locomotor no seu processo de transição. Na tentativa de melhor conhecer este fenómeno, realizámos um estudo descritivo-correlacional, através do qual pretendemos compreender a representação da doença nas pessoas com tumor do aparelho locomotor, determinar a existência de relação com as estratégias de coping, com variáveis sócio-demográficas e clínicas. A amostra do estudo é constituída por 64 pessoas com tumor do aparelho locomotor, uma semana após iniciar tratamento com quimioterapia, no período de Janeiro a Junho de 2009, internados no serviço de Ortopedia B - Unidade de Tumores do Aparelho Locomotor dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).. Desta forma, temos uma amostra não probabilística acidental, constituída por pessoas entre os 40-49 anos, repartidos entre os dois géneros (34 representam o sexo masculino e 30 representam o sexo feminino), com formação do ensino superior (40,60%). Relativamente à categorização profissional, são essencialmente operários especializados e semi-especializados, pequenos comerciantes e proprietários agrícolas, dos quais 67,20% são activos. Apresentam como características clínicas o tempo decorrido após o diagnóstico de tumor, que se situa entre os seis e os dezassete meses (59,40%) e a vivência de experiências de doença oncológica, com familiares (53,90% da amostra). Os sintomas mais frequentemente referidos são os vómitos/náuseas e cansaço, correspondentes a 82,80% da amostra, seguida pela queda de cabelo que corresponde a 62,50% da amostra. Para obtermos uma representação fiável das variáveis em estudo, recorremos a três instrumentos de colheita de dados: o questionário sócio-demográfico, o Revised Illness Perception Questionnaire (IPQ-R) e o Inventário de Resolução de Problemas (IRP). Verificámos que as pessoas da amostra apresentam uma forte representação da doença que explica, através de um modelo de regressão linear, 79,90% das estratégias de coping utilizadas. Neste sentido, as pessoas que têm a percepção de estar a viver uma doença crónica (“Duração aguda/crónica), as que têm a percepção de estar a viver uma doença periódica (“Duração cíclica”) e as pessoas que atribuem significados emotivos à doença (“Representação emocional”), usam mais estratégias de coping no geral, sendo que as estratégias de resolução de problemas mais usadas pelas pessoas da amostra são o “Confronto e resolução activa dos problemas”, as “Estratégias de controlo das emoções” e a “Agressividade internalizada/externalizada”. A representação da doença varia de acordo com o tempo de diagnóstico do tumor, visto que o factor “Coerência da doença” aumenta de acordo com o tempo decorrido após o diagnóstico do tumor e o factor “Representação emocional” diminui à medida que o tempo decorrido após o diagnóstico do tumor aumenta. Verificamos também que a representação da doença se correlaciona negativamente com a idade nos factores “Duração (aguda/cíclica)” e “Controlo pessoal”, ou seja, à medida que a idade aumenta, a representação da doença diminui nos factores “Duração (aguda/cíclica)” e no “Controlo pessoal”.As part of the evidence of practice, in the context of providing nursing care to individuals with bone and soft tissue tumors, we found that malignant disease causes drastic changes in lifestyle of individuals for which they are unprepared, lacking adequate strategies to adapt to the new life situation. This process is sudden and unexpected, and is influenced by the image that individuals have of their illness. The aim of this study is to better understand the disease representation and coping strategies of individuals with soft and bone tissue tumors. The deepening of knowledge about the representation of disease in individuals with locomotor system tumors, will allow to identify nursing focus of intervention in the adaptation area in order to help individuals with bone and soft tissue tumors in its transition process. In the attempt to understand this phenomenon, we conducted a descriptive, correlational study, through wich we tried to identify the representation of the disease, and determine the existence of a relationship with coping strategies and sociodemographic and clinical data. The sample study comprises 64 patients with bone and soft tissue tumors, a week after starting chemotherapy treatment, in the period from January to June 2009, admitted in Orthopaedics B - Soft and Bone Tissue Tumors Unit, of Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). Thus, we used a non-probability accidental sample consisting of individuals between 40-49 years, divided between the two genders (34 males and 30 females), with the tertiary level education (40.60%). Regarding the professional categorization, the sample individuals are mainly semi-skilled workers, small businessmen and landowners, of which 67.20% are active. As clinical variables we have the time elapsed since the diagnosis of bone and soft tissue tumor and the experience of previous forms of chronic disease. The most frequent symptoms refered were vomiting/nausea and fatigue corresponding to 82.80% of the sample, followed by hair loss that corresponds to 62.50% of the sample. To obtain a reliable representation of the variables under study, we used three data collection tools: a socio-demographic questionnaire, the Illness Perception Questionnaire Revised (IPQ-R) and Problem-Solving Inventory (IRP). We found that the surveyed individuals have a strong disease representation that explains, through a linear regression model, 79.90% coping strategies used. In this sense, individuals who perceive to be living a chronic illness ("Length acute/chronic”),who have the perception to be living a recurrent disease ("Length cyclical") and that individuals attach emotional meanings to illness (“Emotional Representation”), use more coping strategies in general. The coping strategies more often used by individuals in the sample, are "Active confrontation and resolution of problems", "Strategies for emotions control " and "Aggressiveness internalized / externalized”. The illness representation varies with the time of tumor diagnosis, whereas the factor "Consistency of disease” increases with the time elapsed after the tumor diagnosis, and the factor “Emotional representation" decreases as the time elapsed after tumor diagnosis increases. We also found that the illness representation is negatively correlated with age in the factors "Duration (acute/cyclic)" and "Personal control", ie as age increases, the representation of the disease reduces the factors "Length (acute/ cycle) "and "Personal control ".Queirós, Paulo Joaquim PinaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaMargato, Rui Manuel Jarró2015-05-25T15:15:40Z201020102010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/17719porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-15T01:40:45Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/17719Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:14:48.373395Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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No âmbito da evidência prática, no contexto da prestação de cuidados a pessoas com tumor do aparelho locomotor, constatamos que a doença oncológica acarreta alterações drásticas no estilo de vida das pessoas, para as quais não estão preparadas, não dispondo de estratégias adequadas para se adaptarem à nova situação de vida. Este processo é brusco e inesperado, sendo influenciado pela representação que as pessoas têm da sua doença. Com este estudo pretendemos conhecer a representação da doença e o coping das pessoas com tumor do aparelho locomotor. O aprofundar do conhecimento sobre a representação da doença, vai permitir identificar focos de atenção de enfermagem no domínio da adaptação, com vista a ajudar as pessoas com tumor do aparelho locomotor no seu processo de transição. Na tentativa de melhor conhecer este fenómeno, realizámos um estudo descritivo-correlacional, através do qual pretendemos compreender a representação da doença nas pessoas com tumor do aparelho locomotor, determinar a existência de relação com as estratégias de coping, com variáveis sócio-demográficas e clínicas. A amostra do estudo é constituída por 64 pessoas com tumor do aparelho locomotor, uma semana após iniciar tratamento com quimioterapia, no período de Janeiro a Junho de 2009, internados no serviço de Ortopedia B - Unidade de Tumores do Aparelho Locomotor dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).. Desta forma, temos uma amostra não probabilística acidental, constituída por pessoas entre os 40-49 anos, repartidos entre os dois géneros (34 representam o sexo masculino e 30 representam o sexo feminino), com formação do ensino superior (40,60%). Relativamente à categorização profissional, são essencialmente operários especializados e semi-especializados, pequenos comerciantes e proprietários agrícolas, dos quais 67,20% são activos. Apresentam como características clínicas o tempo decorrido após o diagnóstico de tumor, que se situa entre os seis e os dezassete meses (59,40%) e a vivência de experiências de doença oncológica, com familiares (53,90% da amostra). Os sintomas mais frequentemente referidos são os vómitos/náuseas e cansaço, correspondentes a 82,80% da amostra, seguida pela queda de cabelo que corresponde a 62,50% da amostra. Para obtermos uma representação fiável das variáveis em estudo, recorremos a três instrumentos de colheita de dados: o questionário sócio-demográfico, o Revised Illness Perception Questionnaire (IPQ-R) e o Inventário de Resolução de Problemas (IRP). Verificámos que as pessoas da amostra apresentam uma forte representação da doença que explica, através de um modelo de regressão linear, 79,90% das estratégias de coping utilizadas. Neste sentido, as pessoas que têm a percepção de estar a viver uma doença crónica (“Duração aguda/crónica), as que têm a percepção de estar a viver uma doença periódica (“Duração cíclica”) e as pessoas que atribuem significados emotivos à doença (“Representação emocional”), usam mais estratégias de coping no geral, sendo que as estratégias de resolução de problemas mais usadas pelas pessoas da amostra são o “Confronto e resolução activa dos problemas”, as “Estratégias de controlo das emoções” e a “Agressividade internalizada/externalizada”. A representação da doença varia de acordo com o tempo de diagnóstico do tumor, visto que o factor “Coerência da doença” aumenta de acordo com o tempo decorrido após o diagnóstico do tumor e o factor “Representação emocional” diminui à medida que o tempo decorrido após o diagnóstico do tumor aumenta. Verificamos também que a representação da doença se correlaciona negativamente com a idade nos factores “Duração (aguda/cíclica)” e “Controlo pessoal”, ou seja, à medida que a idade aumenta, a representação da doença diminui nos factores “Duração (aguda/cíclica)” e no “Controlo pessoal”. |
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