Clinical characterization of obese patients in Psychology Service of Prelada Hospital
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.34632/cadernosdesaude.2011.3044 |
Resumo: | A Obesidade e actualmente considerada uma prioridade ao nível dos cuidados de saúde devido as proporções epidémicas que assume em todo o mundo (WHO, 2002). Na sua génese e desenvolvimento podemos encontrar frequentemente a influencia de factores psicológicos, essenciais quando pensamos em intervir nesta problemática. No caso particular da Obesidade Morbida (OM), o tratamento através de cirúrgica bariatrica exige ao doente uma forte adesão aos requisitos pós‑cirúrgicos, através de modificações alimentares e de estilo de vida em geral. Neste sentido, devem ser consideradas algumas variáveis psicológicas e sociodemográficas na avaliação do doente com OM, que nos permitam compreender o processo de doença e adaptar as estratégias de intervenção (Travado et al., 2004). Neste estudo pretende‑se apresentar algumas características sociodemográficas e clinicas de uma amostra de doentes com Obesidade Morbida a aguardar cirúrgica bariatrica em contexto hospitalar. A amostra e constituída por 300 indíviduos (273mulheres; 27 homens), a aguardar cirurgia de colocação de banda gástrica no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital da Prelada. O protocolo de avaliação psicológica inclui uma entrevista clinica semi‑estruturada e instrumentos de auto‑relato que pretendem avaliar dimensões como o comportamento alimentar, qualidade de vida, sintomatologia psicopatológica. Neste breve trabalho apenas analisamos os dados da entrevista clinica semi‑estruturada. Os resultados que obtivemos foram os seguintes: A idade dos doentes obesos em acompanhamento na consulta de Psicologia varia entre os 18 e 68 anos (M=40,85; SD=11.56). Relativamente ao estado civil e numero de filhos, 70,2% dos doentes avaliados são casados e 77% tem um ou mais filhos. Quanto a situação profissional, 16% estão desempregados. No que concerne ao peso dos doentes, este oscila entre os 70kg e os 174kg (M=108,26; SD=17,4), apresentando a amostra um IMC médio de 41,3 kg/m2 (SD=5,7). Cerca de 53% da amostra refere ter antecedentes familiares (1.o grau) de obesidade. Ao analisar a historia clinica, verificamos que 26% da amostra tem acompanhamento regular de Psiquiatria, estando 46% da mesma a fazer medicação antidepressiva e/ou ansiolítica. Como acontecimentos associados ao aumento de peso, 39% dos doentes avaliados atribui esse aumento a(s) gravidez(es) e 32% aos hábitos alimentares. Como consequências do excesso de peso, cerca de 60% dos doentes avaliados salientam os sintomas físicos e problemas funcionais (e.g. dores, cansaço , dificuldades motoras) e 35% a insatisfação com o corpo e a sua auto‑imagem. Em relação aos tratamentos já efectuados, 88% refere ter feito no passado varias tentativas de perda de peso (dietas e medicação) sem sucesso a médio e a longo prazo. Quanto ao comportamento alimentar, cerca de 80% da amostra no momento da 1.a consulta de Psicologia apresenta um padrão incorrecto, associando um aumento da ingestão alimentar a situações de maior stress/estados emocionais negativos. A análise destes resultados permite‑nos perceber que a população de indivíduos em acompanhamento na consulta de Psicologia e que recorre a tratamento da Obesidade no Hospital da Prelada e maioritariamente feminina (91%) e com um IMC que indica a presença de Obesidade de Grau III ou OM. Podemos considerar que o tratamento cirúrgico para grande parte destes doentes surge apos um historial de tentativas anteriores de perda de peso sem sucesso e que os principais factores associados ao desenvolvimento deste problema de saúde relacionam‑se com os padrões alimentares disfuncionais. As consequências, sobretudo físicas, do excesso de peso são apontadas como o principal motivo que conduziu estes doentes a procura de um novo tratamento. De salientar ainda que uma percentagem bastante significativa da amostra refere acompanhamento psiquiátrico regular e quase que metade dos doentes em acompanhamento na consulta de Psicologia encontram‑me medicados para a sintomatologia depressiva e ansiosa. A semelhança do que esta descrito na literatura (Wadden et al., 2007), a analise destas variáveis permite uma caracterização clinica e sociodemográfica dos doentes com obesidade, fundamental quando queremos compreender esta patologia e deste modo planear e ajustar as estratégias de tratamento as especificidades de cada caso. |
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Neste estudo pretende‑se apresentar algumas características sociodemográficas e clinicas de uma amostra de doentes com Obesidade Morbida a aguardar cirúrgica bariatrica em contexto hospitalar. A amostra e constituída por 300 indíviduos (273mulheres; 27 homens), a aguardar cirurgia de colocação de banda gástrica no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital da Prelada. O protocolo de avaliação psicológica inclui uma entrevista clinica semi‑estruturada e instrumentos de auto‑relato que pretendem avaliar dimensões como o comportamento alimentar, qualidade de vida, sintomatologia psicopatológica. Neste breve trabalho apenas analisamos os dados da entrevista clinica semi‑estruturada. Os resultados que obtivemos foram os seguintes: A idade dos doentes obesos em acompanhamento na consulta de Psicologia varia entre os 18 e 68 anos (M=40,85; SD=11.56). Relativamente ao estado civil e numero de filhos, 70,2% dos doentes avaliados são casados e 77% tem um ou mais filhos. 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Em relação aos tratamentos já efectuados, 88% refere ter feito no passado varias tentativas de perda de peso (dietas e medicação) sem sucesso a médio e a longo prazo. Quanto ao comportamento alimentar, cerca de 80% da amostra no momento da 1.a consulta de Psicologia apresenta um padrão incorrecto, associando um aumento da ingestão alimentar a situações de maior stress/estados emocionais negativos. A análise destes resultados permite‑nos perceber que a população de indivíduos em acompanhamento na consulta de Psicologia e que recorre a tratamento da Obesidade no Hospital da Prelada e maioritariamente feminina (91%) e com um IMC que indica a presença de Obesidade de Grau III ou OM. Podemos considerar que o tratamento cirúrgico para grande parte destes doentes surge apos um historial de tentativas anteriores de perda de peso sem sucesso e que os principais factores associados ao desenvolvimento deste problema de saúde relacionam‑se com os padrões alimentares disfuncionais. As consequências, sobretudo físicas, do excesso de peso são apontadas como o principal motivo que conduziu estes doentes a procura de um novo tratamento. De salientar ainda que uma percentagem bastante significativa da amostra refere acompanhamento psiquiátrico regular e quase que metade dos doentes em acompanhamento na consulta de Psicologia encontram‑me medicados para a sintomatologia depressiva e ansiosa. A semelhança do que esta descrito na literatura (Wadden et al., 2007), a analise destas variáveis permite uma caracterização clinica e sociodemográfica dos doentes com obesidade, fundamental quando queremos compreender esta patologia e deste modo planear e ajustar as estratégias de tratamento as especificidades de cada caso.Universidade Católica Portuguesa2011-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://doi.org/10.34632/cadernosdesaude.2011.3044https://doi.org/10.34632/cadernosdesaude.2011.3044Cadernos de Saúde; Vol 4 No Especial (2011): Obesidade; 89-90Cadernos de Saúde; v. 4 n. Especial (2011): Obesidade; 89-902795-43581647-055910.34632/cadernosdesaude.2011.4.Especialreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://revistas.ucp.pt/index.php/cadernosdesaude/article/view/3044https://revistas.ucp.pt/index.php/cadernosdesaude/article/view/3044/2943Direitos de Autor (c) 2011 Filipa Mucha Vieira, Clara Estima Martins, Cláudia Almeida, Débora Coutinho, Lisete Fernandes, Sandra Torreshttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessVieira, Filipa MuchaMartins, Clara EstimaAlmeida, CláudiaCoutinho, DéboraFernandes, LiseteTorres, Sandra2023-10-03T15:47:44Zoai:ojs.revistas.ucp.pt:article/3044Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:33:00.062790Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A Obesidade e actualmente considerada uma prioridade ao nível dos cuidados de saúde devido as proporções epidémicas que assume em todo o mundo (WHO, 2002). Na sua génese e desenvolvimento podemos encontrar frequentemente a influencia de factores psicológicos, essenciais quando pensamos em intervir nesta problemática. No caso particular da Obesidade Morbida (OM), o tratamento através de cirúrgica bariatrica exige ao doente uma forte adesão aos requisitos pós‑cirúrgicos, através de modificações alimentares e de estilo de vida em geral. Neste sentido, devem ser consideradas algumas variáveis psicológicas e sociodemográficas na avaliação do doente com OM, que nos permitam compreender o processo de doença e adaptar as estratégias de intervenção (Travado et al., 2004). Neste estudo pretende‑se apresentar algumas características sociodemográficas e clinicas de uma amostra de doentes com Obesidade Morbida a aguardar cirúrgica bariatrica em contexto hospitalar. A amostra e constituída por 300 indíviduos (273mulheres; 27 homens), a aguardar cirurgia de colocação de banda gástrica no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital da Prelada. O protocolo de avaliação psicológica inclui uma entrevista clinica semi‑estruturada e instrumentos de auto‑relato que pretendem avaliar dimensões como o comportamento alimentar, qualidade de vida, sintomatologia psicopatológica. Neste breve trabalho apenas analisamos os dados da entrevista clinica semi‑estruturada. Os resultados que obtivemos foram os seguintes: A idade dos doentes obesos em acompanhamento na consulta de Psicologia varia entre os 18 e 68 anos (M=40,85; SD=11.56). Relativamente ao estado civil e numero de filhos, 70,2% dos doentes avaliados são casados e 77% tem um ou mais filhos. Quanto a situação profissional, 16% estão desempregados. No que concerne ao peso dos doentes, este oscila entre os 70kg e os 174kg (M=108,26; SD=17,4), apresentando a amostra um IMC médio de 41,3 kg/m2 (SD=5,7). Cerca de 53% da amostra refere ter antecedentes familiares (1.o grau) de obesidade. Ao analisar a historia clinica, verificamos que 26% da amostra tem acompanhamento regular de Psiquiatria, estando 46% da mesma a fazer medicação antidepressiva e/ou ansiolítica. Como acontecimentos associados ao aumento de peso, 39% dos doentes avaliados atribui esse aumento a(s) gravidez(es) e 32% aos hábitos alimentares. Como consequências do excesso de peso, cerca de 60% dos doentes avaliados salientam os sintomas físicos e problemas funcionais (e.g. dores, cansaço , dificuldades motoras) e 35% a insatisfação com o corpo e a sua auto‑imagem. Em relação aos tratamentos já efectuados, 88% refere ter feito no passado varias tentativas de perda de peso (dietas e medicação) sem sucesso a médio e a longo prazo. Quanto ao comportamento alimentar, cerca de 80% da amostra no momento da 1.a consulta de Psicologia apresenta um padrão incorrecto, associando um aumento da ingestão alimentar a situações de maior stress/estados emocionais negativos. A análise destes resultados permite‑nos perceber que a população de indivíduos em acompanhamento na consulta de Psicologia e que recorre a tratamento da Obesidade no Hospital da Prelada e maioritariamente feminina (91%) e com um IMC que indica a presença de Obesidade de Grau III ou OM. Podemos considerar que o tratamento cirúrgico para grande parte destes doentes surge apos um historial de tentativas anteriores de perda de peso sem sucesso e que os principais factores associados ao desenvolvimento deste problema de saúde relacionam‑se com os padrões alimentares disfuncionais. As consequências, sobretudo físicas, do excesso de peso são apontadas como o principal motivo que conduziu estes doentes a procura de um novo tratamento. De salientar ainda que uma percentagem bastante significativa da amostra refere acompanhamento psiquiátrico regular e quase que metade dos doentes em acompanhamento na consulta de Psicologia encontram‑me medicados para a sintomatologia depressiva e ansiosa. A semelhança do que esta descrito na literatura (Wadden et al., 2007), a analise destas variáveis permite uma caracterização clinica e sociodemográfica dos doentes com obesidade, fundamental quando queremos compreender esta patologia e deste modo planear e ajustar as estratégias de tratamento as especificidades de cada caso. |
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