Arquitectura com sentidos : os sentidos como modo de viver a arquitectura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gamboias, Hugo Filipe Duarte
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/24409
Resumo: Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura, apresentada ao Departamento de Arquitectura da F. C. T. da Univ. de Coimbra.
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spelling Arquitectura com sentidos : os sentidos como modo de viver a arquitecturaArquitectura, estudosDissertação de Mestrado Integrado em Arquitectura, apresentada ao Departamento de Arquitectura da F. C. T. da Univ. de Coimbra.“Toda experiência comovente com a arquitectura é multissensorial; as características de espaço, matéria e escala são medidas igualmente pelos nossos olhos, ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. A arquitectura reforça a experiência existencial, a nossa sensação de pertencer ao mundo, e essa é essencialmente uma experiência de reforço de identidade pessoal. Em vez da mera visão, ou dos cinco sentidos clássicos, a arquitectura envolve diversas esferas da experiência sensorial que interagem e fundem entre si.” 1 A arquitectura multissensorial que me proponho a estudar é uma referência e objectivo para o meu futuro na arquitectura. Este curso acompanhou os últimos cinco anos da minha vida, como tal, senti que na dissertação final fazia sentido fazer uma reflexão sobre um tema que sempre me interessou, e apesar de já explorado, continua a ser pertinente. Num período em que a crise económica e política são as palavras do dia, é necessário perceber o papel dos arquitectos. A necessidade de mudança na arquitectura já é uma problemática que vem sendo discutida desde a última década. Os arquitectos têm de lutar por trazer de volta a sensibilidade do ser humano para o espaço. Temos de ter prazer em visitar e viver a arquitectura. Não podemos apenas construir paredes e um tecto que nos proteja, mas sim investir numa arquitectura que nos estimule e viva connosco. Juhani Pallasmaa e Peter Zumthor entre outros exploraram o potencial percepcional que a arquitectura tem na relação dos sentidos humanos com o espaço nas suas obras, respectivamente, Os Olhos da Pele e Atmosferas. Muita da bibliografia escrita sobre a relação que o homem tem com o espaço é o relatar de uma experiência própria. Os sentidos transportam-nos para um plano de subjectividade e que só pode ser vivenciado presencialmente. Neste sentido dividi a dissertação em três capítulos que seguem uma lógica condutora culminando com a análise dos casos de estudo selecionados. No primeiro capítulo abordei os cinco sentidos humanos percebendo o modo como funcionam e a sua relação histórica com a arquitectura. Posteriormente, foi importante explicar de que maneira é que, com o auxílio dos sentidos, a percepcionamos. Para isso entro pelo mundo da filosofia, psicologia e antropologia onde encontro respostas sobre a percepção geral e em particular do espaço arquitectónico. É aqui que percebo que o que experienciamos não depende só dos sentidos mas também da memória. Procuro resposta sobre a relação da memória com a arquitectura e assim concluo que este é um aspecto que é importante para o entendimento individual do espaço. Depois de perceber como vivemos e percepcionamos a arquitectura, passo à História da mesma. O segundo capítulo começa com uma análise histórica da relação dos sentidos com arquitectura. Abordo momentos desde o período Medieval, e quando a arquitectura era dominada pela igreja, até ao Modernismo, passando pelos tratados encontrados no Renascimento. O Modernismo é para mim o ponto viragem da arquitectura. Foi baseada nos princípios de Corbusier que esta arte evoluiu e chega aos nossos dias sob a forma de várias correntes. Por isto, achei pertinente a escolha de quatro obras da época e a sua análise. Corbusier pelos seus princípios modernistas, Frank Lloyd Wright pela arquitectura organicista e Mies van der Rohe pelo seu minimalismo. Como defendo que a arquitectura só pode ser completamente percepcionada através da vivência in loco, reuni testemunhos dessas obras para fortalecer a minha teoria. O percurso segue até a actualidade onde tento entender o papel da arquitectura no campo multissensorial. Mais uma vez selecciono três projectos e os seus respectivos testemunhos que expõe o vivenciar das obras. Tadao Ando com arquitectura de origens orientais, Peter Zumthor pelos seus princípios na concepção de arquitectura e Frank Ghery pela sua arquitectura desconstrutivista. Num mundo onde a visão é o sentido predilecto é necessário entender a diferença entre conhecer um projecto através dos seus desenhos e fotografias, e a visita à obra. É esta problemática que encerra o segundo capítulo. No capítulo 3 começo por explorar a desconstrução como análise arquitectónica e estabeleço uma metodologia a aplicar nos casos de estudo. O Museu Judaico de Daniel Libeskind e da Casa do Cipreste de Raúl Lino foram inicialmente os projectos que seleccionei para analisar e desconstruir. Depois da viagem que fiz a Berlim no sentido de experienciar o caso de estudo, não resisti a trabalhar também paralelamente ao Museu Judaico o Memorial ao Judeus Mortos na Europa de Peter Eisenman pela simplicidade da forma e complexidade sensorial. Posteriormente à descrição da experiência individual analiso cientificamente as passagens mais pertinentes com o objectivo de perceber de que maneira e usando que técnicas podemos explorar os sentidos. Com esta dissertação tenciono criar linhas que orientem o meu futuro e a minha maneira de ver a arquitectura. O mundo actual está demasiado industrializado e as cidades estão sobrelotadas pela construção e os centros históricos continuam a degradar-se. Numa época em que a reabilitação devia ser uma prioridade continuam a comprar-se terrenos e construir novas habitações. É necessário parar para reflectir. É preciso dar sentido com os sentidos à arquitectura. “(...)A arte não deve ser explicada, deve ser sentida. Mas por meio de palavras é possível ajudar os outros a senti-la, e é isso que tentarei fazer aqui.”22013-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/24409http://hdl.handle.net/10316/24409TID:201536714porGamboias, Hugo Filipe Duarte - Arquitectura com sentidos : os sentidos como modo de viver a arquitectura, Coimbra, 2013Gamboias, Hugo Filipe Duarteinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:54Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/24409Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:54:59.676488Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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