Qual a melhor abordagem na terapêutica secundária do enfarte agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/1043 |
Resumo: | Introdução: O enfarte agudo do miocárdio é uma das formas de apresentação da doença coronária aterosclerótica para a qual estão identificados vários factores de risco, alguns dos quais modificáveis. Dentro das diversas situações em que pode manifestar-se, o enfarte agudo do miocárdio com supradesnivelamento ST (EAMSST) é o resultado da oclusão aguda duma das artérias coronárias com um elevado impacto na morbi-mortalidade mundial. A suspensão do fluxo sanguíneo desencadeia um processo de isquémia e necrose tecidular que se desenvolve ao longo do tempo. Sendo prioritária a recanalização do vaso comprometido, tal poderá ser feito através de fármacos por trombólise ou mediante angiografia coronária percutânea (ACP) por cateterismo. Mesmo nos casos inicialmente abordados por trombólise poderá posteriormente indicar-se a realização de ACP de modo a verificar o grau de obstrução dos vasos coronários e assim proceder a uma abordagem secundária mais adequada através da intervenção coronária percutânea (ICP), vir a colocar-se indicação cirúrgica com revascularização através de bypass aortocoronário nos casos da lesão se manifestar mais grave (CG) ou não realizar mais nada (CL). Objectivo: Avaliar os resultados do programa de intervenção coronária do CHCB aos doentes afectados com EAMSST em 2003, estudando a sobrevivência em função das opções terapêuticas e da sua temporização após o evento agudo. Materiais e métodos: Utilizou-se o método retrospectivo, tendo sido consultados os processos dos doentes com o diagnóstico de EAMSST durante o ano 2003. Foram recolhidos dados dos factores de risco, da localização do enfarte, da realização de trombólise durante o evento agudo, da intervenção secundária adoptada, dos internamentos de causa vascular e da ocorrência de mortalidade até 31 de Dezembro de 2007. Os doentes foram agrupados em função do tipo de tratamento a que foram submetidos e do intervalo de tempo que mediou entre o episódio agudo e a realização da angiografia (≤4 e > 4 dias). Estes foram examinados através do programa SPSS® com a análise de frequências, médias e respectivos desvio-padrão, medianas, métodos de regressão logística, curvas de Kaplan-Meier e significância estatística através do qui-quadrado, ANOVA ou log rank test. Resultados e Discussão: 52.2% dos doentes realizaram trombólise, 66% foram submetidos a angiografia coronária e destes 66% foram submetidos a ICP. No que respeita à temporização não se verificam diferenças significativas na mortalidade em qualquer dos tratamentos adoptados (p=0.660 no caso de ACP) pelo que foi retirada esta análise dos restantes parâmetros. No que respeita à média de idades, os doentes mais velhos (74 anos) ficam mais vezes sem tratamento e os mais novos (58 anos) realizam mais ICP (p<0.001). Relativamente ao género, as mulheres destacam-se por não serem submetidas a nenhum tratamento, enquanto o género masculino é abordado com ICP (p=0.014). Poderá existir uma relação significativa nos doentes que são fumadores, têm hipertensão arterial ou dislipidemia e maior abordagem com ICP, no entanto não se demonstra relação com a mortalidade. A doença renal crónica está provavelmente relacionada com a ausência de tratamento secundário (p<0.001), além de se mostrar como um factor de risco acrescido de mortalidade. A realização de trombólise e ICP estão possivelmente associadas (p<0.001) e demonstram mortalidade mais tardia, apesar do efeito da trombólise em ACP não parecer significativamente benéfico (p=0.738). Apenas a demonstração de doença coronária grave no cateterismo aparenta ser um factor de risco acrescido para a ocorrência de internamentos (odds-ratio=5.600; p=0.027) sendo estes medianamente mais precoces (5 meses). Os internamentos ocorreram durante todo o período de seguimento. Realizar qualquer intervenção secundária é sugestiva protecção de mortalidade, demonstrando-se um possível efeito benéfico na sobrevivência (p<0.001), no entanto a diferença entre as três opções não é significativa. É de realçar a significância que a ICP (p<0.001) e a CL (p=0.013) manifestam na ausência de eventos. Conclusão: Realizar qualquer tipo de tratamento secundário é indicado com consequências benéficas, nomeadamente na sobrevivência, utilizando o método de intervenção mais justificado durante a ACP, não existindo diferenças no período de realização pós-evento. |
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Qual a melhor abordagem na terapêutica secundária do enfarte agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST?Enfarte do miocárdioEnfarte agudo do miocárdio - DiagnósticoEnfarte agudo do miocárdioEnfarte agudo do miocárdio - Factores de riscoAngiografia coronáriaTrombóliseIntrodução: O enfarte agudo do miocárdio é uma das formas de apresentação da doença coronária aterosclerótica para a qual estão identificados vários factores de risco, alguns dos quais modificáveis. Dentro das diversas situações em que pode manifestar-se, o enfarte agudo do miocárdio com supradesnivelamento ST (EAMSST) é o resultado da oclusão aguda duma das artérias coronárias com um elevado impacto na morbi-mortalidade mundial. A suspensão do fluxo sanguíneo desencadeia um processo de isquémia e necrose tecidular que se desenvolve ao longo do tempo. Sendo prioritária a recanalização do vaso comprometido, tal poderá ser feito através de fármacos por trombólise ou mediante angiografia coronária percutânea (ACP) por cateterismo. Mesmo nos casos inicialmente abordados por trombólise poderá posteriormente indicar-se a realização de ACP de modo a verificar o grau de obstrução dos vasos coronários e assim proceder a uma abordagem secundária mais adequada através da intervenção coronária percutânea (ICP), vir a colocar-se indicação cirúrgica com revascularização através de bypass aortocoronário nos casos da lesão se manifestar mais grave (CG) ou não realizar mais nada (CL). Objectivo: Avaliar os resultados do programa de intervenção coronária do CHCB aos doentes afectados com EAMSST em 2003, estudando a sobrevivência em função das opções terapêuticas e da sua temporização após o evento agudo. Materiais e métodos: Utilizou-se o método retrospectivo, tendo sido consultados os processos dos doentes com o diagnóstico de EAMSST durante o ano 2003. Foram recolhidos dados dos factores de risco, da localização do enfarte, da realização de trombólise durante o evento agudo, da intervenção secundária adoptada, dos internamentos de causa vascular e da ocorrência de mortalidade até 31 de Dezembro de 2007. Os doentes foram agrupados em função do tipo de tratamento a que foram submetidos e do intervalo de tempo que mediou entre o episódio agudo e a realização da angiografia (≤4 e > 4 dias). Estes foram examinados através do programa SPSS® com a análise de frequências, médias e respectivos desvio-padrão, medianas, métodos de regressão logística, curvas de Kaplan-Meier e significância estatística através do qui-quadrado, ANOVA ou log rank test. Resultados e Discussão: 52.2% dos doentes realizaram trombólise, 66% foram submetidos a angiografia coronária e destes 66% foram submetidos a ICP. No que respeita à temporização não se verificam diferenças significativas na mortalidade em qualquer dos tratamentos adoptados (p=0.660 no caso de ACP) pelo que foi retirada esta análise dos restantes parâmetros. No que respeita à média de idades, os doentes mais velhos (74 anos) ficam mais vezes sem tratamento e os mais novos (58 anos) realizam mais ICP (p<0.001). Relativamente ao género, as mulheres destacam-se por não serem submetidas a nenhum tratamento, enquanto o género masculino é abordado com ICP (p=0.014). Poderá existir uma relação significativa nos doentes que são fumadores, têm hipertensão arterial ou dislipidemia e maior abordagem com ICP, no entanto não se demonstra relação com a mortalidade. A doença renal crónica está provavelmente relacionada com a ausência de tratamento secundário (p<0.001), além de se mostrar como um factor de risco acrescido de mortalidade. A realização de trombólise e ICP estão possivelmente associadas (p<0.001) e demonstram mortalidade mais tardia, apesar do efeito da trombólise em ACP não parecer significativamente benéfico (p=0.738). Apenas a demonstração de doença coronária grave no cateterismo aparenta ser um factor de risco acrescido para a ocorrência de internamentos (odds-ratio=5.600; p=0.027) sendo estes medianamente mais precoces (5 meses). Os internamentos ocorreram durante todo o período de seguimento. Realizar qualquer intervenção secundária é sugestiva protecção de mortalidade, demonstrando-se um possível efeito benéfico na sobrevivência (p<0.001), no entanto a diferença entre as três opções não é significativa. É de realçar a significância que a ICP (p<0.001) e a CL (p=0.013) manifestam na ausência de eventos. Conclusão: Realizar qualquer tipo de tratamento secundário é indicado com consequências benéficas, nomeadamente na sobrevivência, utilizando o método de intervenção mais justificado durante a ACP, não existindo diferenças no período de realização pós-evento.Introduction: A myocardial infarction may be the first manifestation of coronary atherosclerosis which is associated with several modifiable and non-modifiable risk factors. The ST elevation myocardial infarction (STEMI) is caused by an occlusion of a major coronary artery with important worldwide morbidity and mortality. The blood flow obstruction causes ischemia and progresses to tissue necrosis in a time-dependent fashion. Coronary blood flow restoring is a priority and mechanical (percutaneous coronary intervention - PCI) or pharmacological (fibrinolysis) reperfusion should be considered. Even when pharmacological therapy is instituted, percutaneous transluminal coronary angiography (PTCA) is recommended to grade coronary occlusion and coronary flow in order to proceed the secondary management by PCI, coronary artery bypass graft indication (CG) or conservative therapy (CL). Goal: Assess CHCB coronary intervention program for patients with STEMI diagnosis in 2003, analysing survival related to type and timing of post-event interventions. Methods: We did a retrospective study of the 2003 STEMI patient clinical records. Data collected included risk factors, vascular occlusion zone, fibrinolysis acute revascularization procedure, secondary intervention, vascular admissions and survival until 31 December 2007. Patients were grouped according the revascularization procedure type and post-event timing (≤ 4 and> 4 days). SPSS ® program calculated frequencies, averages and standard deviation , medians, logistic regression, Kaplan-Meier curves and statistical significance by chi-square, ANOVA and log rank test. Results and Discussion: 52.2% of patients underwent thrombolysis, 66% underwent coronary angiography and 66% of these underwent PCI. Timing is not a significant survival predictor (p=0.660 in PTCA) and was excluded of the remainder study. PTCA is less used in older patients (74 years old) and ICP is the treatment of choice of the younger ones (58 years old) (p<0.001). Female patients underwent less PTCA while males underwent more PCI intervention (p=0.014). Smokers, hypertensive or dyslipidemic patients use PCI reperfusion but this not improves survival. Chronic kidney disease is probably related to not perform PTCA (p<0.001) and is an increased mortality risk factor. Fibrinolysis and PCI are probably associated (p<0.001) with later mortality, but fibrinolytic PCI effect has not significant benefit (p=0.738). Severe lesions in PTCA (CG) increases admission risk (odds-ratio=5.600, p=0.027) which occur medianly earlier (5 months). Admissions are presented during all follow up time. Secondary revascularization has tendency to protect from death and improves survival (p <0.001), with no difference in interventional procedure. PCI (p<0.001) and post-PTCA conservative therapy (CL) are significant to no events occurence. Conclusion: Secondary reperfusion is indicated with benefits, particular on survival, with the PTCA justified intervention and no differences on post-event timing.Universidade da Beira InteriorSousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deuBibliorumSousa, Keissy Joselin de Jesus2013-03-12T10:05:25Z2009-062009-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1043porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:30Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1043Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:59.077429Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: O enfarte agudo do miocárdio é uma das formas de apresentação da doença coronária aterosclerótica para a qual estão identificados vários factores de risco, alguns dos quais modificáveis. Dentro das diversas situações em que pode manifestar-se, o enfarte agudo do miocárdio com supradesnivelamento ST (EAMSST) é o resultado da oclusão aguda duma das artérias coronárias com um elevado impacto na morbi-mortalidade mundial. A suspensão do fluxo sanguíneo desencadeia um processo de isquémia e necrose tecidular que se desenvolve ao longo do tempo. Sendo prioritária a recanalização do vaso comprometido, tal poderá ser feito através de fármacos por trombólise ou mediante angiografia coronária percutânea (ACP) por cateterismo. Mesmo nos casos inicialmente abordados por trombólise poderá posteriormente indicar-se a realização de ACP de modo a verificar o grau de obstrução dos vasos coronários e assim proceder a uma abordagem secundária mais adequada através da intervenção coronária percutânea (ICP), vir a colocar-se indicação cirúrgica com revascularização através de bypass aortocoronário nos casos da lesão se manifestar mais grave (CG) ou não realizar mais nada (CL). Objectivo: Avaliar os resultados do programa de intervenção coronária do CHCB aos doentes afectados com EAMSST em 2003, estudando a sobrevivência em função das opções terapêuticas e da sua temporização após o evento agudo. Materiais e métodos: Utilizou-se o método retrospectivo, tendo sido consultados os processos dos doentes com o diagnóstico de EAMSST durante o ano 2003. Foram recolhidos dados dos factores de risco, da localização do enfarte, da realização de trombólise durante o evento agudo, da intervenção secundária adoptada, dos internamentos de causa vascular e da ocorrência de mortalidade até 31 de Dezembro de 2007. Os doentes foram agrupados em função do tipo de tratamento a que foram submetidos e do intervalo de tempo que mediou entre o episódio agudo e a realização da angiografia (≤4 e > 4 dias). Estes foram examinados através do programa SPSS® com a análise de frequências, médias e respectivos desvio-padrão, medianas, métodos de regressão logística, curvas de Kaplan-Meier e significância estatística através do qui-quadrado, ANOVA ou log rank test. Resultados e Discussão: 52.2% dos doentes realizaram trombólise, 66% foram submetidos a angiografia coronária e destes 66% foram submetidos a ICP. No que respeita à temporização não se verificam diferenças significativas na mortalidade em qualquer dos tratamentos adoptados (p=0.660 no caso de ACP) pelo que foi retirada esta análise dos restantes parâmetros. No que respeita à média de idades, os doentes mais velhos (74 anos) ficam mais vezes sem tratamento e os mais novos (58 anos) realizam mais ICP (p<0.001). Relativamente ao género, as mulheres destacam-se por não serem submetidas a nenhum tratamento, enquanto o género masculino é abordado com ICP (p=0.014). Poderá existir uma relação significativa nos doentes que são fumadores, têm hipertensão arterial ou dislipidemia e maior abordagem com ICP, no entanto não se demonstra relação com a mortalidade. A doença renal crónica está provavelmente relacionada com a ausência de tratamento secundário (p<0.001), além de se mostrar como um factor de risco acrescido de mortalidade. A realização de trombólise e ICP estão possivelmente associadas (p<0.001) e demonstram mortalidade mais tardia, apesar do efeito da trombólise em ACP não parecer significativamente benéfico (p=0.738). Apenas a demonstração de doença coronária grave no cateterismo aparenta ser um factor de risco acrescido para a ocorrência de internamentos (odds-ratio=5.600; p=0.027) sendo estes medianamente mais precoces (5 meses). Os internamentos ocorreram durante todo o período de seguimento. Realizar qualquer intervenção secundária é sugestiva protecção de mortalidade, demonstrando-se um possível efeito benéfico na sobrevivência (p<0.001), no entanto a diferença entre as três opções não é significativa. É de realçar a significância que a ICP (p<0.001) e a CL (p=0.013) manifestam na ausência de eventos. Conclusão: Realizar qualquer tipo de tratamento secundário é indicado com consequências benéficas, nomeadamente na sobrevivência, utilizando o método de intervenção mais justificado durante a ACP, não existindo diferenças no período de realização pós-evento. |
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