Média, tempo e memória
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.21814/vista.2995 |
Resumo: | Os média noticiosos tradicionais atuam enquanto dispositivos de seleção, configuração narrativa e difusão dos acontecimentos. A par do poder da narrativa na estruturação do tempo e da experiência, pode considerar-se que a seleção pelos média do que se entende marcar o presente e o passado constitui um mecanismo de construção da memória social. Nessa medida, os média "fazem história", entrando no terreno da historiografia, e "fazem memória", participando e intervindo no processo de construção da memória coletiva. Porém, os média digitais, enquanto dispositivos caracterizados pela instantaneidade, velocidade, retenção e propagação de imagens e mensagens, introduzem novas possibilidades de comunicação, divulgação e arquivo, alterando, simultaneamente, as relações ao espaço e ao tempo. Interessa- nos interrogar se, uns e outros, média tradicionais e média digitais, de modos distintos, concorrem para a construção da memória coletiva ou, contrariamente, para o seu enfraquecimento, já que as novas tecnologias de informação e comunicação desenvolvem possibilidades ilimitadas de disseminação, de arquivo e de memória técnica, mas também desmaterializam e destemporalizam. Nessa medida, importa indagar se as relações ao tempo, ao lugar e à memória, estão em vias de sofrer alterações. Para compreender como os média tradicionais e as novas tecnologias digitais intervêm na construção da memória, começa por esboçar-se um ponto de vista sobre uma fenomenologia e uma pragmática da memória, passando à questão da memória coletiva e da relação entre a história e a memória, para aplicar este questionamento às relações entre acontecimento, média e arquivo, à tecnicidade da memória, e às novas relações ao tempo e ao lugar nas redes. |
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