Abordagem da menopausa nos cuidados de saúde primários : a visão de dois centros de saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Antunes, Dora Catarina Coimbra
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/31473
Resumo: Introdução: O climatério representa uma fase de mudança e de transição no ciclo de vida feminino, durante o qual as mulheres experimentam alterações físicas e psicológicas decorrentes do hipoestrogenismo e envelhecimento. O Médico de Família é habitualmente o primeiro profissional de saúde a quem a mulher recorre para esclarecer as suas dúvidas e solicitar o alívio da sintomatologia climatérica, ocupando uma posição privilegiada para promover a capacitação e empowerment das utentes. Métodos: Promoveu-se um estudo observacional transversal, aplicando um questionário de auto-preenchimento a 92 mulheres, com idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos, que frequentam os Centros de Saúde Norton de Matos e S. Martinho do Bispo (USF Mondego), de forma a avaliar a abordagem da menopausa nos Cuidados de Saúde Primários. A recolha dos dados decorreu de abril a julho de 2014. O tratamento estatístico foi efetuado através da plataforma estatística IBM SPSS v21.0. Resultados: Mais de metade das mulheres (55,4%) referiu ter conversado com o Médico de Família sobre a menopausa e todos os assuntos relacionados, todavia 19,6% ainda manifestavam dúvidas. O médico foi considerado a principal fonte de informação para 50% das inquiridas. A maioria das mulheres (77,2%) descreveu a presença de sintomas climatéricos, sendo os mais frequentes as dores ósseas (73,2%) e a ansiedade (67,6%). 39,1% das inquiridas indicaram a interferência do climatério na sua vida diária, sendo a vida familiar (69,4%) e a sexual (58,3%) as mais afetadas. Verificou-se uma associação significativa entre a presença de sintomas e a interferência do climatério na vida diária e na qualidade de vida da mulher. As mulheres sintomáticas (OR=12,983 com IC95% [2,808;60,033]) e as que referiram a interferência do climatério no dia a dia (OR=5,965 com IC95% [2,364;15,048]) apresentaram uma probabilidade aumentada de recorrer a consultas de Medicina Geral e Familiar. As infeções urinárias de repetição (91,7%) foram as queixas que mais motivaram a ida ao Médico de Família. Das mulheres sintomáticas, 45,1% referiram ter cuidados adicionais ou fazer algum tratamento. A terapêutica hormonal revelou-se a mais eficaz no alívio das queixas, tendo como prescritor mais frequente o Ginecologista (58,3%). Conclusão: O Médico de Família assume um papel crucial na capacitação e acompanhamento da mulher climatérica. Constatou-se que ainda permanecem dúvidas que necessitam de ser esclarecidas e que são necessárias normas que uniformizem a abordagem da menopausa na prática clínica.
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Martinho do Bispo (USF Mondego), de forma a avaliar a abordagem da menopausa nos Cuidados de Saúde Primários. A recolha dos dados decorreu de abril a julho de 2014. O tratamento estatístico foi efetuado através da plataforma estatística IBM SPSS v21.0. Resultados: Mais de metade das mulheres (55,4%) referiu ter conversado com o Médico de Família sobre a menopausa e todos os assuntos relacionados, todavia 19,6% ainda manifestavam dúvidas. O médico foi considerado a principal fonte de informação para 50% das inquiridas. A maioria das mulheres (77,2%) descreveu a presença de sintomas climatéricos, sendo os mais frequentes as dores ósseas (73,2%) e a ansiedade (67,6%). 39,1% das inquiridas indicaram a interferência do climatério na sua vida diária, sendo a vida familiar (69,4%) e a sexual (58,3%) as mais afetadas. Verificou-se uma associação significativa entre a presença de sintomas e a interferência do climatério na vida diária e na qualidade de vida da mulher. As mulheres sintomáticas (OR=12,983 com IC95% [2,808;60,033]) e as que referiram a interferência do climatério no dia a dia (OR=5,965 com IC95% [2,364;15,048]) apresentaram uma probabilidade aumentada de recorrer a consultas de Medicina Geral e Familiar. As infeções urinárias de repetição (91,7%) foram as queixas que mais motivaram a ida ao Médico de Família. Das mulheres sintomáticas, 45,1% referiram ter cuidados adicionais ou fazer algum tratamento. A terapêutica hormonal revelou-se a mais eficaz no alívio das queixas, tendo como prescritor mais frequente o Ginecologista (58,3%). Conclusão: O Médico de Família assume um papel crucial na capacitação e acompanhamento da mulher climatérica. Constatou-se que ainda permanecem dúvidas que necessitam de ser esclarecidas e que são necessárias normas que uniformizem a abordagem da menopausa na prática clínica.Introduction: The climacteric represents a time of change and transition in the female life cycle, during which women experience physical and psychological changes resulting from hypoestrogenism and aging. The general practitioner is usually the first health professional to whom a woman appeals to clarify her doubts and request relief from climacteric symptoms, occupying a privileged position to promote capacity building and empowerment of patients. Methods: It was promoted a cross-sectional observational study, applying a self-completion questionnaire to 92 women, aged between 40 and 60 years, who attend the health centers of Norton de Matos and S. Martinho do Bispo (USF Mondego), in order to evaluate the approach of menopause in Primary Health Care. Data collection took place from April to July 2014. The statistical analysis was performed by the statistical platform IBM SPSS v21.0. Results: More than half of women (55.4%) said they had talked to the general practitioner about menopause and all the related subjects, however 19.6% still had doubts. The doctor was considered the main source of information for 50% of the surveyed women. Most women (77.2%) described the presence of menopausal symptoms, the most common being bone pain (73.2%) and anxiety (67.6%). 39.1% of the surveyed indicated the interference of the climacteric in their everyday life, being the family life (69.4%) and the sexual life (58.3%) the most affected. There was a significant association between the presence of symptoms of menopause and the interference of the climacteric in daily life and quality of life. Symptomatic women (OR = 12.983 with 95% CI [2.808, 60.033]) and those who mentioned the interference of the climacteric in daily life (OR = 5.965 95% CI [2.364, 15.048]) had an increased likelihood of appealing to a general practitioner. Recurrent urinary tract infections (91.7%) were complaints that most commonly lead going to the general practitioner. Of symptomatic women, 45.1% said having additional care or getting some treatment. Hormone therapy proved more effective in relieving complaints, having the gynecologist as the most frequent prescriber (58.3%). Conclusion: The general practitioner plays a key role in the capacity building and monitoring of the climacteric woman. It was found that there are still questions that need to be clarified and that standards are necessary to standardize the approach of menopause in clinical practice.2014-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/31473http://hdl.handle.net/10316/31473TID:201626136porAntunes, Dora Catarina Coimbrainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:42Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/31473Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:53.545676Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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