Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Areia, Manuel Laranjeira Rodrigues de
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/15560
Resumo: Os grandes movimentos de autonomia política que levaram à independência das colónias africanas a partir dos anos 60 não tiveram igual afirmação na sua componente cultural. Boa parte das elites africanas formadas nas metrópoles dos países colonizadores ignorava os valores e tradições dos povos a que pertenciam. Por outro lado os países colonizadores, uma vez alcançada a independência, desvalorizaram a componente dos estudos culturais desses povos (estudos de etnografia, trabalhos de campo, enriquecimento das colecções). As colecções etnográficas dos museus coloniais foram cada vez mais ignoradas pelos países que as detinham e não chegaram a ser conhecidas pelos novos líderes africanos; tornaram-se assim um património duplamente esquecido. E contudo a nova África redescobre o seu passado: valoriza as suas tradições, retoma muitas práticas de direito consuetudinário, inspira-se em mitos e rituais africanos para exprimir novas formas de produção artística. As velhas colecções e os seus detentores não podem por mais tempo ignorar esta realidade. Este é o tema a discutir.
id RCAP_9ab6cba49d7cce451965424f3f539887
oai_identifier_str oai:estudogeral.uc.pt:10316/15560
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova ÁfricaOs grandes movimentos de autonomia política que levaram à independência das colónias africanas a partir dos anos 60 não tiveram igual afirmação na sua componente cultural. Boa parte das elites africanas formadas nas metrópoles dos países colonizadores ignorava os valores e tradições dos povos a que pertenciam. Por outro lado os países colonizadores, uma vez alcançada a independência, desvalorizaram a componente dos estudos culturais desses povos (estudos de etnografia, trabalhos de campo, enriquecimento das colecções). As colecções etnográficas dos museus coloniais foram cada vez mais ignoradas pelos países que as detinham e não chegaram a ser conhecidas pelos novos líderes africanos; tornaram-se assim um património duplamente esquecido. E contudo a nova África redescobre o seu passado: valoriza as suas tradições, retoma muitas práticas de direito consuetudinário, inspira-se em mitos e rituais africanos para exprimir novas formas de produção artística. As velhas colecções e os seus detentores não podem por mais tempo ignorar esta realidade. Este é o tema a discutir.Autonomist political movements that lead to african colonial independency since the 60's didn't have the same influence in his cultural component. Most of african elite educated in metropoles ignored a significant part of their people's values and traditions. On the other side, colonising countries, since the independency, devalued these people's cultural studies (ethnographic studies, work fiel, collections 'enrichment). Colonial museums' ethnographic collections were more often than not, ignored by his possessors and didn't were even recognized by the new african leadership, becoming in this way a double forgotten patrimony.Nevertheless the new Africa rediscovers his past, valorises his traditions, and retakes many practices of consuetudinary law, inspired in african myths and rituals to express new ways of artistic production.Old collections and his possessors cannot for much longer ignore this reality. This essay pretends to introduce this question.Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias2009info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/15560http://hdl.handle.net/10316/15560porAREIA, Manuel Laranjeira Rodrigues de - Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África. "Africanologia : Revista Lusófona de Estudos Africanos". ISSN 1645-9970. Nº 2 (2009) p.23-321645-9970Areia, Manuel Laranjeira Rodrigues deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2020-05-25T10:20:12Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/15560Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:56:11.725098Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África
title Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África
spellingShingle Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África
Areia, Manuel Laranjeira Rodrigues de
title_short Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África
title_full Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África
title_fullStr Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África
title_full_unstemmed Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África
title_sort Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África
author Areia, Manuel Laranjeira Rodrigues de
author_facet Areia, Manuel Laranjeira Rodrigues de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Areia, Manuel Laranjeira Rodrigues de
description Os grandes movimentos de autonomia política que levaram à independência das colónias africanas a partir dos anos 60 não tiveram igual afirmação na sua componente cultural. Boa parte das elites africanas formadas nas metrópoles dos países colonizadores ignorava os valores e tradições dos povos a que pertenciam. Por outro lado os países colonizadores, uma vez alcançada a independência, desvalorizaram a componente dos estudos culturais desses povos (estudos de etnografia, trabalhos de campo, enriquecimento das colecções). As colecções etnográficas dos museus coloniais foram cada vez mais ignoradas pelos países que as detinham e não chegaram a ser conhecidas pelos novos líderes africanos; tornaram-se assim um património duplamente esquecido. E contudo a nova África redescobre o seu passado: valoriza as suas tradições, retoma muitas práticas de direito consuetudinário, inspira-se em mitos e rituais africanos para exprimir novas formas de produção artística. As velhas colecções e os seus detentores não podem por mais tempo ignorar esta realidade. Este é o tema a discutir.
publishDate 2009
dc.date.none.fl_str_mv 2009
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10316/15560
http://hdl.handle.net/10316/15560
url http://hdl.handle.net/10316/15560
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv AREIA, Manuel Laranjeira Rodrigues de - Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África. "Africanologia : Revista Lusófona de Estudos Africanos". ISSN 1645-9970. Nº 2 (2009) p.23-32
1645-9970
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
publisher.none.fl_str_mv Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133846731489280