Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogaster

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro,Ilda Patrícia
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Gaivão,Isabel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000200011
Resumo: Introdução: O cérebro é um importante alvo do etanol, sendo o consumo excessivo de álcool associado a danos cerebrais. Tem sido demonstrado que os produtos do metabolismo do etanol promovem alterações no DNA. Desta forma, e apesar de se verificar em Portugal uma tendência para a diminuição do consumo de álcool, pensamos ser pertinente a realização deste estudo. Objectivo: Avaliar a toxicidade e o potencial efeito genotóxico do etanol em Drosophila melanogaster in vivo utilizando o ensaio do cometa. Métodos: Realizou-se um estudo de toxicidade para o etanol com as concentrações de 0 %; 0,625 %; 1,25 %; 2,5 % e 5 % (v/v), administradas de forma crónica, seguindo-se a contagem dos descendentes adultos para a avaliação da sobrevivência relativa das drosófilas nas diferentes concentrações de etanol. Seguidamente, utilizaram-se neuroblastos de drosófila para a avaliação do efeito genotóxico pelo ensaio do cometa (ensaio de electroforese de células isoladas). Os danos de DNA são reportados através dos seguintes parâmetros: comprimento da cauda, percentagem de DNA na cauda e momento de cauda. Resultados: O etanol não apresentou toxicidade para a D. melanogaster, verificando-se, pelo contrário, um aumento no número de descendentes em todas as concentrações de etanol testadas, mostrando-se, portanto a presença de etanol benéfica em termos de número de descendentes. A sobrevivência superior ocorreu na concentração de 1,25 %, uma vez que é nesta concentração que se encontraram mais descendentes. No entanto, em termos de genotoxicidade constatou-se nos parâmetros avaliados no ensaio do cometa que, de uma forma genérica, quanto maior a concentração de etanol mais danos são infligidos ao DNA. O etanol evidenciou um efeito genotóxico nas três concentrações mais elevadas em estudo (1,25 %; 2,5 % e 5 %). Os danos foram superiores para a concentração de 5 % de etanol. Por outro lado, a concentração de etanol de 0,625 % não se mostrou genotóxica. Conclusões: A D. melanogaster exposta a diferentes concentrações de etanol manifestou um aumento significativo de danos no DNA, ao nível dos neuroblastos, verificando-se um aumento dose-dependente, nos parâmetros do ensaio do cometa avaliados. Foi, portanto possível demonstrar que o etanol provoca rupturas no DNA, avaliadas pela presença de cometas.
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