Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogaster
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000200011 |
Resumo: | Introdução: O cérebro é um importante alvo do etanol, sendo o consumo excessivo de álcool associado a danos cerebrais. Tem sido demonstrado que os produtos do metabolismo do etanol promovem alterações no DNA. Desta forma, e apesar de se verificar em Portugal uma tendência para a diminuição do consumo de álcool, pensamos ser pertinente a realização deste estudo. Objectivo: Avaliar a toxicidade e o potencial efeito genotóxico do etanol em Drosophila melanogaster in vivo utilizando o ensaio do cometa. Métodos: Realizou-se um estudo de toxicidade para o etanol com as concentrações de 0 %; 0,625 %; 1,25 %; 2,5 % e 5 % (v/v), administradas de forma crónica, seguindo-se a contagem dos descendentes adultos para a avaliação da sobrevivência relativa das drosófilas nas diferentes concentrações de etanol. Seguidamente, utilizaram-se neuroblastos de drosófila para a avaliação do efeito genotóxico pelo ensaio do cometa (ensaio de electroforese de células isoladas). Os danos de DNA são reportados através dos seguintes parâmetros: comprimento da cauda, percentagem de DNA na cauda e momento de cauda. Resultados: O etanol não apresentou toxicidade para a D. melanogaster, verificando-se, pelo contrário, um aumento no número de descendentes em todas as concentrações de etanol testadas, mostrando-se, portanto a presença de etanol benéfica em termos de número de descendentes. A sobrevivência superior ocorreu na concentração de 1,25 %, uma vez que é nesta concentração que se encontraram mais descendentes. No entanto, em termos de genotoxicidade constatou-se nos parâmetros avaliados no ensaio do cometa que, de uma forma genérica, quanto maior a concentração de etanol mais danos são infligidos ao DNA. O etanol evidenciou um efeito genotóxico nas três concentrações mais elevadas em estudo (1,25 %; 2,5 % e 5 %). Os danos foram superiores para a concentração de 5 % de etanol. Por outro lado, a concentração de etanol de 0,625 % não se mostrou genotóxica. Conclusões: A D. melanogaster exposta a diferentes concentrações de etanol manifestou um aumento significativo de danos no DNA, ao nível dos neuroblastos, verificando-se um aumento dose-dependente, nos parâmetros do ensaio do cometa avaliados. Foi, portanto possível demonstrar que o etanol provoca rupturas no DNA, avaliadas pela presença de cometas. |
id |
RCAP_9b2706046a364514df76245223b9809d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0870-90252010000200011 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogasterEtanolGenotóxicoD. melanogasterEnsaio do CometaIntrodução: O cérebro é um importante alvo do etanol, sendo o consumo excessivo de álcool associado a danos cerebrais. Tem sido demonstrado que os produtos do metabolismo do etanol promovem alterações no DNA. Desta forma, e apesar de se verificar em Portugal uma tendência para a diminuição do consumo de álcool, pensamos ser pertinente a realização deste estudo. Objectivo: Avaliar a toxicidade e o potencial efeito genotóxico do etanol em Drosophila melanogaster in vivo utilizando o ensaio do cometa. Métodos: Realizou-se um estudo de toxicidade para o etanol com as concentrações de 0 %; 0,625 %; 1,25 %; 2,5 % e 5 % (v/v), administradas de forma crónica, seguindo-se a contagem dos descendentes adultos para a avaliação da sobrevivência relativa das drosófilas nas diferentes concentrações de etanol. Seguidamente, utilizaram-se neuroblastos de drosófila para a avaliação do efeito genotóxico pelo ensaio do cometa (ensaio de electroforese de células isoladas). Os danos de DNA são reportados através dos seguintes parâmetros: comprimento da cauda, percentagem de DNA na cauda e momento de cauda. Resultados: O etanol não apresentou toxicidade para a D. melanogaster, verificando-se, pelo contrário, um aumento no número de descendentes em todas as concentrações de etanol testadas, mostrando-se, portanto a presença de etanol benéfica em termos de número de descendentes. A sobrevivência superior ocorreu na concentração de 1,25 %, uma vez que é nesta concentração que se encontraram mais descendentes. No entanto, em termos de genotoxicidade constatou-se nos parâmetros avaliados no ensaio do cometa que, de uma forma genérica, quanto maior a concentração de etanol mais danos são infligidos ao DNA. O etanol evidenciou um efeito genotóxico nas três concentrações mais elevadas em estudo (1,25 %; 2,5 % e 5 %). Os danos foram superiores para a concentração de 5 % de etanol. Por outro lado, a concentração de etanol de 0,625 % não se mostrou genotóxica. Conclusões: A D. melanogaster exposta a diferentes concentrações de etanol manifestou um aumento significativo de danos no DNA, ao nível dos neuroblastos, verificando-se um aumento dose-dependente, nos parâmetros do ensaio do cometa avaliados. Foi, portanto possível demonstrar que o etanol provoca rupturas no DNA, avaliadas pela presença de cometas.Escola Nacional de Saúde Pública2010-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000200011Revista Portuguesa de Saúde Pública v.28 n.2 2010reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000200011Ribeiro,Ilda PatríciaGaivão,Isabelinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:01:12Zoai:scielo:S0870-90252010000200011Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:16:45.837406Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogaster |
title |
Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogaster |
spellingShingle |
Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogaster Ribeiro,Ilda Patrícia Etanol Genotóxico D. melanogaster Ensaio do Cometa |
title_short |
Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogaster |
title_full |
Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogaster |
title_fullStr |
Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogaster |
title_full_unstemmed |
Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogaster |
title_sort |
Efeito genotóxico do etanol em neuroblastos de Drosophila melanogaster |
author |
Ribeiro,Ilda Patrícia |
author_facet |
Ribeiro,Ilda Patrícia Gaivão,Isabel |
author_role |
author |
author2 |
Gaivão,Isabel |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ribeiro,Ilda Patrícia Gaivão,Isabel |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Etanol Genotóxico D. melanogaster Ensaio do Cometa |
topic |
Etanol Genotóxico D. melanogaster Ensaio do Cometa |
description |
Introdução: O cérebro é um importante alvo do etanol, sendo o consumo excessivo de álcool associado a danos cerebrais. Tem sido demonstrado que os produtos do metabolismo do etanol promovem alterações no DNA. Desta forma, e apesar de se verificar em Portugal uma tendência para a diminuição do consumo de álcool, pensamos ser pertinente a realização deste estudo. Objectivo: Avaliar a toxicidade e o potencial efeito genotóxico do etanol em Drosophila melanogaster in vivo utilizando o ensaio do cometa. Métodos: Realizou-se um estudo de toxicidade para o etanol com as concentrações de 0 %; 0,625 %; 1,25 %; 2,5 % e 5 % (v/v), administradas de forma crónica, seguindo-se a contagem dos descendentes adultos para a avaliação da sobrevivência relativa das drosófilas nas diferentes concentrações de etanol. Seguidamente, utilizaram-se neuroblastos de drosófila para a avaliação do efeito genotóxico pelo ensaio do cometa (ensaio de electroforese de células isoladas). Os danos de DNA são reportados através dos seguintes parâmetros: comprimento da cauda, percentagem de DNA na cauda e momento de cauda. Resultados: O etanol não apresentou toxicidade para a D. melanogaster, verificando-se, pelo contrário, um aumento no número de descendentes em todas as concentrações de etanol testadas, mostrando-se, portanto a presença de etanol benéfica em termos de número de descendentes. A sobrevivência superior ocorreu na concentração de 1,25 %, uma vez que é nesta concentração que se encontraram mais descendentes. No entanto, em termos de genotoxicidade constatou-se nos parâmetros avaliados no ensaio do cometa que, de uma forma genérica, quanto maior a concentração de etanol mais danos são infligidos ao DNA. O etanol evidenciou um efeito genotóxico nas três concentrações mais elevadas em estudo (1,25 %; 2,5 % e 5 %). Os danos foram superiores para a concentração de 5 % de etanol. Por outro lado, a concentração de etanol de 0,625 % não se mostrou genotóxica. Conclusões: A D. melanogaster exposta a diferentes concentrações de etanol manifestou um aumento significativo de danos no DNA, ao nível dos neuroblastos, verificando-se um aumento dose-dependente, nos parâmetros do ensaio do cometa avaliados. Foi, portanto possível demonstrar que o etanol provoca rupturas no DNA, avaliadas pela presença de cometas. |
publishDate |
2010 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2010-12-01 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000200011 |
url |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000200011 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000200011 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Escola Nacional de Saúde Pública |
publisher.none.fl_str_mv |
Escola Nacional de Saúde Pública |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Portuguesa de Saúde Pública v.28 n.2 2010 reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137263391604736 |