Cuanhama: estratégias internas e prelúdio da perda da sua autonomia (1900-1915)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Isildo Gouveia
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/24512
Resumo: Desde que se fixaram no seu actual território, que se encontra distribuído pelas regiões sul e norte das repúblicas de Angola e da Namíbia, os cuanhamas criaram e fortaleceram as suas instituições e abandonaram algumas delas para agilizarem os mecanismos da sua sociedade. O seu grande salto qualitativo aconteceu quando começaram a acumular grandes riquezas, respeitantes aos produtos procurados pelo comércio internacional e pelos produtos que adquiriam aos estrangeiros. Por volta de 1891, o povo cuanhama começou a sentir a pressão exercida pelos portugueses com o objectivo de ocuparem os seus territórios. Os africanos responderam a esta pressão impedindo, durante vinte e quatro anos, os estrangeiros de alcançarem os seus propósitos. Este trabalho tem como objectivo saber quais foram as estratégias utilizadas pelos cuanhamas nas suas relações com os europeus e como foi a sua evolução, após os primeiros contactos, de maneira a manterem a sua autonomia. Os africanos privilegiaram a via diplomática para evitarem um confronto militar com os portugueses e impedirem a ocupação do seu território, mas, tendo em conta a progressão daqueles, os cuanhamas, dentro das suas possibilidades, armaram-se e preparam-se para o conflito bélico. Em 1915, os africanos estavam enfraquecidos por não terem conseguido fazer frente às catástrofes ambientais que geraram fome, tumultos sociais e milhares de mortos que consequentemente contribuíram para a queda do principal objectivo do povo cuanhama, ou seja, a defesa do seu território. Apesar de todas estas contrariedades, enfrentaram os portugueses na sua caminhada para o sul e criaram-lhes grandes dificuldades, pois estes nem sempre tiveram em consideração a capacidade militar dos cuanhamas. Contudo, o povo cuanhama acabou por ser derrotado nas cacimbas da Môngua, o que conduziu à desagregação das elites dirigentes e à perda de influência dos espaços africanos e de algumas das suas instituições.
id RCAP_9b5d2cc1dfde8d6ffe4573e5f6e843a7
oai_identifier_str oai:repositorio.ul.pt:10451/24512
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Cuanhama: estratégias internas e prelúdio da perda da sua autonomia (1900-1915)Cuanhama (Povo de África) - HistóriaCuanhama (Povo de África) - Identidade colectivaPortugal - Colónias - África - AdministraçãoTeses de mestrado - 2015Domínio/Área Científica::Humanidades::História e ArqueologiaDesde que se fixaram no seu actual território, que se encontra distribuído pelas regiões sul e norte das repúblicas de Angola e da Namíbia, os cuanhamas criaram e fortaleceram as suas instituições e abandonaram algumas delas para agilizarem os mecanismos da sua sociedade. O seu grande salto qualitativo aconteceu quando começaram a acumular grandes riquezas, respeitantes aos produtos procurados pelo comércio internacional e pelos produtos que adquiriam aos estrangeiros. Por volta de 1891, o povo cuanhama começou a sentir a pressão exercida pelos portugueses com o objectivo de ocuparem os seus territórios. Os africanos responderam a esta pressão impedindo, durante vinte e quatro anos, os estrangeiros de alcançarem os seus propósitos. Este trabalho tem como objectivo saber quais foram as estratégias utilizadas pelos cuanhamas nas suas relações com os europeus e como foi a sua evolução, após os primeiros contactos, de maneira a manterem a sua autonomia. Os africanos privilegiaram a via diplomática para evitarem um confronto militar com os portugueses e impedirem a ocupação do seu território, mas, tendo em conta a progressão daqueles, os cuanhamas, dentro das suas possibilidades, armaram-se e preparam-se para o conflito bélico. Em 1915, os africanos estavam enfraquecidos por não terem conseguido fazer frente às catástrofes ambientais que geraram fome, tumultos sociais e milhares de mortos que consequentemente contribuíram para a queda do principal objectivo do povo cuanhama, ou seja, a defesa do seu território. Apesar de todas estas contrariedades, enfrentaram os portugueses na sua caminhada para o sul e criaram-lhes grandes dificuldades, pois estes nem sempre tiveram em consideração a capacidade militar dos cuanhamas. Contudo, o povo cuanhama acabou por ser derrotado nas cacimbas da Môngua, o que conduziu à desagregação das elites dirigentes e à perda de influência dos espaços africanos e de algumas das suas instituições.Abstract: Since settled in their current territory, which is distributed to the south and north regions of the Republics of Angola and Namibia, the Kwanyama created and strengthened their institutions and left some of them to streamline the mechanisms of their society. Their qualitative leap happened when they started accumulating great wealth, represented by the products demanded by international trade and the products acquired to foreigners. Around 1891, the Africans began to feel the pressure exerted by the Portuguese in order to occupy their territories. The Kwanyama responded to this pressure by preventing foreigners, for twenty-four years to achieve their objectives. This work aims to know what were the strategies used by Kwanyama in their relations with European and how it has developed, after the first contact, in order to maintain their autonomy. The Africans privileged the diplomatic channels to prevent the occupation of their territory and to avoid all possibilities of military confrontations with the Portuguese, but, based on the progression of those, sought to arm themselves and prepare to war. In 1915, Africans were weakened because they weren´t able to cope with environmental disasters that led to famine, social unrest and thousands of dead. Consequently Kwanyama’s main objective falls apart, namely the defense of their territory. Despite all these setbacks, the Kwanyama faced the Portuguese on their journey to the south and created them great difficulties, because the Portuguese have not always considered the military capacity of Africans. Still the Kwanyama were defeated in the ponds of Môngua, which led to the breakdown of the elites leader and the loss of influence of African spaces and some of its institutions.Horta, José da SilvaRepositório da Universidade de LisboaMartins, Isildo Gouveia2016-08-08T15:25:31Z2015-12-022015-09-232015-12-02T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/24512TID:201878615porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:13:23Zoai:repositorio.ul.pt:10451/24512Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:41:37.760294Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Cuanhama: estratégias internas e prelúdio da perda da sua autonomia (1900-1915)
title Cuanhama: estratégias internas e prelúdio da perda da sua autonomia (1900-1915)
spellingShingle Cuanhama: estratégias internas e prelúdio da perda da sua autonomia (1900-1915)
Martins, Isildo Gouveia
Cuanhama (Povo de África) - História
Cuanhama (Povo de África) - Identidade colectiva
Portugal - Colónias - África - Administração
Teses de mestrado - 2015
Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia
title_short Cuanhama: estratégias internas e prelúdio da perda da sua autonomia (1900-1915)
title_full Cuanhama: estratégias internas e prelúdio da perda da sua autonomia (1900-1915)
title_fullStr Cuanhama: estratégias internas e prelúdio da perda da sua autonomia (1900-1915)
title_full_unstemmed Cuanhama: estratégias internas e prelúdio da perda da sua autonomia (1900-1915)
title_sort Cuanhama: estratégias internas e prelúdio da perda da sua autonomia (1900-1915)
author Martins, Isildo Gouveia
author_facet Martins, Isildo Gouveia
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Horta, José da Silva
Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Martins, Isildo Gouveia
dc.subject.por.fl_str_mv Cuanhama (Povo de África) - História
Cuanhama (Povo de África) - Identidade colectiva
Portugal - Colónias - África - Administração
Teses de mestrado - 2015
Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia
topic Cuanhama (Povo de África) - História
Cuanhama (Povo de África) - Identidade colectiva
Portugal - Colónias - África - Administração
Teses de mestrado - 2015
Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia
description Desde que se fixaram no seu actual território, que se encontra distribuído pelas regiões sul e norte das repúblicas de Angola e da Namíbia, os cuanhamas criaram e fortaleceram as suas instituições e abandonaram algumas delas para agilizarem os mecanismos da sua sociedade. O seu grande salto qualitativo aconteceu quando começaram a acumular grandes riquezas, respeitantes aos produtos procurados pelo comércio internacional e pelos produtos que adquiriam aos estrangeiros. Por volta de 1891, o povo cuanhama começou a sentir a pressão exercida pelos portugueses com o objectivo de ocuparem os seus territórios. Os africanos responderam a esta pressão impedindo, durante vinte e quatro anos, os estrangeiros de alcançarem os seus propósitos. Este trabalho tem como objectivo saber quais foram as estratégias utilizadas pelos cuanhamas nas suas relações com os europeus e como foi a sua evolução, após os primeiros contactos, de maneira a manterem a sua autonomia. Os africanos privilegiaram a via diplomática para evitarem um confronto militar com os portugueses e impedirem a ocupação do seu território, mas, tendo em conta a progressão daqueles, os cuanhamas, dentro das suas possibilidades, armaram-se e preparam-se para o conflito bélico. Em 1915, os africanos estavam enfraquecidos por não terem conseguido fazer frente às catástrofes ambientais que geraram fome, tumultos sociais e milhares de mortos que consequentemente contribuíram para a queda do principal objectivo do povo cuanhama, ou seja, a defesa do seu território. Apesar de todas estas contrariedades, enfrentaram os portugueses na sua caminhada para o sul e criaram-lhes grandes dificuldades, pois estes nem sempre tiveram em consideração a capacidade militar dos cuanhamas. Contudo, o povo cuanhama acabou por ser derrotado nas cacimbas da Môngua, o que conduziu à desagregação das elites dirigentes e à perda de influência dos espaços africanos e de algumas das suas instituições.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-12-02
2015-09-23
2015-12-02T00:00:00Z
2016-08-08T15:25:31Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10451/24512
TID:201878615
url http://hdl.handle.net/10451/24512
identifier_str_mv TID:201878615
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134327789846528