Consumo de antiepilépticos: estudo populacional na Ilha do Pico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jorge, Joana Filipa Rodrigues
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1087
Resumo: Após os conhecimentos científicos adquiridos durante os cinco anos na faculdade torna-se fundamental a aplicação dos mesmos na prática diária. Como tal, na primeira parte deste trabalho realizou-se um estágio na Farmácia Melo que teve como objectivo observar todas as vertentes existentes neste ramo. Assim, foram adquiridos conhecimentos no âmbito da organização da farmácia, informação e documentação científica e na área da contabilidade e gestão. Foram também abordadas todas as informações respeitantes aos medicamentos e outros produtos de saúde. Num campo mais direccionado para o utente, aprendeu-se a dominar os princípios e as técnicas que permitem a recolha e transmissão da informação necessária para conciliar as necessidades e expectativas do utente com a promoção do uso racional do medicamento. Foram adquiridos conhecimentos acerca de outros cuidados de saúde prestados na farmácia, como foi o caso das medições de diferentes parâmetros bioquímicos. No entanto, e uma vez que não devemos estagnar o nosso conhecimento, outra vertente não menos importante, que constituiu a segunda parte deste trabalho, foi a realização da parte de investigação. A abordagem do doente epiléptico requer uma atenção especial, não só pelo diagnóstico controverso como pelo posterior acompanhamento. Este trabalho teve como objectivo abordar algumas das temáticas a considerar neste tipo de doentes: quando iniciar e retirar a medicação, o tratamento de mulheres com epilepsia, efeitos adversos e interacções destes fármacos e o seu risco de suicídio. Para isso efectuou-se um estudo populacional na ilha do Pico em que a recolha da informação foi efectuada através de inquéritos realizados aos doentes epilépticos que se dirigiam à farmácia. Foram realizados 40 inquéritos em aproximadamente dois meses, estes permitiram analisar: dados demográficos, a fase de diagnóstico da doença, casos de desmame do fármaco, farmacoterapia antiepiléptica e adicional, existência de sintomas secundários e de sensações depressivas. No caso das mulheres, a incidência de crises durante o período menstrual, ocorrência de fracturas. Para as situações em que há ou houve gravidez, a incidência das crises nesta altura, possíveis complicações durante esta fase, malformações no feto e o facto de se ter ou não verificado hereditariedade da doença. Os casos estudados envolveram 53% doentes do sexo masculino e 47% do sexo feminino com uma média de idades de 36, 0 anos. As fases de criança e jovem foram as que registaram um maior diagnóstico da doença (60%). No entanto a maioria das pessoas ainda não iniciou o desmame da medicação (77%). O fármaco mais consumido, em termos de nome comercial, foi o tegretol® (28%) e em termos de princípio activo o dominante foi o valproato de sódio (35,8%). Em relação ao mecanismo de acção farmacológico o que obteve maior prevalência foi a inibição dos canais de Na+. Na temática dos efeitos adversos, 45% das pessoas experimentaram estes sintomas. Sendo que, os mais descritos foram as cefaleias (15,8%). Em relação à medicação concomitante, 45% dos doentes tomam medicação para outros fins, em que a predominante são antidepressivos, antipsicóticos e ansiolíticos. No que diz respeito à relação entre os antiepilépticos e o risco de suicídio verificou-se que 81% das pessoas relataram sintomas depressivos. Quanto às mulheres com epilepsia apenas 8% descreveram uma incidência de crises no período menstrual e a ocorrência de fracturas apenas se verificou em 20% das mulheres. No período da gravidez não existiram relatos de crises nem nenhum tipo de complicações. Não houve registos de teratogenicidade e a transmissão da doença apenas se registou num dos casos.
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Num campo mais direccionado para o utente, aprendeu-se a dominar os princípios e as técnicas que permitem a recolha e transmissão da informação necessária para conciliar as necessidades e expectativas do utente com a promoção do uso racional do medicamento. Foram adquiridos conhecimentos acerca de outros cuidados de saúde prestados na farmácia, como foi o caso das medições de diferentes parâmetros bioquímicos. No entanto, e uma vez que não devemos estagnar o nosso conhecimento, outra vertente não menos importante, que constituiu a segunda parte deste trabalho, foi a realização da parte de investigação. A abordagem do doente epiléptico requer uma atenção especial, não só pelo diagnóstico controverso como pelo posterior acompanhamento. Este trabalho teve como objectivo abordar algumas das temáticas a considerar neste tipo de doentes: quando iniciar e retirar a medicação, o tratamento de mulheres com epilepsia, efeitos adversos e interacções destes fármacos e o seu risco de suicídio. Para isso efectuou-se um estudo populacional na ilha do Pico em que a recolha da informação foi efectuada através de inquéritos realizados aos doentes epilépticos que se dirigiam à farmácia. Foram realizados 40 inquéritos em aproximadamente dois meses, estes permitiram analisar: dados demográficos, a fase de diagnóstico da doença, casos de desmame do fármaco, farmacoterapia antiepiléptica e adicional, existência de sintomas secundários e de sensações depressivas. No caso das mulheres, a incidência de crises durante o período menstrual, ocorrência de fracturas. Para as situações em que há ou houve gravidez, a incidência das crises nesta altura, possíveis complicações durante esta fase, malformações no feto e o facto de se ter ou não verificado hereditariedade da doença. Os casos estudados envolveram 53% doentes do sexo masculino e 47% do sexo feminino com uma média de idades de 36, 0 anos. As fases de criança e jovem foram as que registaram um maior diagnóstico da doença (60%). No entanto a maioria das pessoas ainda não iniciou o desmame da medicação (77%). O fármaco mais consumido, em termos de nome comercial, foi o tegretol® (28%) e em termos de princípio activo o dominante foi o valproato de sódio (35,8%). Em relação ao mecanismo de acção farmacológico o que obteve maior prevalência foi a inibição dos canais de Na+. Na temática dos efeitos adversos, 45% das pessoas experimentaram estes sintomas. Sendo que, os mais descritos foram as cefaleias (15,8%). Em relação à medicação concomitante, 45% dos doentes tomam medicação para outros fins, em que a predominante são antidepressivos, antipsicóticos e ansiolíticos. No que diz respeito à relação entre os antiepilépticos e o risco de suicídio verificou-se que 81% das pessoas relataram sintomas depressivos. Quanto às mulheres com epilepsia apenas 8% descreveram uma incidência de crises no período menstrual e a ocorrência de fracturas apenas se verificou em 20% das mulheres. No período da gravidez não existiram relatos de crises nem nenhum tipo de complicações. Não houve registos de teratogenicidade e a transmissão da doença apenas se registou num dos casos.It is essential to implement the scientific knowledge acquired during these five years in the Faculty into daily practice. As so, the first part of this work was an internship carried out in the Community Pharmacy “Melo” where the goals were to observe all the aspects in this field. The obtained information was based on the pharmacy´s organization, information and scientific documentation field, accounting and management areas. All the information related to drugs and other health care products was also included. In the field targeted to the patient, I learned the principles and the techniques that enable the gathering and transmission of information necessary to bring together the patient´s needs and expectations by promoting the rational use of the medications. Information on other healthcare services provided in the pharmacy, such as the measurement of different biochemical parameters, was also attained. However, since we must not stagnate our knowledge, an additional and not less important aspect was the second part of this internship, which was the investigation project. The approach of an epileptic patient requires special attention, not only by the controversial diagnosis but also by the subsequent follow-up. This work aimed to study some of the issues to consider in these types of patients: when to start and withdraw the medications, the treatment of women with epilepsy, adverse effects and interactions of these drugs and their associated risk of suicide. A population study was carried out on the Pico Island. The information was gathered through surveys, which were conducted to epileptic patients that went to the pharmacy. In about two months, forty surveys were filled out and these allowed the analysis of: demographic data, diagnostic phase of the disease, cases of withdrawal of the drug, antiepileptic and additional pharmacotherapy, the existence of secondary symptoms and depressing symptoms. In the women´s case, the incidence of crises during the menstrual period and the incidence of fractures were assessed. For situations in which there is or there was a pregnancy: the incidence of crises at this time, possible complications during this stage, malformations in the fetus and the verification or not of disease heredity. The cases studied involved 53% male patients and 47% females with an average age of 36.0 years old. The stages of childhood and adolescence were those that registered a greater disease diagnosis (60%). However most of the people haven't started the withdrawal of the medication (77%). The most consumed drug, in terms of trade name, was Tegretol (28%). In terms of the active ingredient, the most used was sodium valproate (35.8%). With regard to the pharmacological mechanism of action, the inhibition of Na+ channels presented a higher prevalence. Concerning adverse effects, 45% of the people have experienced these symptoms. The most described were headaches (15.8%). About co-medication situation, 45% of the patients take medication for other purposes, in which the predominant are antidepressants, antipsychotics and anti-anxiety drugs. With regard to the relationship between antiepileptic drugs and the risk of suicide, it was verified that 81% of the people reported depressive symptoms. With regard to women with epilepsy, only 8% described an incidence of crises in the menstrual period, and the occurrence of fractures was observed in 20% of the women. In the pregnancy period there were neither reports of crises nor any kind of complications. There were no records of teratogenicity and the transmission of the disease only took place in one of the cases.Universidade da Beira InteriorAlba, Maria Eugénia GallardoRosado, Maria Luiza ConstanteMelo, Luciana Machado GoulartuBibliorumJorge, Joana Filipa Rodrigues2013-03-22T11:05:31Z2012-062012-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1087porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:33Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1087Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:01.048493Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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