Transição fetal-neonatal no recém-nascido de muito baixo peso
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25754/pjp.2007.4718 |
Resumo: | Introdução: A adaptação à vida extra-uterina, ou transição fetal-neonatal, é um processo biológico complexo que envolve modificações funcionais em todos os órgãos e sistemas do recém-nascido. Objectivo: Avaliar os principais aspectos fisiológicos e clínicos de adaptação à vida extra-uterina, em recém-nascidos de muito baixo peso. Material e métodos: Estudo prospectivo de uma coorte histórica de recém-nascidos de muito baixo peso (peso ao nascimento inferior a 1500g) admitidos no Serviço de Neona - tologia de um hospital de apoio perinatal diferenciado, entre 2000 e 2005. Através da revisão dos processos clínicos, foram colhidos dados relativos à adaptação respiratória, hemodinâmica, metabólica, nutricional, térmica, neurológica e mortalidade, nas primeiras 24 horas de vida. Resultados: Foram estudados 104 recém-nascidos (57F/47M), com mediana da idade gestacional nas 29 semanas (22-36) e mediana do peso ao nascimento nos 1095g (500-1495), 37 (36%) com peso inferior a 1000g. Ao nascimento, 69 recémnascidos (66%) foram intubados e iniciaram ventilação mecânica. Sessenta e três recém-nascidos (61%) desenvolveram doença das membranas hialinas, 60 (58%) necessitaram surfactante exógeno. Às 24 horas de vida 56 recém-nascidos (54%) apresentavam necessidade de ventilação mecânica e 79 (76%) de oxigenioterapia. Quarenta e sete recém-nascidos (45%) apresentaram hipotensão arterial, 21 (20%) necessitaram de apoio vasopressor, 42 (40%) apresentaram acidose metabólica, 30 (29%) hipoglicemia, nove (9%) hipotermia e sete (7%) hemorragia intraventricular. Quinze recém-nascidos (14%) iniciaram alimentação entérica. Três recém-nascidos (3%) faleceram. As complicações do processo adaptativo ocorreram com maior frequência nos recém-nascidos com peso ao nascimento inferior a 1000g. Conclusão: O recém-nascido de muito baixo peso, devido à imaturidade fisiológica dos seus aparelhos e sistemas, apresenta dificuldade, ou mesmo incapacidade, de adaptação à vida extra-uterina. As medidas actuais de suporte, tendo por base o conhecimento da fisiopatologia dos mecanismos home ostáticos envolvidos nos processos de adaptação, permitem a transição fetal-neonatal da maioria destes recém-nas - cidos. |
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