As mágicas As três cidras do amor e Vénus: música e fantasmagórica nos teatros portugueses no seculos XIX
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/148826 |
Resumo: | Ao longo do século XIX, a mágica foi um dos géneros representados nos teatros portugueses e brasileiros. Análoga à féerie, com tramas dramáticas frequentemente inspiradas pelos contos de fadas, mas mantendo sempre um pendor cómico, distinguia-se de outros géneros teatrais pelo seu aparato visual, fruto de grandes produções que animavam com a ilusão o seu carácter maravilhoso. A par dos efeitos visuais, a música afigurava-se um recurso imprescindível na construção dos seus ambientes oníricos. Com o propósito de refletir acerca da fusão entre texto dramático, componente visual e música nestes espetáculos, abordam-se duas peças criadas e representadas em diferentes períodos, procurando oferecer um panorama dos seus desenvolvimentos estéticos e técnicos, em contraponto com a fantasmagoria, um divertimento contemporâneo, em que imagens projetadas através da lanterna mágica e resultantes de mecanismos óticos eram coordenadas com efeitos acústicos e música, que marcaria o imaginário do público com o seu imersivo conceito audiovisual. Ao passo que a primeira peça selecionada, As três cidras do amor, escrita por Mendes Leal (1818-1886) e com música de cena de Santos Pinto (1815-1860), estreada em 1849, no Teatro Nacional D. Maria II, se baseou na lenda com o mesmo nome, dissimulando a absorção de traços estruturantes do sucesso da féerie La Biche au bois, a segunda, a peça fantástica Vénus, consiste numa adaptação de Acácio Antunes (1853-1927), com música de Augusto Machado (1845-1924), do drama alemão Frau Venus, uma sátira à conjuntura moderna em 1883, que, graças a uma faustosa produção levada a cabo por Sousa Bastos (1844-1911), estrearia em 1905 no Teatro D. Amélia, sendo, posteriormente, representada no Brasil. Na sequência da contextualização de ambos os dramas e do levantamento das suas características cenográficas e números musicais, estabelece-se entre si uma ligação, que revelará a sua convergência na manifestação e construção da identidade das personagens. |
id |
RCAP_9c9bd40ad6e457bc9b0a27e60fa2935a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:run.unl.pt:10362/148826 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
As mágicas As três cidras do amor e Vénus: música e fantasmagórica nos teatros portugueses no seculos XIXMágicaFantasmagoriaMúsica de cenaAs três cidras do amorVénusPhantasmagoriaIncidental musicDomínio/Área Científica::Humanidades::ArtesDomínio/Área Científica::Humanidades::História e ArqueologiaAo longo do século XIX, a mágica foi um dos géneros representados nos teatros portugueses e brasileiros. Análoga à féerie, com tramas dramáticas frequentemente inspiradas pelos contos de fadas, mas mantendo sempre um pendor cómico, distinguia-se de outros géneros teatrais pelo seu aparato visual, fruto de grandes produções que animavam com a ilusão o seu carácter maravilhoso. A par dos efeitos visuais, a música afigurava-se um recurso imprescindível na construção dos seus ambientes oníricos. Com o propósito de refletir acerca da fusão entre texto dramático, componente visual e música nestes espetáculos, abordam-se duas peças criadas e representadas em diferentes períodos, procurando oferecer um panorama dos seus desenvolvimentos estéticos e técnicos, em contraponto com a fantasmagoria, um divertimento contemporâneo, em que imagens projetadas através da lanterna mágica e resultantes de mecanismos óticos eram coordenadas com efeitos acústicos e música, que marcaria o imaginário do público com o seu imersivo conceito audiovisual. Ao passo que a primeira peça selecionada, As três cidras do amor, escrita por Mendes Leal (1818-1886) e com música de cena de Santos Pinto (1815-1860), estreada em 1849, no Teatro Nacional D. Maria II, se baseou na lenda com o mesmo nome, dissimulando a absorção de traços estruturantes do sucesso da féerie La Biche au bois, a segunda, a peça fantástica Vénus, consiste numa adaptação de Acácio Antunes (1853-1927), com música de Augusto Machado (1845-1924), do drama alemão Frau Venus, uma sátira à conjuntura moderna em 1883, que, graças a uma faustosa produção levada a cabo por Sousa Bastos (1844-1911), estrearia em 1905 no Teatro D. Amélia, sendo, posteriormente, representada no Brasil. Na sequência da contextualização de ambos os dramas e do levantamento das suas características cenográficas e números musicais, estabelece-se entre si uma ligação, que revelará a sua convergência na manifestação e construção da identidade das personagens.Throughout the 19th century, mágica was one of the genres represented in Portuguese and Brazilian theatres. Genre analogous to féeries, with dramatic plots often inspired by fairy tales, but always maintaining a comic slant, it distinguished itself from other theatrical genres by its visual exuberance, resulting from big productions that enlivened its marvellous features with illusion. Alongside the visual effects, music appeared to be an indispensable resource in the construction of its oneiric environments. Having as the main purpose a reflexion upon the fusion between dramatic text, visual component and music in these shows, in this dissertation two plays created and performed in different time periods are approached, seeking to offer a panorama of their aesthetic and technical developments, in counterpoint with the phantasmagoria, a contemporary entertainment in which images projected through the magic lantern and resulting from optical mechanisms were coordinated with acoustic effects and music, which would change the audience's imaginary with its immersive audiovisual concept. While the first selected play As três cidras do amor written by Mendes Leal (1818-1886) with incidental music by Santos Pinto (1815-1860) premiered in 1849 at Teatro Nacional D. Maria II was based on the legend by the same name, concealing the absorption of structural traits from the success of the féerie La Biche au bois, the second, the fantastic play Vénus, consists of an adaptation by Acácio Antunes (1853-1927), with music by Augusto Machado (1845-1924), of the German drama Frau Venus, a satire on the modern situation in 1883, which, thanks to a lavish production by Sousa Bastos (1844-1911), would be premiered in 1905 at Teatro D. Amélia, and later performed in Brazil. Following the contextualisation of both dramas and the survey of their set designing features and music numbers, a connection is established between them which will reveal their convergence into the manifestation and construction of their characters identity.Cymbron, Luísa Mariana de Oliveira RodriguesRUNPeliz, Joana de Almeida Júdice2022-12-152022-06-302024-12-15T00:00:00Z2022-12-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/148826TID:203142608porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:30:31Zoai:run.unl.pt:10362/148826Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:53:30.379945Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
As mágicas As três cidras do amor e Vénus: música e fantasmagórica nos teatros portugueses no seculos XIX |
title |
As mágicas As três cidras do amor e Vénus: música e fantasmagórica nos teatros portugueses no seculos XIX |
spellingShingle |
As mágicas As três cidras do amor e Vénus: música e fantasmagórica nos teatros portugueses no seculos XIX Peliz, Joana de Almeida Júdice Mágica Fantasmagoria Música de cena As três cidras do amor Vénus Phantasmagoria Incidental music Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia |
title_short |
As mágicas As três cidras do amor e Vénus: música e fantasmagórica nos teatros portugueses no seculos XIX |
title_full |
As mágicas As três cidras do amor e Vénus: música e fantasmagórica nos teatros portugueses no seculos XIX |
title_fullStr |
As mágicas As três cidras do amor e Vénus: música e fantasmagórica nos teatros portugueses no seculos XIX |
title_full_unstemmed |
As mágicas As três cidras do amor e Vénus: música e fantasmagórica nos teatros portugueses no seculos XIX |
title_sort |
As mágicas As três cidras do amor e Vénus: música e fantasmagórica nos teatros portugueses no seculos XIX |
author |
Peliz, Joana de Almeida Júdice |
author_facet |
Peliz, Joana de Almeida Júdice |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Cymbron, Luísa Mariana de Oliveira Rodrigues RUN |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Peliz, Joana de Almeida Júdice |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Mágica Fantasmagoria Música de cena As três cidras do amor Vénus Phantasmagoria Incidental music Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia |
topic |
Mágica Fantasmagoria Música de cena As três cidras do amor Vénus Phantasmagoria Incidental music Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia |
description |
Ao longo do século XIX, a mágica foi um dos géneros representados nos teatros portugueses e brasileiros. Análoga à féerie, com tramas dramáticas frequentemente inspiradas pelos contos de fadas, mas mantendo sempre um pendor cómico, distinguia-se de outros géneros teatrais pelo seu aparato visual, fruto de grandes produções que animavam com a ilusão o seu carácter maravilhoso. A par dos efeitos visuais, a música afigurava-se um recurso imprescindível na construção dos seus ambientes oníricos. Com o propósito de refletir acerca da fusão entre texto dramático, componente visual e música nestes espetáculos, abordam-se duas peças criadas e representadas em diferentes períodos, procurando oferecer um panorama dos seus desenvolvimentos estéticos e técnicos, em contraponto com a fantasmagoria, um divertimento contemporâneo, em que imagens projetadas através da lanterna mágica e resultantes de mecanismos óticos eram coordenadas com efeitos acústicos e música, que marcaria o imaginário do público com o seu imersivo conceito audiovisual. Ao passo que a primeira peça selecionada, As três cidras do amor, escrita por Mendes Leal (1818-1886) e com música de cena de Santos Pinto (1815-1860), estreada em 1849, no Teatro Nacional D. Maria II, se baseou na lenda com o mesmo nome, dissimulando a absorção de traços estruturantes do sucesso da féerie La Biche au bois, a segunda, a peça fantástica Vénus, consiste numa adaptação de Acácio Antunes (1853-1927), com música de Augusto Machado (1845-1924), do drama alemão Frau Venus, uma sátira à conjuntura moderna em 1883, que, graças a uma faustosa produção levada a cabo por Sousa Bastos (1844-1911), estrearia em 1905 no Teatro D. Amélia, sendo, posteriormente, representada no Brasil. Na sequência da contextualização de ambos os dramas e do levantamento das suas características cenográficas e números musicais, estabelece-se entre si uma ligação, que revelará a sua convergência na manifestação e construção da identidade das personagens. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-12-15 2022-06-30 2022-12-15T00:00:00Z 2024-12-15T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10362/148826 TID:203142608 |
url |
http://hdl.handle.net/10362/148826 |
identifier_str_mv |
TID:203142608 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/embargoedAccess |
eu_rights_str_mv |
embargoedAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799138125291716608 |