O consenso de Beijing em África : um modelo para Angola?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pestana, Luís Filipe Amaral da Silva
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/16671
Resumo: Esta tese centra – se no papel da República Popular da China em África, usando o case study de Angola como exemplo do seu pragmatismo nas relações sino – africanas. A ascensão do consenso de Beijing é muitas vezes interpretada como consequência do recuo do Ocidente no continente. Não obstante o enfraquecimento ocidental em África e a China ser vista como uma ajuda preciosa para os países africanos, o debate académico apresenta perspectivas divergentes: uns vêm na intervenção chinesa uma fonte de dinheiro crucial para o desenvolvimento dos países africanos; outros consideram que apenas depaupera o continente dos seus recursos naturais e serve para alimentar sistemas neopatrimoniais e redes clientelistas de regimes autocráticos. Este estudo demonstra que não só estamos perante uma situação em que os chineses zelam pelos seus interesses de modo pragmático, mas também que muitos dos problemas africanos atribuídos à intervenção da China decorrem de algumas ineficiências dos Estados africanos. O caso de Angola está assente na troca de petróleo pelos empréstimos chineses, que por sua vez são canalizados para a construção de infra – estruturas. Este método, chamado Angola mode, tem sido muitas vezes usado para sustentar a rede clientelista em torno do presidente José Eduardo dos Santos. Porém, as relações sino – angolanas só evoluíram de modo decisivo depois do fim da guerra civil angolana em 2002, que abriu portas à estabilidade necessária para que o país se desenvolvesse. Numa altura em que Angola procura diversificar as suas fontes de investimento, esta dissertação prova que qualquer tentativa de adoptar o consenso de Beijing enquanto modelo de desenvolvimento, não será de fácil aplicação pois foi um sistema criado à medida das especificidades chinesas.
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