Contextualizar os conhecimentos, atitudes e crenças face ao VIH/SIDA: um contributo para aperfeiçoar o caminho a percorrer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro,Maria João
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Vasconcelos-Raposo,José
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862006000100011
Resumo: Reconhecendo que a implementação de estratégias direccionadas para os mais jovens tem surgido como um vector fundamental à regressão da epidemia, o objectivo primordial deste estudo consistiu em avaliar os conhecimentos, as atitudes e as crenças face ao VIH/SIDA dos jovens do distrito de Vila Real, que frequentavam os 10º, 11º e 12º anos de escolaridade e, deste modo, apresentar-se como uma contribuição para o aperfeiçoamento das intervenções preventivas. Para este propósito foi utilizada uma amostra estratificada por sexo e ano de escolaridade, constituída por 1.152 estudantes, dos quais 480 eram do sexo masculino e 672 do sexo feminino, sendo a média de idades de 16 anos. Para a recolha de dados, utilizou-se um inquérito estruturado com base nas recomendações do documento "Research Package on KABP-Knowleddge, Attitudes, Beliefs and Practices", composto por 60 perguntas agrupadas em oito blocos temáticos. Dos resultados obtidos, constatou-se que a maioria dos estudantes não referiu actividade sexual (67,7%). Dos que mencionaram já ter tido relações sexuais, 49,3%, eram do sexo masculino e 20,2% do sexo feminino. Quanto ao número de parceiros sexuais tidos durante a vida, predominou, para o sexo feminino, um parceiro sexual, enquanto para o sexo masculino mais de três parceiros sexuais. Apesar da maior parte dos estudantes ter utilizado preservativo durante as relações sexuais e ter referido conhecimentos sobre este método de prevenção, foi de sublinhar que alguns não referiram a sua utilização (14,5%). Uma apreciação global, quanto aos conhecimentos sobre VIH/SIDA, apontou para um bom nível de conhecimentos, merecendo alguma atenção as questões relativas à possibilidade de identificação dos indivíduos infectados através do seu aspecto físico e ao facto de as pessoas portadoras do vírus padecerem da doença, cuja percentagem de respostas incorrectas foi considerável. Os estudantes revelaram uma subvalorização do risco, com apenas 46,3% a admitir alguma possibilidade de contágio, sendo os estudantes do sexo masculino e os que tinham conhecimentos sobre SIDA a admitirem em média uma maior possibilidade de contágio. A maioria dos estudantes referiu uma percepção de ameaça grave para a saúde, reconheceu que não existe possibilidade de cura e que a maior parte das pessoas serão vítimas da doença. Como nota de síntese, queremos sublinhar o valor inegável da Promoção da Saúde em contexto escolar, como forma de assegurar o desenvolvimento saudável dos jovens, quando tem como pressupostos estruturantes o processo de capacitação do ser humano para agir e intervir no decurso da sua vida.
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