Ingestão de cáusticos – casuística dos últimos dez anos do Hospital Pediátrico de Coimbra
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25754/pjp.2010.4340 |
Resumo: | Introdução: A ingestão acidental de cáusticos continua a ser um problema pediátrico frequente, apesar das campanhas de prevenção, podendo originar importantes sequelas a longo prazo. Objectivos: Caracterizar casos clínicos de crianças que realizaram endoscopia digestiva alta (EDA) por ingestão de cáusticos, num Hospital Central Pediátrico. Material e Métodos. Estudo retrospectivo das crianças que realizaram EDA por ingestão de cáusticos, num Hospital Central Pediátrico, entre 1999 a 2008, avaliando: idade, sexo, circunstâncias do acidente, tipo de produto, medidas iniciais, clínica, observação endoscópica, tratamento e complicações. Resultados: Realizaram EDA por ingestão de cáusticos 109 crianças. Ocorreu um caso de ingestão voluntária, sendo acidentais os restantes 108. O produto encontrava-se fora da embalagem original em 62 casos (57%), nomeadamente em recipientes por onde as crianças habitualmente bebem (43% dos acidentes). Os produtos mais frequentemente ingeridos tinham pH alcalino (82%). Registou-se predomínio do sexo masculino (67%) e da idade inferior a 5 anos (85%), tendo o acidente ocorrido em cafés ou restaurantes em 21 casos (19%). Iniciaram protocolo de tratamento antes da EDA (omeprazol, corticóide e ampicilina), 50 crianças (56%). Verificou-se lesão esofágica em 58 (53%), sendo esofagite grave (grau 2 ou 3) em 78%, e lesão gástrica em 16 (15%). Foram internadas 39 crianças (36%), com uma mediana de cinco dias de internamento. Das 45 crianças com lesão grave do esófago, sete desenvolveram estenose, tendo seis necessitado de dilatações e uma de intervenção cirúrgica. Discussão: A ingestão de cáusticos permanece um problema grave sendo necessário continuar a investir na prevenção. A EDA é fundamental para avaliação inicial das lesões de forma a orientar a vigilância e a terapêutica subsequentes. |
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