A "Loucura" das Mulheres como Factor de Exclusão Social
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/89666 |
Resumo: | A presente Dissertação de Mestrado tem como objectivo a obtenção do grau de Mestre com a especialização académica em Estudo Sobre as Mulheres: As Mulheres Na Sociedade e Na Cultura. A História das Mulheres é uma área científica que vem suscitando o interesse dos que investigam temáticas de direitos de género. Seleccionamos como objecto de estudo para elaborar o nosso trabalho um tema pertinente: A “Loucura” das mulheres como factor de exclusão social. A “loucura”, os comportamentos atípicos femininos assinalados como uma perturbação mental, indicador de conturbação da ordem social e por consequência motivo de reclusão e exclusão do espaço público, legitimado pela classe médica. Note-se que estamos a analisar os contextos culturais no início do século XX quando se verificava grande assimetria nos papéis de género e os direitos femininos eram negados. Contrariar as regras instituídas pelos homens significava perturbar o exercício de poder masculino, tendo como consequência para a mulher a sua “domesticação” e reclusão em instituições hospitalares na ala de psiquiatria para “vigiar e punir” as “loucas”. Culturalmente, e ao longo de séculos, a educação da mulher fora formatada para ser obediente e submissa à figura masculina, um valor civilizacional que se foi perpetuando ao longo de milénios marginalizando a personalidade feminina. O conservadorismo e a tradição ensinaram à mulher a acatar passivamente as regras do patriarcado sem questionar ou rebelar-se contra os costumes que a diminuíam enquanto pessoa e par do homem. Anulou-se enquanto ser humano, delegando no homem a autoridade para que este decidisse a vida por si, pese embora o seu espaço no clã estar afecto a um papel de extrema importância, a maternidade. Todavia esse dom de gerar uma nova vida não impediu que o seu lugar se restringisse apenas e só ao domínio do privado. Estabeleceram-se relações de poder entre os dois géneros, sendo certo que a balança ficou em desequilíbrio pendendo favoravelmente para o lado masculino e em desfavor da mulher. |
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