Microbiomas endófitos de plantas suscetíveis a infeção por Xylella fastidiosa

• Autor(a) principal: Ramos, Rita Vanessa Pereira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/12525
• topic: Gene 16s Rrna; Microbioma Endófito; Oxford Nanopore Technology; Xylella Fastidiosa; Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Bioquímica

Xylella fastidiosa (Xf) é uma das bactérias fitopatogénicas mais perigosas do mundo, sendo responsável por uma vasta gama de doenças com enorme impacto económico e ambiental. O papel central do microbioma associado à planta na manutenção do fitness é crucial, no entanto, pouco se sabe sobre a diversidade e estrutura dessas comunidades de microrganismos endófitos. Atualmente, a procura de alternativas para o controlo e/ou mitigação de doenças das plantas é uma estratégia prioritária para a agricultura sustentável. Desta forma, é essencial estudar a diversidade estrutural da comunidade microbiana endófita e as interações entre endófitos e plantas para elucidar o potencial biotecnológico desses microrganismos. Neste contexto, um dos objetivos deste trabalho foi caracterizar a diversidade estrutural de microrganismos endófitos em espécies de plantas silvestres suscetíveis à infeção por Xf e presentes na zona de foco em Portugal. Desta forma, amostras em que Xf foi detetada e amostras em que Xf não foi detetada foram sequenciadas através da tecnologia ONT. Os resultados da análise da diversidade estrutural das comunidades endófitas mostraram que, de forma geral, as amostras partilham os mesmos géneros nomeadamente, Ralstonia, Caballeronia, Stanieria, Aliterella e Loriellopsis, porém na maioria dos casos não partilham as espécies dominantes. Salienta-se a importância funcional de alguns dos grupos pertencentes ao core microbiome, nomeadamente a capacidade de degradação de substâncias tóxicas, fixação de nitrogénio e promoção do crescimento das plantas. A ausência de sintomas visíveis nestas plantas silvestres, e a ausência de sinais de declínio, podem estar relacionadas com a presença de determinados grupos taxonómicos na comunidade endófita que pela sua função possam promover a modelação da infeção. É também importante salientar que este é o primeiro estudo em plantas silvestres pelo que a identificação destas bactérias pode constituir um ponto de partida para ajudar a compreender o impacto de Xf na disbiose do microbioma. Também é relevante salientar que no microbioma em que a abundância relativa de Xf é maior, passam a ser detetados outros organismos fitopatogénicos, nomeadamente Xanthomonas, permitindo inferir que a sintomatologia e declínio podem ser causados pela ação cumulativa de diversos organismos patogénicos.