O processo da revelação: um caso de incesto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732014000600007 |
Resumo: | O incesto é um problema de saúde pública pouco consciencializado pela sociedade; existe, em particular, um elevado subdia-gnóstico pelos serviços de saúde. É um dos crimes menos denunciados e mais impunes e a revelação pela vítima é fundamental, embora rara e difícil. O médico de família encontra-se numa posição privilegiada para a sua abordagem. Juno, 39 anos, criada pela família adotiva dos 6 meses aos 7 anos de idade e que, mantendo contacto com a família biológica, é vítima de incesto pelo irmão mais velho até aos 17 anos de idade. Após anos de seguimento clínico, descreve-se o processo moroso da revelação, associado a questões éticas e legais. A doente manifesta personalidade estado-limite, perturbação de stresse pós-traumático, disfunção familiar e social. O processo terapêutico deve ser prolongado, multidisciplinar e abrangente (individual e familiar). A atitude do médico de família pode favorecer o tratamento pela sua atitude empática e por permitir o reconhecimento pela doente de que as suas emoções mal adaptativas da atualidade foram, no passado, uma resposta de sobrevivência ao incesto. |
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