Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000100007 |
Resumo: | Objectivo: Em Portugal, desde a década de 1990, diversas iniciativas vêm sendo adoptadas a fim de lidar com o problema da violência contra mulheres, o qual é reconhecido pela OMS e outras organizações internacionais como um grave problema de saúde pública. As fontes oficiais de informação confirmam um aumento no registo de casos, facto que representa, mais do que um aumento na incidência, uma maior visibilidade do fenómeno. Considerando a Revista Portuguesa de Saúde Pública (RPSP) como a publicação mais importante de sua especialidade no contexto nacional, o estudo pretende mapear os discursos circulantes na RPSP sobre a violência contra mulheres. Tipo de estudo: Observacional, transversal e exploratório. Universo: Todas as edições da Revista Portuguesa de Saúde Pública disponíveis no sítio informático da Revista, na altura do estudo (Outubro de 2007), o que corresponde ao período compreendido entre os anos 2000 e 2007, totalizando 19 edições e 169 artigos. Metodologia: Revisão sistemática de todos os artigos da RPSP quanto à presença ou ausência do descritor «violência», efectuada através da ferramenta «localizar» do programa Adobe Acrobate Reader. Para a análise dos dados e discussão dos resultados, foram utilizadas a Análise Temática e a Análise Crítica de Discurso. Resultados: Dentre todos os artigos analisados (169), em apenas 24 (14,2%) foi encontrado o descritor «violência». Todavia, nenhum destes abordava a violência doméstica, seja praticada contra mulheres, crianças ou idosos. Conclusões: O estudo constatou que, apesar de utilizarem a palavra «violência», nenhum artigo da RPSP abordou a violência vivida por mulheres no contexto de relacionamentos íntimos e, tampouco, aquela praticada no contexto doméstico contra crianças, adolescentes, idosos ou pessoas portadoras de deficiências. Tal constatação nos leva a concluir que a violência doméstica/familiar não tem sido considerada como um problema de Saúde Pública na Revista Portuguesa de Saúde Pública, apesar das diversas orientações da OMS a este respeito e, mesmo, de normativas nacionais (tal como o Plano Nacional de Saúde 2004-2010 ou os três Planos Nacionais contra a Violência Doméstica). Encerramos com algumas indicações de possibilidades para que, no futuro, a violência contra mulheres seja integrada às reflexões da Saúde Pública portuguesa. |
id |
RCAP_9f9939fca7a0a40d5bbb8f1388b140f4 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0870-90252010000100007 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública?violência contra mulheresclínica geralsaúde públicaanálise de discursoObjectivo: Em Portugal, desde a década de 1990, diversas iniciativas vêm sendo adoptadas a fim de lidar com o problema da violência contra mulheres, o qual é reconhecido pela OMS e outras organizações internacionais como um grave problema de saúde pública. As fontes oficiais de informação confirmam um aumento no registo de casos, facto que representa, mais do que um aumento na incidência, uma maior visibilidade do fenómeno. Considerando a Revista Portuguesa de Saúde Pública (RPSP) como a publicação mais importante de sua especialidade no contexto nacional, o estudo pretende mapear os discursos circulantes na RPSP sobre a violência contra mulheres. Tipo de estudo: Observacional, transversal e exploratório. Universo: Todas as edições da Revista Portuguesa de Saúde Pública disponíveis no sítio informático da Revista, na altura do estudo (Outubro de 2007), o que corresponde ao período compreendido entre os anos 2000 e 2007, totalizando 19 edições e 169 artigos. Metodologia: Revisão sistemática de todos os artigos da RPSP quanto à presença ou ausência do descritor «violência», efectuada através da ferramenta «localizar» do programa Adobe Acrobate Reader. Para a análise dos dados e discussão dos resultados, foram utilizadas a Análise Temática e a Análise Crítica de Discurso. Resultados: Dentre todos os artigos analisados (169), em apenas 24 (14,2%) foi encontrado o descritor «violência». Todavia, nenhum destes abordava a violência doméstica, seja praticada contra mulheres, crianças ou idosos. Conclusões: O estudo constatou que, apesar de utilizarem a palavra «violência», nenhum artigo da RPSP abordou a violência vivida por mulheres no contexto de relacionamentos íntimos e, tampouco, aquela praticada no contexto doméstico contra crianças, adolescentes, idosos ou pessoas portadoras de deficiências. Tal constatação nos leva a concluir que a violência doméstica/familiar não tem sido considerada como um problema de Saúde Pública na Revista Portuguesa de Saúde Pública, apesar das diversas orientações da OMS a este respeito e, mesmo, de normativas nacionais (tal como o Plano Nacional de Saúde 2004-2010 ou os três Planos Nacionais contra a Violência Doméstica). Encerramos com algumas indicações de possibilidades para que, no futuro, a violência contra mulheres seja integrada às reflexões da Saúde Pública portuguesa.Escola Nacional de Saúde Pública2010-01-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000100007Revista Portuguesa de Saúde Pública v.28 n.1 2010reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000100007Azambuja,Mariana Ruwer deNogueira,Conceiçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:01:11Zoai:scielo:S0870-90252010000100007Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:16:45.207676Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública? |
title |
Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública? |
spellingShingle |
Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública? Azambuja,Mariana Ruwer de violência contra mulheres clínica geral saúde pública análise de discurso |
title_short |
Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública? |
title_full |
Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública? |
title_fullStr |
Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública? |
title_full_unstemmed |
Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública? |
title_sort |
Qual a importância da violência contra mulheres na Revista Portuguesa de Saúde Pública? |
author |
Azambuja,Mariana Ruwer de |
author_facet |
Azambuja,Mariana Ruwer de Nogueira,Conceição |
author_role |
author |
author2 |
Nogueira,Conceição |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Azambuja,Mariana Ruwer de Nogueira,Conceição |
dc.subject.por.fl_str_mv |
violência contra mulheres clínica geral saúde pública análise de discurso |
topic |
violência contra mulheres clínica geral saúde pública análise de discurso |
description |
Objectivo: Em Portugal, desde a década de 1990, diversas iniciativas vêm sendo adoptadas a fim de lidar com o problema da violência contra mulheres, o qual é reconhecido pela OMS e outras organizações internacionais como um grave problema de saúde pública. As fontes oficiais de informação confirmam um aumento no registo de casos, facto que representa, mais do que um aumento na incidência, uma maior visibilidade do fenómeno. Considerando a Revista Portuguesa de Saúde Pública (RPSP) como a publicação mais importante de sua especialidade no contexto nacional, o estudo pretende mapear os discursos circulantes na RPSP sobre a violência contra mulheres. Tipo de estudo: Observacional, transversal e exploratório. Universo: Todas as edições da Revista Portuguesa de Saúde Pública disponíveis no sítio informático da Revista, na altura do estudo (Outubro de 2007), o que corresponde ao período compreendido entre os anos 2000 e 2007, totalizando 19 edições e 169 artigos. Metodologia: Revisão sistemática de todos os artigos da RPSP quanto à presença ou ausência do descritor «violência», efectuada através da ferramenta «localizar» do programa Adobe Acrobate Reader. Para a análise dos dados e discussão dos resultados, foram utilizadas a Análise Temática e a Análise Crítica de Discurso. Resultados: Dentre todos os artigos analisados (169), em apenas 24 (14,2%) foi encontrado o descritor «violência». Todavia, nenhum destes abordava a violência doméstica, seja praticada contra mulheres, crianças ou idosos. Conclusões: O estudo constatou que, apesar de utilizarem a palavra «violência», nenhum artigo da RPSP abordou a violência vivida por mulheres no contexto de relacionamentos íntimos e, tampouco, aquela praticada no contexto doméstico contra crianças, adolescentes, idosos ou pessoas portadoras de deficiências. Tal constatação nos leva a concluir que a violência doméstica/familiar não tem sido considerada como um problema de Saúde Pública na Revista Portuguesa de Saúde Pública, apesar das diversas orientações da OMS a este respeito e, mesmo, de normativas nacionais (tal como o Plano Nacional de Saúde 2004-2010 ou os três Planos Nacionais contra a Violência Doméstica). Encerramos com algumas indicações de possibilidades para que, no futuro, a violência contra mulheres seja integrada às reflexões da Saúde Pública portuguesa. |
publishDate |
2010 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2010-01-01 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000100007 |
url |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000100007 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252010000100007 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Escola Nacional de Saúde Pública |
publisher.none.fl_str_mv |
Escola Nacional de Saúde Pública |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Portuguesa de Saúde Pública v.28 n.1 2010 reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137263368536064 |