Processamento Emocional em Pacientes com Lesão Cerebral Adquirida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Liliana Teixeira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11816/3370
Resumo: Introdução: A ocorrência de uma lesão cerebral pode originar inúmeras consequências a diferentes níveis, nomeadamente, físico, cognitivo e psicológico. Neste sentido, tendo como foco a cognição e emoção, o objetivo da presente investigação visa o estudo do processamento emocional em indivíduos com lesão cerebral adquirida (LCA), através da visualização de estímulos de condição emocional, registo de autorrelatos, recorrendo às escalas de valência e ativação do Self Assessment Manikin (SAM) e de medidas fisiológicas periféricas, particularmente, a condutância da pele e o ritmo cardíaco. Metodologia: Realizamos a avaliação de um grupo de 52 indivíduos com lesão cerebral adquirida em comparação a um outro grupo composto por 33 indivíduos saudáveis. Ambos os grupos visualizaram um conjunto de estímulos com diferente condição emocional, nomeadamente, desagradável, neutro e agradável, selecionados através do International Affective Picture System (IAPS). Simultaneamente à visualização, cada individuo classificou cada estímulo nas escalas de valência e arousal do Self Assessment Manikin (SAM), à medida que iam sendo registadas as medidas fisiológicas periféricas, nomeadamente, condutância da pele (CEP) e ritmo cardíaco (RC). Resultados: Nos autorrelatos, na valência, o grupo LCA avaliou os estímulos com condição emocional desagradável de forma mais negativa e de forma mais positiva os estímulos com condição emocional neutra e agradável, quando comparada à avaliação realizada pelo grupo de controlo. Na ativação, nos estímulos com condição emocional neutra e agradável, o grupo LCA revelou uma avaliação de elevada ativação comparativamente ao grupo de controlo. Na reatividade eletrodérmica, o grupo LCA demonstrou ser menos reativo aos estímulos do que os indivíduos do grupo de controlo. Na variabilidade da frequência cardíaca, os doentes com LCA apresentam uma variabilidade da frequência cardíaca inferior comparativamente ao grupo de controlo. Conclusão: Existe uma incongruência entre a avaliação cognitiva e a avaliação fisiológica recolhida perante a visualização dos estímulos. Tal incongruência poderá estar relacionada com o possível prejuízo na capacidade de avaliação cognitiva consequente à lesão cerebral.
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