Pessoas com DPOC no domicílio, contributos de um programa de reabilitação respiratória

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Adélia Clarisse Morais
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11816/2130
Resumo: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma das principais causas de morbilidade crónica, de perda de qualidade de vida e de mortalidade, estando previsto o seu aumento nas próximas décadas. O enfermeiro de reabilitação pode exercer um papel importante na prevenção, profilaxia e tratamento de complicações, orientando as suas intervenções de forma a melhorar a qualidade de vida dos doentes com DPOC e consequentemente a promover o máximo de autonomia no desempenho das suas AVDs. Objectivo: Implementar um programa de reabilitação respiratória no domicílio de acordo com as orientações da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) e da Direcção Geral da Saúde (DGS) a utentes previamente diagnosticados com DPOC em estadio II, e verificar o seu efeito na Dispneia Subjectiva, no Desempenho da Vida Diária e Capacidade Funcional e na Qualidade de Vida. Material e Métodos: Foi implementado um Programa de Reabilitação Respiratória (PRR) no domicílio a 8 utentes diagnosticados com DPOC em estadio II, inscritos na USF Aguda e residentes na área de influência da UCC Arcozelo. Foram aplicadas as escalas Medical Research Council Dyspnoea Questionnaire (MRCDQ); London Chest Activity of Daily Living (LCADL) e Questionário da Qualidade de Vida (EuroQol) em dois momentos diferentes: o momento pré-intervenção e o momento pós-intervenção, com um intervalo de 6 semanas entre os mesmos O PRR foi implementado em 18 Sessões no total (3x semana durante 6 semanas) com uma duração aproximada de 60min/ Sessão, conforme o grau de tolerância de cada utente. Durante as sessões foram avaliadas a TA; SpO2 e o PEF com recurso ao peak flow (no início e final) e foram realizados ensinos ao utente/família. O PRR foi individualmente dimensionado. Resultados: Este estudo contou com a participação de 8 utentes, maioritariamente do sexo masculino (62,5%) e uma idade média idades de 72 anos (DP = 11,477). A SpO2 média registada antes das intervenções foi de 92,38% (DP = 1,996), enquanto que após as intervenções foi de 97,87% (DP = 0,835), o valor médio do PEF na avaliação final foi de 287.38 l/min (DP=21,646) foi significativamente superior ao valor que foi obtido na avaliação inicial que foi de 198.88 (DP=31,229) (p =0,00) (p < 0,05). Na escala MRCDQ observou-se uma diminuição com significado estatístico (p < 0,05) do grau de dispneia entre a avaliação inicial Md=3,00 e a final Md=2,00 e (p = 0,014). Verificou-se a existência de uma diminuição estatisticamente significativa na pontuação total da escala LCADL da avaliação inicial Md=21,00 para a avaliação final Md=16,50 (p < 0,011). Na análise às dimensões do EuroQol destacam-se especificamente os ganhos nas dimensões Mobilidade e Dor/Malestar. No último item do EuroQol que solicitava a opinião dos participantes relativamente ao estado da sua saúde actual comparativamente com o nível geral de saúde dos últimos 12 meses, verificou-se que apesar de haver uma diminuição da mediana da avaliação inicial para a final, esta diferença não é estatisticamente significativa (p > 0,05). Conclusão: A implementação do Programa de Reabilitação Respiratória no domicílio revelou muitos desafios, como a necessidade de manter os utentes motivados, assim como as limitações inerentes ao contexto domiciliário. No entanto, este programa foi muito gratificante pelos ganhos em saúde obtidos e que proporcionaram satisfação aos utentes e equipa de saúde envolvida. O objectivo proposto foi alcançado, superando as expectativas iniciais.
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