Síndrome de congestão pélvica: afecção rastreável?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/808 |
Resumo: | Introdução: A dor pélvica crónica (DPC) constitui uma das queixas mais comuns em Ginecologia, correspondendo a 10-40% dos motivos de consulta. Porém, a sua etiologia mantém-se desconhecida em 60% dos casos. A presença de varizes pélvicas pode estar na origem de DPC sem outra causa evidente, sendo que em 50% dos casos, será possível detectar sinais de congestão pélvica (CP). Apesar do seu provável papel preponderante na etiologia de DPC, a Síndrome de Congestão Pélvica (SCP) continua subdiagnosticada. Uma vez que o método de referência, a venografia, é técnica invasiva e que só se efectua em centros especializados, a ecografia ginecológica, transvaginal, é proposta como exame complementar de primeira linha a efectuar para o diagnóstico de SCP. Objectivos: Pretendeu-se elaborar e avaliar um protocolo de correlação clínica e ecográfica dirigido à definição e estandardização dos parâmetros a medir, para uma futura abordagem de rastreio mas, sobretudo, verificar da sua aplicabilidade na rotina de exames ecográficos ginecológicos. Também se elaborou e aplicou um questionário complementar de detecção de sintomatologia atribuível à SCP, tendo como objectivo principal verificar a adesão ao seu preenchimento. Métodos: Desenhou-se um protocolo de avaliação que abordava três locais anatómicos: as veias ováricas (direita e esquerda), o plexo venoso pélvico (PVP) e os ovários. Previamente à sua aplicação prática, 2 ginecologistas receberam uma formação dirigida sobre a técnica de visualização das veias ováricas por via transabdominal. Realizou-se um estudo prospectivo, recolhendo dados de 34 mulheres que tinham solicitada ecografia ginecológica, no Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE (CHCB). Todas as pacientes responderam a um questionário especificamente elaborado para este estudo. Paralelamente, solicitou-se a uma ecografista independente a expressão das bases conducentes no exercício diário ao diagnóstico de varicocelo pélvico. Resultados: Mostrou-se inconsistente a avaliação das veias ováricas. Os parâmetros do PVP e ovários foram mensuráveis na maioria das pacientes. Segundo a definição de caso estipulada, identificaram-se 6 casos com diâmetros dos vasos ≥5 mm. A grande maioria das inquiridas respondeu autonomamente ao inquérito complementar mas houve necessidade de ajuda num pequeno número delas. A análise oportunista das respostas obtidas aponta para a inexistência de diferenças significativas entre os grupos de mulheres com e sem CP relativamente aos dados inquiridos no questionário. Conclusão: O protocolo de avaliação não é, no presente, linearmente aplicável, pois a técnica de visualização das veias ováricas não foi eficaz. Há necessidade de aferição dos meios de medição deste parâmetro, bem assim como de critérios de avaliação global da circulação pélvica para que haja possibilidade de dar continuação a este projecto. Outros parâmetros como o estudo de calibre dos vasos pélvicos e uterinos e de estudo dinâmico do fluxo vascular são mensuráveis, e serão certamente cruciais numa investigação programada para a detecção do SCP. Nesta fase preliminar do estudo, pelas dificuldades de colheita apontadas, a amostragem não foi suficiente para atingir força estatística, o que não constituía, porém, como pressuposto inicial deste trabalho. |
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Síndrome de congestão pélvica: afecção rastreável?Síndrome de congestão pélvicaDor pélvica crónicaEcografia transvaginal - RastreioIntrodução: A dor pélvica crónica (DPC) constitui uma das queixas mais comuns em Ginecologia, correspondendo a 10-40% dos motivos de consulta. Porém, a sua etiologia mantém-se desconhecida em 60% dos casos. A presença de varizes pélvicas pode estar na origem de DPC sem outra causa evidente, sendo que em 50% dos casos, será possível detectar sinais de congestão pélvica (CP). Apesar do seu provável papel preponderante na etiologia de DPC, a Síndrome de Congestão Pélvica (SCP) continua subdiagnosticada. Uma vez que o método de referência, a venografia, é técnica invasiva e que só se efectua em centros especializados, a ecografia ginecológica, transvaginal, é proposta como exame complementar de primeira linha a efectuar para o diagnóstico de SCP. Objectivos: Pretendeu-se elaborar e avaliar um protocolo de correlação clínica e ecográfica dirigido à definição e estandardização dos parâmetros a medir, para uma futura abordagem de rastreio mas, sobretudo, verificar da sua aplicabilidade na rotina de exames ecográficos ginecológicos. Também se elaborou e aplicou um questionário complementar de detecção de sintomatologia atribuível à SCP, tendo como objectivo principal verificar a adesão ao seu preenchimento. Métodos: Desenhou-se um protocolo de avaliação que abordava três locais anatómicos: as veias ováricas (direita e esquerda), o plexo venoso pélvico (PVP) e os ovários. Previamente à sua aplicação prática, 2 ginecologistas receberam uma formação dirigida sobre a técnica de visualização das veias ováricas por via transabdominal. Realizou-se um estudo prospectivo, recolhendo dados de 34 mulheres que tinham solicitada ecografia ginecológica, no Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE (CHCB). Todas as pacientes responderam a um questionário especificamente elaborado para este estudo. Paralelamente, solicitou-se a uma ecografista independente a expressão das bases conducentes no exercício diário ao diagnóstico de varicocelo pélvico. Resultados: Mostrou-se inconsistente a avaliação das veias ováricas. Os parâmetros do PVP e ovários foram mensuráveis na maioria das pacientes. Segundo a definição de caso estipulada, identificaram-se 6 casos com diâmetros dos vasos ≥5 mm. A grande maioria das inquiridas respondeu autonomamente ao inquérito complementar mas houve necessidade de ajuda num pequeno número delas. A análise oportunista das respostas obtidas aponta para a inexistência de diferenças significativas entre os grupos de mulheres com e sem CP relativamente aos dados inquiridos no questionário. Conclusão: O protocolo de avaliação não é, no presente, linearmente aplicável, pois a técnica de visualização das veias ováricas não foi eficaz. Há necessidade de aferição dos meios de medição deste parâmetro, bem assim como de critérios de avaliação global da circulação pélvica para que haja possibilidade de dar continuação a este projecto. Outros parâmetros como o estudo de calibre dos vasos pélvicos e uterinos e de estudo dinâmico do fluxo vascular são mensuráveis, e serão certamente cruciais numa investigação programada para a detecção do SCP. Nesta fase preliminar do estudo, pelas dificuldades de colheita apontadas, a amostragem não foi suficiente para atingir força estatística, o que não constituía, porém, como pressuposto inicial deste trabalho.Introduction: Chronic pelvic pain (CPP) is one of the most common complaints of patients in Gynecology, constituting 10-40% of all gynecologic referrals. However, its etiology remains unknown in 60% of cases. The presence of pelvic varicose veins could be responsible for cases of CPP without other apparent cause, since in 50% of cases, it is possible to detect signs of pelvic congestion (PC). Despite its probable preponderant etiologic role in CPP, the Pelvic Congestion Syndrome (PCS) remains under-diagnosed. Since the gold standard venography is an invasive technique realized in specialized centers, transvaginal gynecologic ultrasound is proposed as the initial diagnostic modality for the diagnosis of PCS. Goals: One of the main goals was to elaborate and evaluate a protocol of clinical and ecographic correlation for the definition and standardization of parameters to be measured in a future screening approach and, moreover, to verify its applicability during routine gynecologic ultrasound exams. A complementary questionnaire was also created to detect symptoms attributable to the PCS, mainly to verify the degree of adherence, by the patients, for its completion. Methods: A protocol of evaluation was designed, covering three anatomic components: the right and left ovarian veins, the pelvic venous plexus (PVP) and the ovaries. Before its practical application, 2 gynecologists received specialized training on transabdominal visualization of the ovarian veins. A prospective study was realized, with the gathering of data pertaining to 34 women who had a solicited gynecologic ultrasound, in the Department of Gynecology of the CHCB. All of the selected patients answered the questionnaire specifically designed for this study. An independent gynecologist, specialized in ecography, was solicited for pertinent data regarding regular procedure with respect to the diagnosis of pelvic varices. Results: The evaluation of the ovarian veins was found to be inconsistent. The parameters of the PVP and ovaries were measurable in the majority of patients. According to the stipulated case definition, 6 cases were identified with venous diameters ≥5 mm. A great majority of the patients answered the complementary questionnaire autonomously, while a few required assistance. The analysis of the obtained answers points to the inexistence of significant differences between groups of women with and without PC with respect to the inquired data of the questionnaire. Conclusion: The protocol of evaluation is not currently entirely applicable since the technique for the visualization of the ovarian veins was not executable. An evaluation of the means of measurement of this parameter is necessary, as are criteria for the global evaluation of pelvic circulation, for the continuation of this project. Other parameters, such as the caliber of pelvic and uterine vasculature and the dynamic study of vascular blood flow are measurable, and certainly crucial in a programmed investigation for the detection of the PCS. In this preliminary phase of the study, due to difficulties pertaining to the gathering of data, the sample was not sufficient to achieve statistical strength. However, this was not part of the initial goals of our study.Universidade da Beira InteriorOliveira, José António Martinez Souto deuBibliorumMoniz, Patrícia Marques2012-12-10T11:29:58Z2010-062010-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/808porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:10Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/808Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:48.426049Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: A dor pélvica crónica (DPC) constitui uma das queixas mais comuns em Ginecologia, correspondendo a 10-40% dos motivos de consulta. Porém, a sua etiologia mantém-se desconhecida em 60% dos casos. A presença de varizes pélvicas pode estar na origem de DPC sem outra causa evidente, sendo que em 50% dos casos, será possível detectar sinais de congestão pélvica (CP). Apesar do seu provável papel preponderante na etiologia de DPC, a Síndrome de Congestão Pélvica (SCP) continua subdiagnosticada. Uma vez que o método de referência, a venografia, é técnica invasiva e que só se efectua em centros especializados, a ecografia ginecológica, transvaginal, é proposta como exame complementar de primeira linha a efectuar para o diagnóstico de SCP. Objectivos: Pretendeu-se elaborar e avaliar um protocolo de correlação clínica e ecográfica dirigido à definição e estandardização dos parâmetros a medir, para uma futura abordagem de rastreio mas, sobretudo, verificar da sua aplicabilidade na rotina de exames ecográficos ginecológicos. Também se elaborou e aplicou um questionário complementar de detecção de sintomatologia atribuível à SCP, tendo como objectivo principal verificar a adesão ao seu preenchimento. Métodos: Desenhou-se um protocolo de avaliação que abordava três locais anatómicos: as veias ováricas (direita e esquerda), o plexo venoso pélvico (PVP) e os ovários. Previamente à sua aplicação prática, 2 ginecologistas receberam uma formação dirigida sobre a técnica de visualização das veias ováricas por via transabdominal. Realizou-se um estudo prospectivo, recolhendo dados de 34 mulheres que tinham solicitada ecografia ginecológica, no Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE (CHCB). Todas as pacientes responderam a um questionário especificamente elaborado para este estudo. Paralelamente, solicitou-se a uma ecografista independente a expressão das bases conducentes no exercício diário ao diagnóstico de varicocelo pélvico. Resultados: Mostrou-se inconsistente a avaliação das veias ováricas. Os parâmetros do PVP e ovários foram mensuráveis na maioria das pacientes. Segundo a definição de caso estipulada, identificaram-se 6 casos com diâmetros dos vasos ≥5 mm. A grande maioria das inquiridas respondeu autonomamente ao inquérito complementar mas houve necessidade de ajuda num pequeno número delas. A análise oportunista das respostas obtidas aponta para a inexistência de diferenças significativas entre os grupos de mulheres com e sem CP relativamente aos dados inquiridos no questionário. Conclusão: O protocolo de avaliação não é, no presente, linearmente aplicável, pois a técnica de visualização das veias ováricas não foi eficaz. Há necessidade de aferição dos meios de medição deste parâmetro, bem assim como de critérios de avaliação global da circulação pélvica para que haja possibilidade de dar continuação a este projecto. Outros parâmetros como o estudo de calibre dos vasos pélvicos e uterinos e de estudo dinâmico do fluxo vascular são mensuráveis, e serão certamente cruciais numa investigação programada para a detecção do SCP. Nesta fase preliminar do estudo, pelas dificuldades de colheita apontadas, a amostragem não foi suficiente para atingir força estatística, o que não constituía, porém, como pressuposto inicial deste trabalho. |
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