Estudo piloto do conhecimento, atitudes e literacia em tuberculose em viajantes e migrantes portugueses

• Autor(a) principal: LIMA, Maria Gabriela Caldeira
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/22176
• topic: Tuberculose; Saúde do viajante; Saúde pública internacional; Literacia de saúde; Doenças tropicais; Saúde tropical

A tuberculose é um grave problema de saúde global e os indivíduos com tuberculose ativa são os principais disseminadores da doença. É importante que um doente com tuberculose tenha conhecimentos sobre a doença, a sua propagação e sintomas de forma a ter um diagnóstico breve e reduzir o risco de disseminar a doença às pessoas à sua volta. Assim, a educação da população em geral acerca desta doença é uma estratégia crucial para a sua prevenção. A prevenção da disseminação da tuberculose é particularmente relevante em populações de risco, tais como viajantes para países altamente endémicos nesta doença. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, Portugal é agora um país com baixa incidência de tuberculose, com bons níveis de cuidados de saúde e bom nível de controlo na comunidade. No entanto, o regresso de uma viagem a um país com alta incidência acarreta um risco de importação de novos casos. Deste modo, é de grande importância não só para a saúde individual dos viajantes mas também para a saúde pública nacional e global que os viajantes tenham conhecimentos e atitudes que suportem a prevenção de uma infeção e/ou rápido diagnóstico em caso de doença. O objetivo deste estudo é aferir os conhecimentos, atitudes e literacia de Tuberculose em Viajantes e Migrantes Portugueses com destino a países de incidência de tuberculose maior ou igual à de Portugal e que frequentaram uma consulta do viajante, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical. Participaram no estudo 115 viajantes, entre 19 e os 70 anos de idade (mediana=32 anos), 53,5% homens, sendo que 75,2% tinha escolaridade superior ao 12º ano. De todos os participantes 92,9% já tinham ouvido falar sobre tuberculose. Entre os inquiridos, 94,8% consideram a tuberculose como sendo uma doença grave ou gravíssima, 58,5 % reconhecem a forma área como via de transmissão, 81,3% identificaram corretamente os sintomas da doença; e ainda 59,4% consideram o risco de serem infetados no país de destino maior ou igual ao risco de serem infetados em Portugal. Em relação à Literacia apenas 15,0% admitiram ter facilidade em reconhecer situações de risco de infeção por tuberculose no dia-a-dia e apenas 12,5% acredita que têm facilidade em identificar sintomas desta doença. Quanto às atitudes, 77,3% iria ao médico assim que percebesse que poderia estar com tuberculose e 65,4% afirma que se tivesse tido contacto com pessoa com tuberculose iria ao médico mesmo que não tivesse sintomas. O género e a idade não foram associados às principais variáveis de conhecimento. Estes viajantes mostraram conhecimentos/atitudes insuficientes/inadequados sobre prevenção, fatores de risco e tratamento da tuberculose e apresentam também baixa literacia para esta doença. A consulta do viajante é um momento importante para alertar o viajante sobre este risco de saúde.