Considerações em torno da relação entre língua e pertença identitária em contexto lusófono
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Data de Publicação: | 2004 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1822/1679 |
Resumo: | A língua constitui-se como uma das dimensões da pertença identitária e, como tal, dependente tanto do conhecimento que dela se tem, quanto do reconhecimento que dela se faz. Assim, os critérios de pertença identitária se dão ora como fatores e expressões, ora como essência e significação: um enunciado como “falo português porque sou português” pode ter dois sentidos, fundamentalmente diferentes e estruturalmente inseparáveis: “minha língua é o produto de minha pertença a um grupo” (um traço de natureza social); “escolhi falar a língua que eu falo para assegurar minha pertença ao grupo” (uma marca significativa de vontade pessoal). Deste modo, se, por um lado, a língua avaliada apenas como sistema objetivamente analisável não caracteriza a pertença ao grupo; por outro, não basta à língua a qualidade de ser manifestação de uma vontade subjetiva de compartilhar um código. Abordar a identidade nacional é, portanto, esbarrar em aspectos multiculturais de uma sociedade. Tratar desse estado multicultural impõe considerar tanto etnias nacionais diversas – como acontece em Moçambique e ocorreu em Timor-Leste, por exemplo – quanto minorias migratórias – como se pode observar em Portugal atualmente ou mesmo com a chegada da Keeping Peace Force em Timor-Leste, a partir de 1999, com a instalação da força humanitária internacional e de uma verdadeira babel – ainda que a língua oficial de trabalho fosse o inglês. Nesta direção, o presente estudo, inserido numa pesquisa maior que versa a respeito das relações entre língua e identidade no âmbito da lusofonia, abordando o conceito de pertença identitária, apresenta o papel da língua portuguesa em realidades nacionais de diferentes regiões do globo e a sua relação com outras línguas locais. |
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Considerações em torno da relação entre língua e pertença identitária em contexto lusófonoLusofoniaIdentidadeLínguaA língua constitui-se como uma das dimensões da pertença identitária e, como tal, dependente tanto do conhecimento que dela se tem, quanto do reconhecimento que dela se faz. Assim, os critérios de pertença identitária se dão ora como fatores e expressões, ora como essência e significação: um enunciado como “falo português porque sou português” pode ter dois sentidos, fundamentalmente diferentes e estruturalmente inseparáveis: “minha língua é o produto de minha pertença a um grupo” (um traço de natureza social); “escolhi falar a língua que eu falo para assegurar minha pertença ao grupo” (uma marca significativa de vontade pessoal). Deste modo, se, por um lado, a língua avaliada apenas como sistema objetivamente analisável não caracteriza a pertença ao grupo; por outro, não basta à língua a qualidade de ser manifestação de uma vontade subjetiva de compartilhar um código. Abordar a identidade nacional é, portanto, esbarrar em aspectos multiculturais de uma sociedade. Tratar desse estado multicultural impõe considerar tanto etnias nacionais diversas – como acontece em Moçambique e ocorreu em Timor-Leste, por exemplo – quanto minorias migratórias – como se pode observar em Portugal atualmente ou mesmo com a chegada da Keeping Peace Force em Timor-Leste, a partir de 1999, com a instalação da força humanitária internacional e de uma verdadeira babel – ainda que a língua oficial de trabalho fosse o inglês. Nesta direção, o presente estudo, inserido numa pesquisa maior que versa a respeito das relações entre língua e identidade no âmbito da lusofonia, abordando o conceito de pertença identitária, apresenta o papel da língua portuguesa em realidades nacionais de diferentes regiões do globo e a sua relação com outras línguas locais.Federação das Associações Lusófonas de Ciências da Comunicação (LUSOCOM)Universidade do MinhoMartins, Moisés de LemosBrito, Regina Helena Pires de20042004-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/1679por“Anuário internacional de comunicação lusófona”. 2 (2004) 69-77.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:45:31Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/1679Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:43:22.653746Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A língua constitui-se como uma das dimensões da pertença identitária e, como tal, dependente tanto do conhecimento que dela se tem, quanto do reconhecimento que dela se faz. Assim, os critérios de pertença identitária se dão ora como fatores e expressões, ora como essência e significação: um enunciado como “falo português porque sou português” pode ter dois sentidos, fundamentalmente diferentes e estruturalmente inseparáveis: “minha língua é o produto de minha pertença a um grupo” (um traço de natureza social); “escolhi falar a língua que eu falo para assegurar minha pertença ao grupo” (uma marca significativa de vontade pessoal). Deste modo, se, por um lado, a língua avaliada apenas como sistema objetivamente analisável não caracteriza a pertença ao grupo; por outro, não basta à língua a qualidade de ser manifestação de uma vontade subjetiva de compartilhar um código. Abordar a identidade nacional é, portanto, esbarrar em aspectos multiculturais de uma sociedade. Tratar desse estado multicultural impõe considerar tanto etnias nacionais diversas – como acontece em Moçambique e ocorreu em Timor-Leste, por exemplo – quanto minorias migratórias – como se pode observar em Portugal atualmente ou mesmo com a chegada da Keeping Peace Force em Timor-Leste, a partir de 1999, com a instalação da força humanitária internacional e de uma verdadeira babel – ainda que a língua oficial de trabalho fosse o inglês. Nesta direção, o presente estudo, inserido numa pesquisa maior que versa a respeito das relações entre língua e identidade no âmbito da lusofonia, abordando o conceito de pertença identitária, apresenta o papel da língua portuguesa em realidades nacionais de diferentes regiões do globo e a sua relação com outras línguas locais. |
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