Seguimento a longo prazo de neuroestimulação medular com elétrodos percutâneos;

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sebastião da Cruz, Gerson
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Ruivo, Ernesto, Fontinhas, Teresa, Ormonde , Lucindo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25751/rspa.27615
Resumo: INTRODUÇÃO: A dor crónica mantém-se uma das principais causas de incapacidade e doença globalmente. Atualmente, a neuroestimulação medular está aprovada para uma variedade de síndromes dolorosas mas a evidência relativamente à sua eficácia a longo prazo é insuficiente. O nosso objetivo foi avaliar os efeitos a longo prazo da neuroestimulação medular por elétrodos percutâneos. MÉTODOS: Foi avaliado retrospectivamente uma coorte de utentes submetidos a neuroestimulação medular através de elétrodos percutâneos entre Janeiro de 2011 e Dezembro de 2020. Os resultados a longo prazo foram aferidos pelo grau de satisfação dos doentes através da escala de percepção do efeito global, avaliação da taxa de explantação e ocorrência de complicações. Foram ainda avaliados potenciais modificadores dos resultados. RESULTADOS: 41 Utentes foram implantados com um sistema de neuroestimulação medular. A média (±DP) de tempo de seguimento foi de 5.5 anos (±2.6 anos). No fim do seguimento, 26 utentes (67%) referiram uma melhoria substancial e 9 (23%) uma ligeira melhoria. Dos 41 utentes, 9 (22%) dispositivos foram explantados. O tempo médio de explantação foi de 8.4 anos (95% [IC] = 7.6–9.3). Um total de 14 (34.1%) complicações ocorreram em 13 utentes. As complicações associadas ao hardware foram mais prevalentes (71.4%), sendo a migração dos elétrodos a mais frequente (42.9%). Não foram encontrados preditores de sucesso de resposta ao tratamento. CONCLUSÃO: A neuroestimulação medular com elétrodos percutâneos é segura e em doentes criteriosamente selecionados apresenta eficácia a longo-prazo. Contudo, é necessário maior investigação com o intuito de encontrar preditores de sucesso terapêutico.
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