Arquitectura no Cinema: Ascensão e Queda das Cidades Cinematográficas da Esperança no Futuro Passado De 1910 a 2010: Utopias, Distopias e Heterotopias da Paisagem Urbana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Valente, Gonçalo José Sequeira Conduto Cordes
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/9247
Resumo: A presente dissertação encerra em si o discurso da relação entre arquitectura e cinema, no que aproxima e separa as duas artes e na importância que tem na formação actual do arquitecto. O ensaio pretende analisar a visão cinematográfica do espaço arquitectónico e a imagem da cidade no género de Sci-fi. O período em observação compreende os anos de 1910 a 2010. O ensaio não é sobre urbanismo ou estilos arquitectónicos, nem pretende uma descrição histórica da arquitectura através do cinema, mas tem-nos em conta. O exercício é, essencialmente uma reflexão sobre a evolução da utopia urbana, através da celulóide, e do digital; cuja evolução se desdobrou em múltiplas visões distópicas e heterotópicas do futuro. Se no princípio do expressionismo alemão, a abordagem abstracta da cidade funcionava como consolo e recusa da derrota no final da guerra, com o advento da ideologia modernista do progresso, a cidade passou a ser vista como uma utopia optimista e racionalizada a alcançar, que perdurou, praticamente, durante toda primeira metade do século XX, paralelamente com algumas tendências voyer. O fim da Segunda Guerra Mundial marcou uma mudança na visão da cidade, dentro do género cinematográfico. A destruição da cidade e o trauma do holocausto provocaram um desinteresse pela cidade cinematográfica, enquanto actor principal, ou simples pano de fundo e a sua visão enquanto modelo urbano de futuro. Os anos 60 e 70 mostraram-nos uma modernidade cínica e a revolta contra o seu idealismo modernista, através da desconstrução do espaço público, transformandoo em compartimentos fragmentados que premiaram a paranóia. Durante os anos 80 e 90 do século XX e primeira década do novo século, o cinema de ficção científica tem-nos revelado uma distopia pós-moderna, cada vez mais contraditória. A visão utópica é, necessariamente, singular e ideal, enquanto a utopia pós-moderna admite o ideal como não sendo o mesmo para todos. Assim, para o cinema, enquanto uma utopia pós-moderna parece ser impossível, há toda a possibilidade para a utopia modernista. Estamos então em condições de perguntar: É nesse espaço heterotópico entre o sonho e a realidade que o cinema opera construindo num espaço verosímil a cidade (im)possível?
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O exercício é, essencialmente uma reflexão sobre a evolução da utopia urbana, através da celulóide, e do digital; cuja evolução se desdobrou em múltiplas visões distópicas e heterotópicas do futuro. Se no princípio do expressionismo alemão, a abordagem abstracta da cidade funcionava como consolo e recusa da derrota no final da guerra, com o advento da ideologia modernista do progresso, a cidade passou a ser vista como uma utopia optimista e racionalizada a alcançar, que perdurou, praticamente, durante toda primeira metade do século XX, paralelamente com algumas tendências voyer. O fim da Segunda Guerra Mundial marcou uma mudança na visão da cidade, dentro do género cinematográfico. A destruição da cidade e o trauma do holocausto provocaram um desinteresse pela cidade cinematográfica, enquanto actor principal, ou simples pano de fundo e a sua visão enquanto modelo urbano de futuro. Os anos 60 e 70 mostraram-nos uma modernidade cínica e a revolta contra o seu idealismo modernista, através da desconstrução do espaço público, transformandoo em compartimentos fragmentados que premiaram a paranóia. Durante os anos 80 e 90 do século XX e primeira década do novo século, o cinema de ficção científica tem-nos revelado uma distopia pós-moderna, cada vez mais contraditória. A visão utópica é, necessariamente, singular e ideal, enquanto a utopia pós-moderna admite o ideal como não sendo o mesmo para todos. Assim, para o cinema, enquanto uma utopia pós-moderna parece ser impossível, há toda a possibilidade para a utopia modernista. Estamos então em condições de perguntar: É nesse espaço heterotópico entre o sonho e a realidade que o cinema opera construindo num espaço verosímil a cidade (im)possível?The present essay close the relationship between architecture and cinema, in the aspects which bring them together and separates, and the importance a bears in the learning process of the architect. The essay wishes to analyse the cinematographic vision of the architectural space and the image of the city in the Sci-Fi genre. The period observed ranges from 1910 to 2010. The essay is not about urban planning or any architectural styles, nor does it wish to make an historical description of architecture through the cinema, but does bear them in mind. This exercise is, in its essence, a reflection on the evolution of the urban utopia through celluloid and digital, whose evolution has branched into multiple dystopian and heterotopic visions of the future. If, in early German Expressionism, the abstract approach of the city worked as consolation and refusal of defeat at the end of the war, with the arrived of the modernist ideology of progress, the city was then seen as an optimistic and rationalized utopia that citizen wanted to achieved, and which pasted through hearly all of the 1st half of the 20th century, alongside with some voyer tendencies. The end of the 2nd World War marked a drift in the vision of the city, with the mentioned cinematographic genre. The destruction of the city and the trauma of the Holocaust caused a lack of interest in the cinematographic city as the main actor, or as a simple backdrop, and its vision as an urban role model of the future. The 60’s and the 70’s showed us a cynical modernity and the uprising against its modernist idealism, through the deconstruction of the public space, transforming it into fragmented compartments which focused on paranoia. During the 80’s and 90’s and the first decade of the new century, science-fiction cinema has shown us a post-modern dystopia, more and more contradictory. The utopian vision, by all means, unique and ideal, while the post-modern utopia admits that the ideal way not the same for all. Therefore, in the cinema, while the post-modern utopia way seem impossible, the modernist utopia seems perfectly possible. This brings us to the question: Could it be in that heterotopic space between dream and reality that the cinema operates, building in a realistic environment, an (in)possible city?2018-12-14T19:09:28Z2010-01-01T00:00:00Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/9247TID:201132559porValente, Gonçalo José Sequeira Conduto Cordesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:07:36Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/9247Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:14:55.421257Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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