O Jump-cut no cinema de ficção português : recurso artístico ou técnica narrativa?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Luís Miguel dos Santos
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/12064
Resumo: Neste trabalho procuramos postular o papel do jump-cut no léxico da linguagem cinematográfica portuguesa, verificando se constitui uma técnica narrativa ou se é utilizado enquanto recurso artístico. Para tal, efectou-se um estudo teórico e uma aplicação das elações num projecto prático, uma curta-metragem. Principiamos por analisar o papel do corte no cinema, examinando a montagem contínua ao longo da história do meio. Numa segunda fase, verificamos a evolução do jump-cut desde a sua primeira utilização por George Méliès, ao seu uso, pela primeira vez com propósitos estilísticos, por parte de Jean-Luc Godard em O Acossado (1960), onde este tipo de corte foi utilizado. Na terceira parte do nosso trabalho, estudamos brevemente anacronias e anisocronias (conforme Gérard Genette). Em seguida, algumas das definições do que constitui um jump-cut e postulamos uma própria, com base nas existentes, que divide o uso deste tipo de corte em dois tipos: jump-cut elíptico e jump-cut sonoro. Assim, procuramos aplicar as nossas elações do que constitui um jump-cut no cinema português, primeiramente estudando o que constituem alguns dos princípios da escola portuguesa de cinema. Procuramos através de uma passagem por seis filmes de seis realizadores de relevo no contexto nacional e internacional, verificar a existência deste tipo de corte nas obras e, caso exista, de que forma é utilizado. As elações retiradas deste estudo permitiram-nos postular a fraca aposta dos realizadores portugueses neste tipo de corte, com apenas dois filmes a revelarem o uso deste tipo de corte, embora com o mesmo propósito. Por último, colocamos em prática as elações retiradas do estudo efectuado neste trabalho no filme “Entre Margens” realizado por Pedro Barbosa. Em conclusão, consideramos que, no panorama cinematográfico actual, este tipo de corte se assume como parte da linguagem fílmica. Postulamos que o jump-cut é utilizado não só como técnica narrativa como também enquanto recurso artístico, em resposta à nossa problemática. No entanto, consideramos também que um estudo mais aprofundado deste tipo de corte é necessário para verdadeiramente definir o seu papel no léxico fílmico enquanto anisocronia fílmica, isto é, uma elipse.
id RCAP_a2bc208a30dcd6cf03cfa2205baccf49
oai_identifier_str oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/12064
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling O Jump-cut no cinema de ficção português : recurso artístico ou técnica narrativa?Jump-cutCinema portuguêsElipseAnisocroniaDomínio/Área Científica::Humanidades::ArtesNeste trabalho procuramos postular o papel do jump-cut no léxico da linguagem cinematográfica portuguesa, verificando se constitui uma técnica narrativa ou se é utilizado enquanto recurso artístico. Para tal, efectou-se um estudo teórico e uma aplicação das elações num projecto prático, uma curta-metragem. Principiamos por analisar o papel do corte no cinema, examinando a montagem contínua ao longo da história do meio. Numa segunda fase, verificamos a evolução do jump-cut desde a sua primeira utilização por George Méliès, ao seu uso, pela primeira vez com propósitos estilísticos, por parte de Jean-Luc Godard em O Acossado (1960), onde este tipo de corte foi utilizado. Na terceira parte do nosso trabalho, estudamos brevemente anacronias e anisocronias (conforme Gérard Genette). Em seguida, algumas das definições do que constitui um jump-cut e postulamos uma própria, com base nas existentes, que divide o uso deste tipo de corte em dois tipos: jump-cut elíptico e jump-cut sonoro. Assim, procuramos aplicar as nossas elações do que constitui um jump-cut no cinema português, primeiramente estudando o que constituem alguns dos princípios da escola portuguesa de cinema. Procuramos através de uma passagem por seis filmes de seis realizadores de relevo no contexto nacional e internacional, verificar a existência deste tipo de corte nas obras e, caso exista, de que forma é utilizado. As elações retiradas deste estudo permitiram-nos postular a fraca aposta dos realizadores portugueses neste tipo de corte, com apenas dois filmes a revelarem o uso deste tipo de corte, embora com o mesmo propósito. Por último, colocamos em prática as elações retiradas do estudo efectuado neste trabalho no filme “Entre Margens” realizado por Pedro Barbosa. Em conclusão, consideramos que, no panorama cinematográfico actual, este tipo de corte se assume como parte da linguagem fílmica. Postulamos que o jump-cut é utilizado não só como técnica narrativa como também enquanto recurso artístico, em resposta à nossa problemática. No entanto, consideramos também que um estudo mais aprofundado deste tipo de corte é necessário para verdadeiramente definir o seu papel no léxico fílmico enquanto anisocronia fílmica, isto é, uma elipse.Caires, Carlos SenaRuiz Carmona, CarlosVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaFerreira, Luís Miguel dos Santos2013-07-23T12:52:26Z2012-11-1620122012-11-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/12064porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-09-19T01:38:48Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/12064Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:09:50.658731Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv O Jump-cut no cinema de ficção português : recurso artístico ou técnica narrativa?
title O Jump-cut no cinema de ficção português : recurso artístico ou técnica narrativa?
spellingShingle O Jump-cut no cinema de ficção português : recurso artístico ou técnica narrativa?
Ferreira, Luís Miguel dos Santos
Jump-cut
Cinema português
Elipse
Anisocronia
Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes
title_short O Jump-cut no cinema de ficção português : recurso artístico ou técnica narrativa?
title_full O Jump-cut no cinema de ficção português : recurso artístico ou técnica narrativa?
title_fullStr O Jump-cut no cinema de ficção português : recurso artístico ou técnica narrativa?
title_full_unstemmed O Jump-cut no cinema de ficção português : recurso artístico ou técnica narrativa?
title_sort O Jump-cut no cinema de ficção português : recurso artístico ou técnica narrativa?
author Ferreira, Luís Miguel dos Santos
author_facet Ferreira, Luís Miguel dos Santos
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Caires, Carlos Sena
Ruiz Carmona, Carlos
Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa
dc.contributor.author.fl_str_mv Ferreira, Luís Miguel dos Santos
dc.subject.por.fl_str_mv Jump-cut
Cinema português
Elipse
Anisocronia
Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes
topic Jump-cut
Cinema português
Elipse
Anisocronia
Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes
description Neste trabalho procuramos postular o papel do jump-cut no léxico da linguagem cinematográfica portuguesa, verificando se constitui uma técnica narrativa ou se é utilizado enquanto recurso artístico. Para tal, efectou-se um estudo teórico e uma aplicação das elações num projecto prático, uma curta-metragem. Principiamos por analisar o papel do corte no cinema, examinando a montagem contínua ao longo da história do meio. Numa segunda fase, verificamos a evolução do jump-cut desde a sua primeira utilização por George Méliès, ao seu uso, pela primeira vez com propósitos estilísticos, por parte de Jean-Luc Godard em O Acossado (1960), onde este tipo de corte foi utilizado. Na terceira parte do nosso trabalho, estudamos brevemente anacronias e anisocronias (conforme Gérard Genette). Em seguida, algumas das definições do que constitui um jump-cut e postulamos uma própria, com base nas existentes, que divide o uso deste tipo de corte em dois tipos: jump-cut elíptico e jump-cut sonoro. Assim, procuramos aplicar as nossas elações do que constitui um jump-cut no cinema português, primeiramente estudando o que constituem alguns dos princípios da escola portuguesa de cinema. Procuramos através de uma passagem por seis filmes de seis realizadores de relevo no contexto nacional e internacional, verificar a existência deste tipo de corte nas obras e, caso exista, de que forma é utilizado. As elações retiradas deste estudo permitiram-nos postular a fraca aposta dos realizadores portugueses neste tipo de corte, com apenas dois filmes a revelarem o uso deste tipo de corte, embora com o mesmo propósito. Por último, colocamos em prática as elações retiradas do estudo efectuado neste trabalho no filme “Entre Margens” realizado por Pedro Barbosa. Em conclusão, consideramos que, no panorama cinematográfico actual, este tipo de corte se assume como parte da linguagem fílmica. Postulamos que o jump-cut é utilizado não só como técnica narrativa como também enquanto recurso artístico, em resposta à nossa problemática. No entanto, consideramos também que um estudo mais aprofundado deste tipo de corte é necessário para verdadeiramente definir o seu papel no léxico fílmico enquanto anisocronia fílmica, isto é, uma elipse.
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-11-16
2012
2012-11-16T00:00:00Z
2013-07-23T12:52:26Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.14/12064
url http://hdl.handle.net/10400.14/12064
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799131771442298880