A imagem como ausência
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.21814/vista.2970 |
Resumo: | Desde a Antiguidade Clássica Grega, com Platão a conceber a imagem como sombra, reflexo e, depois, como representação em geral, até à contemporaneidade, com o conceito aberto de “imagem” a adquirir novas formas virtuais de projeção de luz a incidir em suportes materiais como a água ou o ar, muito já se refletiu sobre a imagem, mas também sobre a sua conceção e papel no mundo contemporâneo, cada vez mais global, virtual e, principalmente, mais visual e iconólatra. Os novos meios e processos de produção e consumo de imagens demonstram um desenvolvimento visual. A imagem suscita o uso exagerado de dispositivos e meios de produção/reprodução de imagem e conduz a uma iconolatria moderna, que regista todos os domínios da vida humana: os mais privados (imagens íntimas publicadas nas redes sociais) e os mais públicos (fotojornalismo de guerra); os mais banais (selfies) e os momentos e situações mais únicos (ecografias); os mais credíveis e os mais manipulados pelo “arranjo” da imagem pelo Photoshop. Neste artigo, parte-se do pressuposto de que a imagem é um signo; possui o poder de transitividade semântica de evocar realidades e referentes ausentes ou inexistentes. Pretende-se sustentar a tese de que a imagem é, de um modo suficiente e necessário, uma imagem-signo e que o seu poder reside na função de representação que ocorre como uma hierofania, i.e. uma ausência latente que se manifesta, porque os significados da imagem estão ocultos ou codificados na própria imagem. |
id |
RCAP_a3000b1217550e4500da1ad27b85d607 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:journals.uminho.pt:article/2970 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
A imagem como ausênciaArtigosDesde a Antiguidade Clássica Grega, com Platão a conceber a imagem como sombra, reflexo e, depois, como representação em geral, até à contemporaneidade, com o conceito aberto de “imagem” a adquirir novas formas virtuais de projeção de luz a incidir em suportes materiais como a água ou o ar, muito já se refletiu sobre a imagem, mas também sobre a sua conceção e papel no mundo contemporâneo, cada vez mais global, virtual e, principalmente, mais visual e iconólatra. Os novos meios e processos de produção e consumo de imagens demonstram um desenvolvimento visual. A imagem suscita o uso exagerado de dispositivos e meios de produção/reprodução de imagem e conduz a uma iconolatria moderna, que regista todos os domínios da vida humana: os mais privados (imagens íntimas publicadas nas redes sociais) e os mais públicos (fotojornalismo de guerra); os mais banais (selfies) e os momentos e situações mais únicos (ecografias); os mais credíveis e os mais manipulados pelo “arranjo” da imagem pelo Photoshop. Neste artigo, parte-se do pressuposto de que a imagem é um signo; possui o poder de transitividade semântica de evocar realidades e referentes ausentes ou inexistentes. Pretende-se sustentar a tese de que a imagem é, de um modo suficiente e necessário, uma imagem-signo e que o seu poder reside na função de representação que ocorre como uma hierofania, i.e. uma ausência latente que se manifesta, porque os significados da imagem estão ocultos ou codificados na própria imagem.Since Ancient Greece, with Plato’s conception of image as, first of all, shadow, reflection and, then, as representation in general, to the present day, with the open-concept of “image” acquiring new virtual forms of light projection focusing on any material surface such as water or air, much has been reflected about the image, but also about its design and role in the contemporary world, which is increasingly global, virtual and, mostly, visual and iconolater. The new means and processes of production and consumption of images show a visual development. The image incites the overuse of devices and means of production/reproduction of image and leads to a modern iconolatry, which records all aspects of human life: the most private (intimate images published on social networks) and the most public (photojournalism of war); the most banal (selfies) and the unique moments and situations (echography); the most credible and the most manipulated by the “arrangement” of the image by Photoshop. I start from the assumption that an image is a sign; it has the power of semantic transitivity of evoking missing or non-existent realities and referents. My purpose is to support the thesis that image is sufficient and necessarily an image-sign and its power is in the representation function that occurs as a hierophany, i.e. a latent absence which manifest itself, because the meanings of the image are hidden or encoded in the image.Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho2017-05-19T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.21814/vista.2970por2184-1284Barroso, Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-21T15:55:44Zoai:journals.uminho.pt:article/2970Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:56:38.020470Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
A imagem como ausência |
title |
A imagem como ausência |
spellingShingle |
A imagem como ausência Barroso, Paulo Artigos |
title_short |
A imagem como ausência |
title_full |
A imagem como ausência |
title_fullStr |
A imagem como ausência |
title_full_unstemmed |
A imagem como ausência |
title_sort |
A imagem como ausência |
author |
Barroso, Paulo |
author_facet |
Barroso, Paulo |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Barroso, Paulo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Artigos |
topic |
Artigos |
description |
Desde a Antiguidade Clássica Grega, com Platão a conceber a imagem como sombra, reflexo e, depois, como representação em geral, até à contemporaneidade, com o conceito aberto de “imagem” a adquirir novas formas virtuais de projeção de luz a incidir em suportes materiais como a água ou o ar, muito já se refletiu sobre a imagem, mas também sobre a sua conceção e papel no mundo contemporâneo, cada vez mais global, virtual e, principalmente, mais visual e iconólatra. Os novos meios e processos de produção e consumo de imagens demonstram um desenvolvimento visual. A imagem suscita o uso exagerado de dispositivos e meios de produção/reprodução de imagem e conduz a uma iconolatria moderna, que regista todos os domínios da vida humana: os mais privados (imagens íntimas publicadas nas redes sociais) e os mais públicos (fotojornalismo de guerra); os mais banais (selfies) e os momentos e situações mais únicos (ecografias); os mais credíveis e os mais manipulados pelo “arranjo” da imagem pelo Photoshop. Neste artigo, parte-se do pressuposto de que a imagem é um signo; possui o poder de transitividade semântica de evocar realidades e referentes ausentes ou inexistentes. Pretende-se sustentar a tese de que a imagem é, de um modo suficiente e necessário, uma imagem-signo e que o seu poder reside na função de representação que ocorre como uma hierofania, i.e. uma ausência latente que se manifesta, porque os significados da imagem estão ocultos ou codificados na própria imagem. |
publishDate |
2017 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2017-05-19T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.21814/vista.2970 |
url |
https://doi.org/10.21814/vista.2970 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
2184-1284 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho |
publisher.none.fl_str_mv |
Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799130435000729600 |