Perfil de risco cardiovascular em amostras de estudantes do ensino secundário da região de Lisboa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Teresa Maria Rodrigues, 1978-
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/1918
Resumo: Tese de mestrado, Epidemiologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2010
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spelling Perfil de risco cardiovascular em amostras de estudantes do ensino secundário da região de LisboaRiscoCardiovascularAvaliaçãoSCOREAdolescentesTeses de mestrado - 2010Tese de mestrado, Epidemiologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2010Introdução: As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte, em ambos os sexos, nos países desenvolvidos (≈ 50% na Europa e 32% em Portugal). São um problema de saúde pública que urge minorar. O seu impacto justificou a implementação do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Cardiovasculares pelo Alto Comissariado da Saúde. Sendo consensual que a promoção da saúde e a prevenção da doença cardiovascular deve começar na infância, a dificuldade é motivar os jovens a optarem por estilos de vida saudáveis, o que depende muito da percepção do seu risco cardiovascular. Objectivos: Relativamente aos estudantes do ensino secundário (15 aos 18 anos) pretendeu-se: a) definir o perfil de risco cardiovascular pela determinação da prevalência de factores de risco e estimativa do risco absoluto e do risco relativo, b) caracterizar os hábitos alimentares e a actividade física e c) avaliar as implicações dos resultados na definição de estratégias de prevenção cardiovascular. Material e Métodos: Estudo transversal que englobou 8 Escolas da Região de Lisboa, (5 públicas, 3 privadas) e um total de 854 estudantes (idade 16,3 ± 0.92 anos), 54% do sexo feminino. Instrumentos de medição: sistema de tecnologia Accu-Chek e Accutrend, Roche que permite dosear em sangue capilar a glucose, colesterol e triglicéridos; esfigmomanómetro digital; balança de precisão e escala métrica; um questionário sobre estilos de vida (alunos) e outro sobre antecedentes familiares (pais); sistema SCORE (Systematic Coronary Risk Estimation) para a estimativa do risco absoluto aos 20 anos e projectada aos 60 anos, assim como para calcular o risco relativo actual. Análise estatística: A base de dados e a análise estatística foi efectuada com o programa SPSS® versão 15.0. As variáveis biológicas foram estratificadas segundo recomendações internacionais. Para analisar as relações entre as variáveis em estudo aplicaram-se testes de independência e regressão logística. Resultados: De acordo com os cut-off consensuais para os grupos etários em estudo, detectaram-se as seguintes prevalências dos factores de risco: excesso de peso/obesidade 16% (11%+5%); tabagismo 13% (8% diários); hipertensão 11%; XXII anomalias do metabolismo da glicose 10% (diabetes 0,5%); hipertrigliceridemia 9%, hipercolesterolemia 5%; antecedentes familiares (pais) de eventos cardiovasculares prematuros 6%. Salienta-se também a existência de 28% com pressão arterial normal alta e 22% com colesterol borderline. Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os sexos: valores mais elevados dos lípidos (triglicéridos e colesterol) no sexo feminino e do IMC e da pressão arterial no sexo masculino. O risco absoluto, aos 20 anos, de eventos cardiovasculares fatais a 10 anos, foi em todos os inquiridos ≤1%. Na projecção aos 60 anos, 30% registou níveis de risco de 2% e 5% valores ≥3%. O risco relativo de 2 e 3 teve, respectivamente, a frequência de 23% e 3%. Em ambos os tipos de risco o sexo masculino apresentou valores mais elevados (p<0,001). Quanto a hábitos alimentares, cerca de 60% consumiam verduras todos ou quase todos os dias, porém 23% tomavam <5 refeições diárias. Sobre actividade física, 55% praticavam <1 hora/semana de actividade extra-escolar e 55% e 61% passavam, respectivamente, mais de 1 hora/dia a ver TV e ao computador/consola. Identificaram-se inter-relações muito significativas entre as variáveis em estudo, comparáveis com as obtidas em adultos. Conclusões: 49% dos inquiridos apresentavam pelo menos 1 dos factores de risco e mais de 20% dos alunos evidenciou valores de pressão arterial normal alta ou de colesterol borderline. A estimativa do risco absoluto elevado (>5%) foi baixa, quer aos 20 anos (inexistente), quer projectada aos 60 anos (0,2%). No entanto, 28% tinham risco relativo ≥2. Com a idade, definiu-se a tendência para adquirirem hábitos tabágicos, perderem bons hábitos alimentares e não aumentar a actividade física. As inter-relações detectadas próximas das dos adultos corroboram a ideia de que cedo se começam a criar condições de risco. Os dados apoiam a necessidade da promoção da saúde e da prevenção cardiovascular ser iniciada na infância, de preferência seguindo uma estratégia populacional, direccionada para estilos de vida saudáveis. Eles também sublinham a importância do conhecimento da evolução da relevância e incidência dos factores de risco desde a infância/adolescência. Na avaliação individual deve dar-se preferência ao cálculo do risco relativo na abordagem motivacional para mudanças comportamentais dos jovens com maior risco, enquanto que nos adultos da 4ª e 5ª década deve optar-se pelo cálculo do risco absoluto projectado aos 60 anos, como tem sido sugerido por estudos recentes.Introduction: Cardiovascular diseases are the first cause of death, in both sex, in the developed countries (≈ 50% in Europe and 32% in Portugal). They are a public health problem urging to be minimized. Its impact justified the implementation of the National Program of Prevention and Control of the cardiovascular diseases by the High Commissariat of Health. Being consensual that the promotion of health and prevention of cardiovascular diseases must start in infancy, the difficulty is to motivate the young to choose healthy life styles, which greatly depends on the perception of its cardiovascular risk. Aims: Relatively to adolescent students in high school (15 to 18 years of age) the aims were: a) to define the cardiovascular risk profile by determining the prevalence of risc factors and estimating the absolute risk and the relative risk, b) to characterize diet habits and physical activity and c) to evaluate the results implications in the definition of cardiovascular prevention strategies. Materials and Methods: Transversal study that involved 8 Schools of the Lisbon Region (5 public, 3 private) and a total of 854 students (age 16,3 + 0,92 years), 54% of the feminine sex. Measurement instruments: Accu-Chek and Accutrend, Roche, system of technology that allows to determine glucose, cholesterol and triglyceride in capillary blood; digital sphygmomanometer; precision and metric scale; a questionnaire on life styles (students) and another one on family background (parents); SCORE System (Systematic Coronary Risk Estimation) for estimating the absolute risk at 20 years of age and projected at 60 years of age, as well as to calculate the current relative risk. Statistical analysis: Database and statistical analysis were accomplished with SPSS® Program 15.0 version. The biological variables were layered according to international recommendations. In order to analyze the relationship between the variables under study independence tests and logistic regression were applied. Results: According to consensual cut-offs for the age groups under study the following prevalences of risk factors were detected: Overweight/obesity 16% (11%+5%); smoking habits13% (8% daily); hypertension 11%; abnormalities of glucose XXIV metabolism 10% (diabetes 0,5%); hypertriglyceridemia 9%; hypercholesterolemia 5%; family background (parents) of premature cardiovascular events 6%. Also highlighted, the existence of 28% with high normal blood pressure and 22% with borderline cholesterol. Statistical significant differences between sex were verified: higher lipid values (triglyceride and cholesterol) in females and higher body mass index (BMI) and blood pressure in male. The absolute risk, at 20 years of age, of fatal cardiovascular events in the next 10 years, was for all responders < 1%. In the projection at 60 years of age, 30% reported risk levels of 2% and 5% values > 3%. The relative risk of 2 and 3 had, respectively, a frequency of 23% and 3%. In both types of risk masculine sex presented higher values (p<0,001). Regarding diet habits, about 60% ate vegetables every or almost every day, however 23% had <5 daily meals. Concerning physical activity, 55% practiced <1 hour/week of extra-curricular activity, moreover 55% and 61% spent, respectively, >1 hour/day watching TV and at the computer/console. Very significant interrelationships between variables in study were identified, comparable with those obtained in adults. Conclusions: 49% of the responders presented at least 1 of the risk factors, and above 20% of the students showed high normal blood pressure or borderline cholesterol. The estimate of high absolute risk (>5%) was low, either at 20 years (nonexistent) or projected to 60 years of age (0,2%). Nevertheless 28% had a relative risk >2. With age, a trend to acquire smoking habits, to lose good diet habits and not to increase physical activity was defined. Interrelationships detected, similar to those of adults, support the idea that risk conditions soon begin to be created. Data support the need to initiate the promotion of health and cardiovascular prevention since childhood, preferably following a population strategy focused on healthy life styles. They also underline the importance of understanding the evolution of the relevance and impact of risk factors from childhood/ adolescence. In the individual evaluation, it should be given preference to the calculi of relative risk on a motivational approach to change behaviors of young people most at risk, while with adults in the 4th and 5th decade the calculi of absolute risk, projected to 60 years of age, should be the preferable choice, as it has been suggested by recent studies.Bourbon, Mafalda, 1973-Miguel, José M. Pereira, 1947-Repositório da Universidade de LisboaRocha, Teresa Maria Rodrigues, 1978-2010-11-04T16:50:48Z20102010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/1918porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T15:41:55Zoai:repositorio.ul.pt:10451/1918Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:28:26.496292Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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