“A minha filha diz-me que quando for grande não quer ser como eu”: a vivência do desemprego em desempregados de longa duração com idades entre os 40 e os 55 anos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/6540 |
Resumo: | Portugal no século XXI debate-se com um conjunto de problemas sociais, grande parte deles relacionados, direta ou indiretamente com a precarização do trabalho e essencialmente com o desemprego. Nesta investigação discute-se o trabalho assalariado e a sua importância na vida das pessoas que tendo sido assalariadas o perderam, analisa-se o desemprego e os projetos de vida, as consequências na identidade social de desempregados com percurso profissional anterior, já que este é o objetivo principal deste trabalho. Escolheu-se estudar o desemprego de longa duração e de não beneficiários de prestações de desemprego, na fase da maturidade das carreiras profissionais e antes da entrada em cena dos mecanismos de transição para a reforma. Pretendeu-se ver o efeito da privação do trabalho, ou seja do desemprego nos trabalhadores, de idades compreendidas entre os 40 e os 55 anos O regresso ao mercado de trabalho apresenta-se como um projeto difícil para os trabalhadores da faixa etária em análise, independentemente das habilitações. Através de entrevistas de enfoque biográfico identifica-se a fragilização dos elos no processo de desemprego com que se debatem os nossos entrevistados. A análise da informação recolhida segue os três tipos de tipologia de desemprego de Dominique Schnapper, isto é: o desemprego invertido, o total e o diferido. Esta análise permitiu corroborar a existências dos três tipos, mas perceber que, a par de situações consistentes, em que cada um se aplica totalmente, há situações aparentemente inconsistentes, em que em diferentes esferas da vida os desempregados de “meia-idade” assumem identidades que combinam mais que um tipo. Com efeito, sustenta-se, que estes entrevistados se identificam no desemprego não de uma forma unívoca, mas de forma composta, criando tipos híbridos, que podem corresponder a uma fase de transição. Mas também refletem estratégias de reação ao desemprego em que os tipos híbridos correspondem a situações específicas, fazendo da tipologia proposta por Dominique Schnapper um instrumento analítico que permite combinações na sua aplicação a casos concretos. Encontram-se nas respostas diferenças de género na vivência do desemprego e verificou-se que os fenómenos de desfamilização e dessocialização têm intensidade nos entrevistados, ainda que não necessariamente convergindo para formas de desemprego total, mas ocorrendo em simultâneo com movimentos de reação e existência de fatores de vinculação à vida social que não se desvanecem. |
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“A minha filha diz-me que quando for grande não quer ser como eu”: a vivência do desemprego em desempregados de longa duração com idades entre os 40 e os 55 anosDesemprego -- UnemploymentDesfamilizaçãoDesfiliaçãoDessocializaçãoPortugal no século XXI debate-se com um conjunto de problemas sociais, grande parte deles relacionados, direta ou indiretamente com a precarização do trabalho e essencialmente com o desemprego. Nesta investigação discute-se o trabalho assalariado e a sua importância na vida das pessoas que tendo sido assalariadas o perderam, analisa-se o desemprego e os projetos de vida, as consequências na identidade social de desempregados com percurso profissional anterior, já que este é o objetivo principal deste trabalho. Escolheu-se estudar o desemprego de longa duração e de não beneficiários de prestações de desemprego, na fase da maturidade das carreiras profissionais e antes da entrada em cena dos mecanismos de transição para a reforma. Pretendeu-se ver o efeito da privação do trabalho, ou seja do desemprego nos trabalhadores, de idades compreendidas entre os 40 e os 55 anos O regresso ao mercado de trabalho apresenta-se como um projeto difícil para os trabalhadores da faixa etária em análise, independentemente das habilitações. Através de entrevistas de enfoque biográfico identifica-se a fragilização dos elos no processo de desemprego com que se debatem os nossos entrevistados. A análise da informação recolhida segue os três tipos de tipologia de desemprego de Dominique Schnapper, isto é: o desemprego invertido, o total e o diferido. Esta análise permitiu corroborar a existências dos três tipos, mas perceber que, a par de situações consistentes, em que cada um se aplica totalmente, há situações aparentemente inconsistentes, em que em diferentes esferas da vida os desempregados de “meia-idade” assumem identidades que combinam mais que um tipo. Com efeito, sustenta-se, que estes entrevistados se identificam no desemprego não de uma forma unívoca, mas de forma composta, criando tipos híbridos, que podem corresponder a uma fase de transição. Mas também refletem estratégias de reação ao desemprego em que os tipos híbridos correspondem a situações específicas, fazendo da tipologia proposta por Dominique Schnapper um instrumento analítico que permite combinações na sua aplicação a casos concretos. Encontram-se nas respostas diferenças de género na vivência do desemprego e verificou-se que os fenómenos de desfamilização e dessocialização têm intensidade nos entrevistados, ainda que não necessariamente convergindo para formas de desemprego total, mas ocorrendo em simultâneo com movimentos de reação e existência de fatores de vinculação à vida social que não se desvanecem.In the 21st century Portugal is facing a series of social problems, most of them related to job insecurity and unemployment. In this investigation, the focus will be on payed employment and its importance in people’s lives, mainly when they lose their jobs and the impact this has on their social identity and life project. Also, the causes for their unemployment, and the consequences this has on people with a previous work history. The subject studied is the long term unemployment and the non beneficiaries of unemployment subsidy in a phase between career maturity and retirement. The goal is to have a clear view on the effects of the deprivation of work in people between the ages of 40 and 55. The return to the labor market is a difficult project for workers under this age group, independently of their skills. Through biographic interviews we identify the decline of the links that our surveyed are facing. The analysis of the information gathered follows the three types of unemployment identified by Dominique Schnapper: inverted unemployment, total unemployment and deferred unemployment. This analysis allowed us to confirm the existence of the above mentioned types of unemployment, but also to understand that in some situations some middle aged individuals combine more than one type. In fact, we can clearly see that these people see their unemployment as a gathering of all the above mentioned three types of unemployment in the different social circles they are participating in, creating hybrid individuals, that may correspond to a transitory stage, but also reflect strategies concerning their reaction to unemployment, when these individuals respond to specific situations, whereby Dominique Shnapper’s categorization becomes an analytic instrument that allows several combos in its application into concrete cases. We also found gender differences concerning the way that the surveyed react to unemployment, and verified phenomenon’s such as exclusion and desfamilização, desocialisation that have a great impact on these individuals, not necessarily merging into forms of total unemployment, but happening simultaneously with reaction movements and the existence of links to social life that do not fade away. Keywords: Unemployment; desfamilização; disaffiliation; desocialisation.2014-03-06T09:47:28Z2013-01-01T00:00:00Z20132013-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/6540TID:201076918porMajor, Ana Paula Pinto Serrão Ferreirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:44:57Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/6540Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:21:23.609619Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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