A divisória economia-sociologia : o custo de Parsons enquanto empresário social académico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.5/996 |
Resumo: | Em face das discussões recorrentes acerca da problemática das relações interdisciplinares, bem como dos debates suscitados mais recentemente pela emergência académica da chamada “nova sociologia económica”, torna-se importante começar por sublinhar que, bem ao contrário do sugerido em epígrafe, a definição de limites rigorosos identificando âmbitos de actuação distintos para a sociologia e para a economia académicas é um elemento fundamental daquilo a que podemos chamar projecto parsoniano. Presente desde estágios relativamente iniciais da sua elaboração teórica, este objectivo viria a manter-se ao longo de toda a trajectória intelectual de Talcott Parsons (1902-1979), reaparecendo já numa fase relativamente tardia sob a forma duma reflexão em torno do significado e do quadro de actuação da sociologia económica. Esta preocupação duradoura com a divisória economia-sociologia torna-se mais interessante ainda uma vez colocada em contexto, sendo desde logo digno de nota quanto a isso que: a) Parsons adquiriu o fundamental da sua formação académica avançada como economista; b) dois dos quatro autores aos quais ele reporta mais insistentemente as suas próprias ideias são economistas famosos e canónicos: Alfred Marshall e Vilfredo Pareto. Como veremos, quer no seu tratamento destes dois autores, quer no que dispensou a um certo número de outros, nomeadamente a figura cimeira dos “institucionalistas” norteamericanos, Thorstein Veblen, quer ainda numa certo número de omissões significativas no seu naipe de referências, como terá acontecido com Gustav Schmoller e Werner Sombart, Parsons nunca abandona este objectivo duplo de, por um lado, apontar as que seriam no seu entender simultaneamente potencialidades e limitações da ciência económica oficial, de raiz marginalista, por outro lado proclamar a necessidade de reconhecimento duma outra ciência, que não a economia, como seu complemento lógico: a sociologia, ou pelo menos a sua variante parsoniana. |
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