«Alcipe» e a relação entre o Classicismo e o nascente Romantismo no “Tratado da Velhice”

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nuno Simão Ferreira
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://www.cepese.pt/portal/pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201d
Resumo: <p>O “Tratado da Velhice” é um manuscrito até hoje inédito, existente no Arquivo<br />Nacional Torre do Tombo e patente no respectivo Arquivo Particular Casa de Fronteira, referente ao espólio da 4ª Marquesa de Alorna. O “Tratado da Velhice” terá sido escrito pela própria «Alcipe» muito perto do fim da sua vida. O texto original do “Tratado da Velhice” é contínuo, não se encontra dividido em partes e/ou com títulos. Realçamos que o “Tratado da Velhice” se trata de um extenso monólogo deveras interessante que «Alcipe» / 4ª Marquesa de Alorna destinou-o a uma filha sua. Não existe aqui um vivo debate de ideias, mas a nosso ver isto é intencional uma vez que este ensaio de cariz filosófico é redigido de modo a explanar com clareza e objectividade o tema da velhice em termos de género. «Alcipe» aborda neste seu ensaio a essência, os direitos e deveres da velhice. A referência e o perfilhar do pensamento de Cícero denota que «Alcipe» comunga do universo da cultura clássica que constituía a base da erudição da elite culta do século XVIII e XIX. A referência e o perfilhar das ideias de Montaigne prende-se a nosso ver com o facto de nos anos setenta, Leonor sentir-se fascinada pelos enciclopedistas, lia livros proibidos e parece não ter sempre em conta os perigos que corria com o seu comportamento. Tirse (Dona Teresa de Mello Breyner, condessa do Vimieiro) afligia-se com as leituras da amiga, «Alcipe», com a divulgação abusiva dos seus poemas e mesmo com os seus estudos. Em primeiro lugar, temia a circulação indevida dos seus poemas. Em segundo lugar, Tirse ficava preocupada com o facto de Leonor estudar inglês e aconselhava-a a dedicar-se também ao latim para criar uma espécie de equilíbrio. Tirse tinha a noção ou partia do pressuposto da época, que os conhecimentos e as competências de uma mulher dever-se-iam manter em segredo tal como as suas produções escritas.</p>
id RCAP_a3d6ed06f622b8b116372502ba1cf189
oai_identifier_str oai:www.cepese.pt:pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201d
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling «Alcipe» e a relação entre o Classicismo e o nascente Romantismo no “Tratado da Velhice”<p>O “Tratado da Velhice” é um manuscrito até hoje inédito, existente no Arquivo<br />Nacional Torre do Tombo e patente no respectivo Arquivo Particular Casa de Fronteira, referente ao espólio da 4ª Marquesa de Alorna. O “Tratado da Velhice” terá sido escrito pela própria «Alcipe» muito perto do fim da sua vida. O texto original do “Tratado da Velhice” é contínuo, não se encontra dividido em partes e/ou com títulos. Realçamos que o “Tratado da Velhice” se trata de um extenso monólogo deveras interessante que «Alcipe» / 4ª Marquesa de Alorna destinou-o a uma filha sua. Não existe aqui um vivo debate de ideias, mas a nosso ver isto é intencional uma vez que este ensaio de cariz filosófico é redigido de modo a explanar com clareza e objectividade o tema da velhice em termos de género. «Alcipe» aborda neste seu ensaio a essência, os direitos e deveres da velhice. A referência e o perfilhar do pensamento de Cícero denota que «Alcipe» comunga do universo da cultura clássica que constituía a base da erudição da elite culta do século XVIII e XIX. A referência e o perfilhar das ideias de Montaigne prende-se a nosso ver com o facto de nos anos setenta, Leonor sentir-se fascinada pelos enciclopedistas, lia livros proibidos e parece não ter sempre em conta os perigos que corria com o seu comportamento. Tirse (Dona Teresa de Mello Breyner, condessa do Vimieiro) afligia-se com as leituras da amiga, «Alcipe», com a divulgação abusiva dos seus poemas e mesmo com os seus estudos. Em primeiro lugar, temia a circulação indevida dos seus poemas. Em segundo lugar, Tirse ficava preocupada com o facto de Leonor estudar inglês e aconselhava-a a dedicar-se também ao latim para criar uma espécie de equilíbrio. Tirse tinha a noção ou partia do pressuposto da época, que os conhecimentos e as competências de uma mulher dever-se-iam manter em segredo tal como as suas produções escritas.</p>2018-02-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://www.cepese.pt/portal/pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201doai:www.cepese.pt:pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201dporhttps://www.cepese.pt/portal/pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201dinfo:eu-repo/semantics/openAccessNuno Simão Ferreirareponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-10-26T17:33:48Zoai:www.cepese.pt:pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201dPortal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:12:48.729171Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv «Alcipe» e a relação entre o Classicismo e o nascente Romantismo no “Tratado da Velhice”
title «Alcipe» e a relação entre o Classicismo e o nascente Romantismo no “Tratado da Velhice”
spellingShingle «Alcipe» e a relação entre o Classicismo e o nascente Romantismo no “Tratado da Velhice”
Nuno Simão Ferreira
title_short «Alcipe» e a relação entre o Classicismo e o nascente Romantismo no “Tratado da Velhice”
title_full «Alcipe» e a relação entre o Classicismo e o nascente Romantismo no “Tratado da Velhice”
title_fullStr «Alcipe» e a relação entre o Classicismo e o nascente Romantismo no “Tratado da Velhice”
title_full_unstemmed «Alcipe» e a relação entre o Classicismo e o nascente Romantismo no “Tratado da Velhice”
title_sort «Alcipe» e a relação entre o Classicismo e o nascente Romantismo no “Tratado da Velhice”
author Nuno Simão Ferreira
author_facet Nuno Simão Ferreira
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Nuno Simão Ferreira
description <p>O “Tratado da Velhice” é um manuscrito até hoje inédito, existente no Arquivo<br />Nacional Torre do Tombo e patente no respectivo Arquivo Particular Casa de Fronteira, referente ao espólio da 4ª Marquesa de Alorna. O “Tratado da Velhice” terá sido escrito pela própria «Alcipe» muito perto do fim da sua vida. O texto original do “Tratado da Velhice” é contínuo, não se encontra dividido em partes e/ou com títulos. Realçamos que o “Tratado da Velhice” se trata de um extenso monólogo deveras interessante que «Alcipe» / 4ª Marquesa de Alorna destinou-o a uma filha sua. Não existe aqui um vivo debate de ideias, mas a nosso ver isto é intencional uma vez que este ensaio de cariz filosófico é redigido de modo a explanar com clareza e objectividade o tema da velhice em termos de género. «Alcipe» aborda neste seu ensaio a essência, os direitos e deveres da velhice. A referência e o perfilhar do pensamento de Cícero denota que «Alcipe» comunga do universo da cultura clássica que constituía a base da erudição da elite culta do século XVIII e XIX. A referência e o perfilhar das ideias de Montaigne prende-se a nosso ver com o facto de nos anos setenta, Leonor sentir-se fascinada pelos enciclopedistas, lia livros proibidos e parece não ter sempre em conta os perigos que corria com o seu comportamento. Tirse (Dona Teresa de Mello Breyner, condessa do Vimieiro) afligia-se com as leituras da amiga, «Alcipe», com a divulgação abusiva dos seus poemas e mesmo com os seus estudos. Em primeiro lugar, temia a circulação indevida dos seus poemas. Em segundo lugar, Tirse ficava preocupada com o facto de Leonor estudar inglês e aconselhava-a a dedicar-se também ao latim para criar uma espécie de equilíbrio. Tirse tinha a noção ou partia do pressuposto da época, que os conhecimentos e as competências de uma mulher dever-se-iam manter em segredo tal como as suas produções escritas.</p>
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-02-14
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.cepese.pt/portal/pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201d
oai:www.cepese.pt:pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201d
url https://www.cepese.pt/portal/pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201d
identifier_str_mv oai:www.cepese.pt:pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201d
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.cepese.pt/portal/pt/publicacoes/obras/arte-cultura-e-patrimonio-do-romantismo-actas-do-1o-coloquio-201csaudade-perpetua201d/alcipe-e-a-relacao-entre-o-classicismo-e-o-nascente-romantismo-no-201ctratado-da-velhice201d
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130582383329280