A comparative study of the thermal tolerance of tadpoles of iberian anurans

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Helder Santos, 1984
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/5904
Resumo: Tese de mestrado. Biologia (Biologia da Conservação). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2011
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spelling A comparative study of the thermal tolerance of tadpoles of iberian anuransAnfíbiosAquecimento globalEspécies ameaçadasTeses de mestrado - 2011Tese de mestrado. Biologia (Biologia da Conservação). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2011The study of climate change and its impacts on biodiversity is essential for a correct and responsible assessment of population declines and potential extinction risks. Being the most threatened group of vertebrates, amphibians are being put on the edge mainly by habitat destruction and emerging infectious diseases, and possibly even more so with the added effects of global warming. We suggested that populations of anurans on latitudinal extremes of their Iberian geographic distribution would have differential responses to heat stress, whether by phylogenetic inertia or by physiological adaptation of individuals. We tested for this prediction by measuring the Critical Thermal maxima (CTmax) of 15 anuran species from the Iberian Peninsula. In seven of these species, we studied populations from the northern and southern extremes of their distributions. CTmax of Iberian anurans defined thermally distinct groups that reflect their thermal ecology and breeding phenologies. CTmax ranges show an association to geographic distribution range in the majority of species. Upper thermal tolerances did not exhibit a phylogenetic pattern and revealed to be a conservative character within species. There was no latitudinal trend that distinguished northern from southern populations except for Hyla arborea, showing a limited plasticity or capacity for physiological adaptation. Iberian tadpoles would be in high risk of extinction according to predictions that maximum pond temperatures could surpass the upper thermal limits of all of the analyzed species.Este projecto teve como objectivo estudar a tolerância fisiológica de larvas de anuros da Península Ibérica ao stress induzido por temperaturas elevadas. Comparando populações dos extremos setentrional e meridional das espécies ibéricas foi possível testar hipóteses de adaptação na capacidade de resposta das mesmas a alterações nos padrões climáticos actuais, e também avaliar a variabilidade associada a essa resposta. A temperatura afecta todas as reacções físico-químicas, processos fisiológicos e interacções ecológicas dos seres vivos. Por esta razão, prevê-se que as variações térmicas associadas ao aquecimento global terão impactos vários na ecologia de espécies e comunidades. Sendo assim, seria esperado que os organismos em maior risco de extinção, devido a uma rápida mudança das condições climáticas, seriam aqueles que apresentam tanto uma capacidade de aclimatização limitada como uma vagilidade reduzida. Consequentemente, teriam também uma capacidade limitada para evitar condições novas e desfavoráveis à sua sobrevivência. Os seres ectotérmicos compreendem a grande maioria da biodiversidade terrestre e estão especialmente vulneráveis ao aquecimento global. Isto é devido ao facto de que a fisiologia, desenvolvimento e comportamentos destes seres vivos dependem fortemente da temperatura ambiental, e se os seus limites térmicos são ultrapassados as suas funções ecológicas serão comprometidas. Procurámos analisar duas hipóteses que permitem explicar a evolução de parâmetros térmicos fisiológicos. Em primeiro lugar, a inércia filogenética sugere que os caracteres térmicos são evolutivamente conservadores e não apresentam variação entre taxa próximos filogeneticamente. Neste caso, os taxa mais aparentados entre si, partilhando um ambiente comum, apresentariam fisiologias térmicas semelhantes partilhando desta forma uma ecologia parecida. Populações que vivam em ambientes diferentes, em contrapartida, teriam comportamentos de termorregulação diferentes, ou seriam capazes de tolerar temperaturas sub-óptimas para poder satisfazer as suas necessidades fisiológicas, que seguiriam sendo semelhantes entre elas, por partilha de um ancestral comum recente. Por outro lado temos a hipótese da adaptação fisiológica que sugere que as características térmicas de uma espécie são evolutivamente plásticas, sendo capazes de se adaptarem às condições do ambiente local através de pressão selectiva. Esta hipótese propõe que um animal ectotérmico mantém a sua temperatura corporal dentro de limites óptimos, ajustando-os de acordo com o seu habitat. Logo, espécies aparentadas ocupando habitats diferentes podem ter comportamentos de termorregulação semelhantes pois estariam a funcionar nos seus próprios óptimos térmicos. E da mesma forma, espécies menos aparentadas partilhando ambientes semelhantes convergiriam as suas preferências térmicas com o tempo. Sendo o grupo de vertebrados mais ameaçado, os anfíbios são o modelo ideal para avaliar os efeitos das alterações climáticas uma vez que, por serem ectotérmicos, são altamente sensíveis a potenciais efeitos de um aumento significativo de temperatura. Decidimos focar-nos na fase larvar destes animais por tratar-se de um estado de desenvolvimento confinado ao ambiente aquático, e com possibilidades limitadas de termorregulação comparado com o estado juvenil ou adulto. No total estudámos 15 espécies de anuros da Península Ibérica abarcando todos os géneros de anuros desta zona, nomeadamente: Alytes cisternasii, Alytes obstetricans, Alytes dickhilleni, Alytes maurus, Alytes muletensis, Discoglossus galganoi, Bufo bufo, Epidalea calamita, Hyla arborea, Hyla meridionalis, Pelobates cultripes, Pelophylax perezi, Pelodytes punctatus, Rana iberica e Rana temporaria. E, para analisar a variabilidade das tolerâncias térmicas entre populações nos extremos da distribuição geográfica de anuros ibéricos, foram recolhidos indivíduos de habitats setentrionais ‘frios’ e de habitats meridionais ‘quentes’ de sete espécies: Alytes cisternasii, Alytes dickhilleni, Pelobates cultripes, Epidalea calamita, Hyla arborea, Hyla meridionalis e Rana iberica. A amostragem foi realizada ao longo de toda a extensão da Península Ibérica. A captura de girinos cobriu charcas desde o norte de Espanha (Somiedo, Astúrias) a uma latitude de 43º N, até ao Norte de Marrocos, a uma latitude de 35º N, incluindo também uma espécie norte-africana com uma ecologia térmica tipicamente mediterrânea, como é o caso de Alytes maurus. E tendo uma extensão longitudinal desde as Lagoas da Verdizela a 9º W até à Font des Moritx na ilha de Mallorca, a 2º E, onde se podem encontrar indivíduos de Alytes muletensis. O período de captura decorreu desde Fevereiro de 2007 a Maio de 2008 abarcando desta forma as épocas de reprodução de todas as espécies analisadas. Para testar as tolerâncias térmicas, ou Críticos Térmicos máximos (CTmax), utilizámos um método dinâmico de subida de temperatura. Os ovos e girinos capturados foram criados em cativeiro até atingirem o estado de Gosner 25, para garantir que todos os indivíduos são testados numa mesma fase de desenvolvimento. Todos os girinos testados foram previamente aclimatados a 10° C durante pelo menos 4 dias e mantidos individualmente em recipientes de plástico, com um fotoperíodo de LD 12:12 e alimentadas ad libitum. O aparelho consistiu de um banho-maria sobre uma placa térmica e agitador magnético criando uma taxa fixa de aquecimento de 1° C.min-1, e uma agitação de 700 rpm para manter a temperatura da água homogénea. O recipiente de teste era de vidro transparente e estava suportado por uma base de plástico que permitia a rotação de um íman dentro de água. Para melhor visualização dos espasmos musculares da boca e do corpo utilizámos um espelho na base do recipiente. Uma vez que os valores de um dado carácter num estudo comparativo são influenciados por partilharem uma ancestralidade comum, à partida, as espécies não podem ser consideradas como dados independentes. Para determinar se a fisiologia de uma espécie em particular é influenciada pela sua filogenia, fizemos um teste de independência filogenética do CTmax com o programa ‘Phylogenetic Independence 2.0’ sobre uma árvore previamente publicada em que a topologia foi aleatoriamente rodada 10000 vezes para construir a hipótese nula. A tolerância térmica não demonstrou seguir um padrão filogenético, no entanto revelou-se ser um carácter conservador dentro de cada espécie. Os CTmax de anuros ibéricos definiram grupos termicamente distintos que reflectem as suas ecologias térmicas e fenologias reprodutivas, enquanto que a amplitude dos valores de CTmax de cada espécie revelam uma associação com as distribuições geográficas da maioria das espécies. Espécies com uma distribuição geográfica vasta apresentam nichos ecológicos mais amplos, uma alta capacidade de enfrentar condições climáticas novas, o que implica que têm uma maior plasticidade fisiológica e tolerância ambiental do que taxa com distribuições geográficas restringidas. Outra teoria sugere que o facto de uma espécie apresentar uma fisiologia térmica ampla determina a evolução de uma ampla distribuição geográfica. Vários estudos demonstraram que as tolerâncias térmicas máximas de diferentes espécies ectotérmicas estão correlacionadas com as temperaturas dos microhabitats aos quais estão expostos ao longo de um gradiente latitudinal, como por exemplo caranguejos, bivalves, lagartos e anfíbios. No entanto, também existe informação sobre espécies ectotérmicas que não seguem gradientes latitudinais ou altitudinais nos seus CTmax. Neste caso a estimação da temperatura operativa a que os animais estão expostos é menos fiável, uma vez que os dados utilizados nestes trabalhos constavam de estimas anuais de temperaturas do ar, que não variam significativamente com a latitude. Neste estudo pudemos ver que, na Península Ibérica, apesar de termos amostrado populações de latitudes claramente distintas, não houve diferenças significativas nas tolerâncias térmicas entre os extremos geográficos das espécies analisadas, excepto no caso da Hyla arborea. Este facto sugere que não há suficiente capacidade de adaptação fisiológica nestas espécies de anuros. Um estudo recente que inclui informação de temperaturas máximas de charcas na Península Ibérica dá-nos uma ideia geral dos extremos térmicos a que estão expostas as larvas de anuros. A média das temperaturas máximas da amostra deste estudo é de 28.7 ± 1.2° C, e uma temperatura máxima absoluta de 35.5° C. Se, de acordo com as previsões, se dá uma subida térmica global de 4° C os girinos das espécies ibéricas de anuros poderão ser expostos a temperaturas na ordem dos 39.5° C, e de acordo com os nossos resultados, serão ultrapassados os limites de tolerância térmica das espécies ibéricas que estudámos, estando assim em alto risco de extinção no decorrer deste século.Amaral, José Pedro SousaRebelo, Rui Miguel Borges Sampaio e, 1969-Repositório da Universidade de LisboaDuarte, Helder Santos, 19842012-04-05T15:20:18Z20112011-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/5904enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-11-20T17:08:12Zoai:repositorio.ul.pt:10451/5904Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-11-20T17:08:12Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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