Análise do torque exercido durante o aperto manual de pilares de implantes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, André Abreu Trindade
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/42464
Resumo: Introdução: Na reabilitação oral com prótese fixa aparafusada a implantes dentários é muito importante respeitar os valores de torque de aperto dos pilares e parafusos protéticos recomendados pelos fabricantes. Esse aperto pode ser executado com chaves de parafusos específicas e com torquímetros, que permitem um controle mais preciso do torque de aperto. Embora os torquímetros sejam recomendados e utilizados, muitas vezes verifica-se o desaperto de estruturas protéticas, o que nos permite questionar se o valor de torque recomendado foi atingido durante o aperto da estrutura. Esta investigação justifica-se no sentido de se verificar a exatidão de torquímetros (manuais e digitais) e comparar a força manual de uma amostra de estudantes e docentes, face à fraca evidência científica existente sobre este assunto Materiais e métodos: Este estudo foi dividido em 5 ensaios pré-clínicos. No primeiro, foram utilizados dois tipos de torquímetros manuais com sistemas dinamométricos diferentes: spring-style e friction-style; para apertar um pilar a um implante incluído em gesso tipo III, ou retido diretamente num torquímetro de bancada. O valor medido em cada ciclo foi registado num torquímetro de bancada. No segundo, foi utilizada uma terceira mesa de trabalho e foram executados 10 ciclos de aperto com dois torquímetros digitais (iChiropro® e iSD900®), tendo-se registado o valor obtido no torquímetro de bancada. No terceiro, foram realizadas medições do torque máximo efetuado por 5 docentes e 5 alunos (5º ano) da FMD-UCP, com uma chave de aperto manual. No quarto, após o aperto do parafuso a 35 Ncm, foi verificado se cada docente/aluno conseguia desapertá-lo com recurso a uma chave de aperto manual. Foi registado o pico de torque, através do torquímetro de bancada. Resultados: no primeiro ensaio o torquímetro Spring-Style (Straumann®) exerceu um torque mais elevado do que o torquímetro Friction-Style (Medentika®), sendo a diferença estatisticamente significativa no aperto a 35 Ncm. A média dos valores de torque obtidos com ambos os torquímetros foram estatisticamente significativamente inferiores, em 25,3-34,3%, aos valores de referência de 15 e 35 Ncm. Não existiram diferenças estatisticamente significativas relativamente ao torque aplicado no análogo de implante incluído em gesso Tipo III ou montado diretamente no torquímetro de bancada. No segundo ensaio verificou-se que os torquímetros digitais são mais exatos quando comparados com os torquímetros manuais. No terceiro ensaio, constatou-se que o torque exercido pelos docentes é estatisticamente significativamente superior ao torque exercido pelos alunos. No ensaio 4 foi verificado que o desaperto manual de parafusos protéticos previamente apertados a 35 Ncm requer um torque estatisticamente significativamente maior do que o torque de aperto aplicado. Conclusão: Os torquímetros manuais registaram valores significativamente inferiores aos valores de referência. Os torquímetros manuais são menos exatos que os torquímetros digitais. A maior experiência do operador induz uma maior força de aperto/desaperto. O desaperto manual de parafusos protéticos previamente apertados a 35 Ncm requer um torque significativamente maior do que o torque de aperto aplicado.
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Esta investigação justifica-se no sentido de se verificar a exatidão de torquímetros (manuais e digitais) e comparar a força manual de uma amostra de estudantes e docentes, face à fraca evidência científica existente sobre este assunto Materiais e métodos: Este estudo foi dividido em 5 ensaios pré-clínicos. No primeiro, foram utilizados dois tipos de torquímetros manuais com sistemas dinamométricos diferentes: spring-style e friction-style; para apertar um pilar a um implante incluído em gesso tipo III, ou retido diretamente num torquímetro de bancada. O valor medido em cada ciclo foi registado num torquímetro de bancada. No segundo, foi utilizada uma terceira mesa de trabalho e foram executados 10 ciclos de aperto com dois torquímetros digitais (iChiropro® e iSD900®), tendo-se registado o valor obtido no torquímetro de bancada. No terceiro, foram realizadas medições do torque máximo efetuado por 5 docentes e 5 alunos (5º ano) da FMD-UCP, com uma chave de aperto manual. No quarto, após o aperto do parafuso a 35 Ncm, foi verificado se cada docente/aluno conseguia desapertá-lo com recurso a uma chave de aperto manual. Foi registado o pico de torque, através do torquímetro de bancada. Resultados: no primeiro ensaio o torquímetro Spring-Style (Straumann®) exerceu um torque mais elevado do que o torquímetro Friction-Style (Medentika®), sendo a diferença estatisticamente significativa no aperto a 35 Ncm. A média dos valores de torque obtidos com ambos os torquímetros foram estatisticamente significativamente inferiores, em 25,3-34,3%, aos valores de referência de 15 e 35 Ncm. Não existiram diferenças estatisticamente significativas relativamente ao torque aplicado no análogo de implante incluído em gesso Tipo III ou montado diretamente no torquímetro de bancada. No segundo ensaio verificou-se que os torquímetros digitais são mais exatos quando comparados com os torquímetros manuais. No terceiro ensaio, constatou-se que o torque exercido pelos docentes é estatisticamente significativamente superior ao torque exercido pelos alunos. No ensaio 4 foi verificado que o desaperto manual de parafusos protéticos previamente apertados a 35 Ncm requer um torque estatisticamente significativamente maior do que o torque de aperto aplicado. Conclusão: Os torquímetros manuais registaram valores significativamente inferiores aos valores de referência. Os torquímetros manuais são menos exatos que os torquímetros digitais. A maior experiência do operador induz uma maior força de aperto/desaperto. O desaperto manual de parafusos protéticos previamente apertados a 35 Ncm requer um torque significativamente maior do que o torque de aperto aplicado.Introduction: In fixed prosthetic oral rehabilitation with dental implants, it is crucial to use the recommended torque values for tightening abutments and prosthetic screws provided by manufacturers. This tightening can be performed using specific screwdrivers and torque wrenches, which allow for more precise control of the tightening torque. Progressive loosening of screws can lead to mechanical and biological complications due to the lack of stability of the dental prosthesis. Although torque wrenches are recommended and commonly used, there are often instances of loosening of prosthetic structures, raising questions about whether the recommended torque value was achieved during the tightening process. This investigation is justified to verify the accuracy of torque wrenches (manual and digital) and compare the manual strength of students and teachers, given the poor existing scientific evidence on this subject. Materials and Methods: This study was divided into 5 preclinical trials. In the first trial, two types of manual torque wrenches with different dynamometric systems, spring-style and friction-style, were used to tighten an abutment to implant analogue embedded in Type III gypsum implant or directly on a torque measurement cell. For each torque wrench, 10 cycles of tightening/loosening were performed for preselected values of 15 and 35 Ncm. The measured value in each cycle was recorded using a torque measurement cell. In the second trial, a third workstation was used, and 10 cycles of tightening were performed using two digital torque wrenches (iChiropro® and iSD900®), with the obtained value recorded on the torque measurement cell. In the third trial, measurements of the maximum torque applied by 5 teachers and 5 students (5th year) from FMD-UCP were conducted using a manual tightening wrench. In the fourth trial, after tightening the screw to 35 Ncm, it was verified whether each teacher/student could loosen it using a manual tightening wrench. The peak torque, measured by the torque measurement cell was recorded. Results: In the first trial, the Spring-Style torque wrench (Straumann®) exerted a higher torque than the Friction-Style torque wrench (Medentika®), and the difference was statistically significant during tightening at 35 Ncm. The average torque values obtained with both torque wrenches were statistically significantly lower, by 25.3-34.3%, compared to the reference values of 15 and 35 Ncm. There were no statistically significant differences regarding the applied torque on the implant analog included in Type III plaster or mounted directly on the benchtop torque gauge. In the second trial, it was observed that digital torque wrenches are more accurate when compared to manual torque wrenches. In the third trial, it was found that the torque applied by the instructors is statistically significantly higher than the torque applied by the students. In the fourth trial, it was verified that manual loosening of prosthetic screws previously tightened to 35 Ncm requires a statistically significantly higher torque than the applied tightening torque. Conclusion: The manual torque wrenches recorded significantly lower values than the reference values. Manual torque wrenches are less accurate than digital torque wrenches. The operator's experience leads to a higher tightening/loosening force. Manual loosening of prosthetic screws previously tightened to 35 Ncm requires a significantly higher torque than the applied tightening torque.Correia, André Ricardo MaiaMezzomo, LuisVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaCoelho, André Abreu Trindade2023-09-19T14:15:56Z2023-07-2520232023-07-25T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/42464TID:203349032porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-09-26T01:43:57Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/42464Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:30:55.335564Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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